Como país aliado, o Brasil participou da Conferência de 1919, após a Primeira Guerra Mundial, mas foram as grandes potências vencedoras que decidiram tudo
Por Eugênio Vargas Garcia, diplomata, professor titular do Instituto Rio Branco e autor de Entre América e Europa: a política externa brasileira na década de 1920. Brasília: Editora UnB/Funag, 2006
Exemplar em inglês do Tratado
A Galeria dos Espelhos do imponente Palácio de Versalhes, em Paris, estava completamente lotada. Era o dia 28 de junho de 1919, e estavam em jogo os destinos do mundo. Enquanto ministros, delegados e jornalistas disputavam espaço no salão, dois pálidos representantes da Alemanha eram conduzidos à pequena mesa onde um volumoso tratado os esperava. O silêncio abafou todos os murmúrios e o suspense não durou muito. Para alívio geral, os alemães, resignados, assinaram o documento. Do lado de fora, salvas de canhões comemoraram o esperado desfecho. A paz havia sido concluída. Mas que paz era essa?
O Tratado de Versalhes encerrava oficialmente os trabalhos da Conferência de Paz de Paris (1919-1920), convocada para deliberar sobre o fim da Primeira Guerra Mundial (1914-1918). O Brasil, por ter participado do conflito (ver box), estava presente. No entanto, era um ator periférico. Os assuntos europeus centralizavam todas as atenções, como a concessão de independência a países da Europa Oriental (quais?) e a administração da Alemanha derrotada. Problemas concretos de outras regiões, como o equilíbrio de forças na Ásia ou a definição dos mandatos no Oriente Médio, tinham precedência sobre os temas de eventual interesse latino-americano.[...]
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