terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Música e história

Poucas manifestações culturais são tão marcantes quanto a música. Sem grande dificuldade podemos identificar - de modo genérico, é verdade - uma determinada cultura pela sonoridade de sua música. A cítara indiana, o violino entre os ciganos, a percussão de raiz africana... Porém a musicalidade é algo muito vivo, fluido, em constante mutação, ainda mais nos dias de hoje. Algumas manifestações musicais já desapareceram, outras tantas surgiram e talvez venha a sumir também.
No caso do Brasil a música disputa, ao meu ver, o posto de ícone identitário junto com o futebol. Não importa qual estilo musical você prefere, mas via de regra o brasileiro de orgulha em seu patriotismo meio heterodoxo com a diversidade musical brasileira. Samba, bossa, MPB, pagode, axé, coco, xote, etc, isso sem contar nos estilos que vieram de fora e já parecem nativos.
Eu, por exemplo, adoro rock. Mas como sou do interior de São Paulo tenho minhas raízes caipiras e, portanto, gosto muito de viola. Não aquele instrumento que lembra um violino, e sim aquele "violão" menorzinho de 10 cordas em pares que fez a fama das Duplas Caipiras e das modas de viola. É uma sonoridade e um jeito de contar/cantar a vida bem particular. Instrumento antigo (pelo menos 500 anos de existência, chutando baixo) era o som típico do trovadorismo português visto nas aulas de literatura e foi dos primeiros instrumentos populares da América Portuguesa. Não por acaso marca presença em praticamente todo o território nacional, especialmente nas regiões mais rurais.
Bom, mas tudo isso para dizer que acabei de ouvir um CD interessantíssimo de dois violeiros que resolveram tocar rock com violas. E ficou bom!!! Aliás, infinitamente melhor que aquele pessoal que resolve tocar Stairway to Heaven no piano ou coisa parecida.

O fanfarrão do Ozzy provavelmente aprovaria, mas antes perguntaria a opinião da Sharon!

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Segundo o dicionário, liberdade de pensamento é o "direito que cada um tem de expor suas opiniões, crenças e doutrinas", e este direito é garantido aqui. No entanto, qualquer comentário sexista, racista ou de algum modo ofensivo será apagado.