terça-feira, 30 de março de 2010

Fechado para balanço

Senhores e senhoras,

Farei uma pequena pausa no blog para poder corrigir avaliações, fechar notas, preencher diários e outras coisinhas típicas da carreira de professor (mas que raramente aparece!).
Aproveitem a Páscoa para comer chocolate  rezar bastante. Não esqueçam que é uma festa de renovação, portanto, se propor a estudar mais no próximo bimestre é uma ótima pedida!!

Em breve voltaremos com nossa programação normal.

 
Abraços a todos.

A propaganda é a alma do negócio

Todo mundo já ouviu esta expressão. Diria até que ninguém duvida desta afirmação. Mais poderoso que a propaganda só uma propaganda exclusiva, feita de forma constante e para todas as idades. É claro que não se trata de vender sabão em pó ou margarina, mas algo maior e... mais perigoso: o futuro.
Não podemos dizer que os fascistas italianos e os nazistas alemães inventaram a propaganda política. Desde o fim do século XVIII já temos algo parecido com publicidade eleitoral por via de jornais e impressos variados, entre eles os cartazes. Porém nada se compara ao aparato organizado e, porque não dizer, sofisticado montado pelos Estados alemão e italiano nas décadas de 1920 a 1940.
Reunindo material gráfico, rádio, cinema e educação estes regimes totalitários alcançaram e moldaram corações e mentes em prol de seus projetos de governo.
Veja estes dois cartazes italianos, já em plena II Guerra:
Linguagem simples e direta: "A Alemanha é realmente sua amiga". Um sorriso cordial e a mão estendida se contrapõem a um soldado estadunidense negro (olha o racismo aí, gente!) um tanto cambaleante agarrado a uma estátua romana que ele acabou de anotar: custa US$ 2,00.
Mais profundas eram as campanhas "educativas", tanto aquelas que diziam respeito às crianças quanto às que se referiam ao comportamento esperado do povo. E não era pouca coisa, afinal Mussolini e Hitler cultivavam uma imagem paternalista - severo, mas apaixonado por seu povo. Logo, exigia-se toda a fidelidade e lealdade possível.
"Traidor" - e o nome das rádios que transmitiam ou estariam transmitindo informações privilegiadas.
Encontrei no YouTube um video bem interessante sobre a propaganda nazista. Trata-se de um filme nazista produzido para disseminar o anti-semitismo, ou seja, para defender a superioridade alemã (ariana) sobre os judeus, o povo escolhido para se o "bode expiatório" das frustrações nazistas. 
Reparem no uso da imagem para estigmatizar os judeus e como os nazistas "brincaram" com as imagens e a música provocando uma atmosfera que oscila entre o ridículo inicial e a tensão do "perigo semita". Além disso, notem a ideia de "conhecimento de causa". O tom é de estudo científico, um filme documentário a respeito de uma verdade absoluta.
O filme é narrado em alemão com legendas em inglês, mas isto não será um problema pra vocês, tenho certeza. É coisa rápida, não vai dar tempo de fazer uma pipoca.



NOTA: Vocês não vão acreditar. Eu esqueci de colocar no ar este post que já estava pronto!!! VERGONHA!

quinta-feira, 25 de março de 2010

Outra face da eugenia

Foi discutido em aula a questão da eugenia como parte da ideologia (ou doutrina) nazista. Muitas vezes ouve-se falar da tal "teoria da raça pura" tão defendida por Hitler e seus amigos, mas acabamos perdendo um pouco a dimensão real desta ideia.
Segundo o dicionário, eugenia é a "teoria que busca produzir uma seleção nas coletividades humanas, baseada em leis genéticas", por meio de controle de natalidade, definição de perfil genético desejado, etc. Porém a eugenia é mais antiga que o nazismo e anterior aos avançados conhecimentos de genética que possuimos hoje em dia. Além disso, a defesa de uma raça pura ou de uma purificação de raça não se restringe à Alemanha nazista.  Argumentos como branqueamento da população, erradicação de deficiências mentais e físicas, e combate à psicopatologias diversas foram colocados em prática inúmeras vezes. Países como EUA, Inglaterra, França e Brasil (entre outros) já defenderam em algum momento a eugenia, seja de forma governamental ou privada.
Toda vez que você ouvir alguém dizendo que não quer que sua filha ou filho se case fora de determinado círculo social ou étnico tenha certeza: é um raciocínio eugênico. Fique atento!

A ONG People for the Ethical Treatment of Animals, mais conhecida como PETA, viu mais longe e identificou o desejo eugênico nos criadores de cães. Obcecados por cachorros de raça pura em oposiçao aos miscigenados (leia-se: vira-lata), os criadores estão fazendo cruzamentos cada vez mais selecionados colocando em risco a saúde dos animais. A(o) PETA não teve dúvida, lançou uma campanha polêmica:
Raça superior? Errado para pessoas. Errado para cachorros.

Por que gerou polêmica? Porque uma coisa é defender uma "raça superior" outra coisa é dizer que os criadores compartilham dos mesmos ideais que Hitler. Mas no final das contas, não é a mesma coisa???

Viva os vira-latas, humanos e caninos!

quarta-feira, 24 de março de 2010

Um personagem

"Os "sans-culottes" [foram] um movimento disforme, sobretudo urbano, de trabalhaãores pobres, pequenos artesãos, lojistas, artífices, pequenos empresários etc. Os sans-culottes eram organizados, principalmente nas "seções" [bairros mais populares] de Paris e nos clubes políticos locais, e forneciam a principal força de choque da revolução - eram eles os verdadeiros manifestantes, agitadores, construtores de barricadas. Através de jornalistas como Marat e Hébert, através de porta-vozes locais, eles também formularam uma política, por trás da qual estava um ideal social contraditório e vagamente definido, que combinava o respeito pela (pequena) propriedade privada com a hostilidade aos ricos, trabalho garantido pelo governo, salários e segurança social para o homem pobre, uma democracia extremada, de igualdade e de liberdade, localizada e direta."
Eric Hobsbawm. A Era das Revoluções.


Esses tipicos revolucionários se distinguiam dos demais também pela roupa. Por não usarem os calções (bermudas) típicos da aristocracia, mas sim calças compridas, acabaram ganhando o apelido de "sem-calção".

terça-feira, 23 de março de 2010

Plantão de dúvidas - On-line

Senhores e senhoras,
A avaliação bimestral está chegando e com ela, imagino, as dúvidas. Tirando as perguntas comuns no dia a dia da aula boa parte das dúvidas surgirão apenas quando vocês sentarem para estudar de forma organizada. Algo completamente natural.
Portanto, pretendo orientar e responder (na medida do possível) à todas as perguntas feitas por aqui. Mas não pensem que ficarei por aqui até horas antes do "evento tão esperado". Como todo mundo, eu costumo dormir e recomendo que vocês não deixem para estudar (e ter dúvidas) depois das 22h do dia 29 de março.
E como tem gente que se incomoda em fazer pergunta em post de outro tema, temos agora um espaço só para as dúvidas de prova.

Para dar uma mãozinha aos mais esquecidos, não custa relembrar:
Dia da prova: 30 de março de 2010 (terça-feira)

Matéria 2ª séries
América Espanhola e Portuguesa (Colonização)
Mercantilistmo e Antigo Regime
Iluminismo
Revolução Francesa

Matéria 3ª séries
Imperialismo e Neo-colonialismo
Primeira Guerra Mundial
Revolução Russa
Entre-guerras: Nazi-Fascismo e Crise de 1929

Enfim a igualdade

Com a transformação dos Estados Gerais em Assembléia Nacional e a posterior Tomada da Bastilha a elaboração de uma Constituição era questão de tempo. Mas antes mesmo de ser promulgada um texto constitucional regulando os poderes políticos e a participação da população neste processo tivemos a assinatura da Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão. Caiam por terra os privilégios do clero e da nobreza e estabeleciam-se os princípios antes defendidos pelos Iluministas, especialmente J.J. Rousseau: todos os cidadãos livres e iguais perante a lei.

DECLARAÇÃO DE DIREITOS DO HOMEM E DO CIDADÃO


França, 26 de agosto de 1789

Os representantes do povo francês, reunidos em Assembléia Nacional, tendo em vista que a ignorância, o esquecimento ou o desprezo dos direitos do homem são as únicas causas dos males públicos e da corrupção dos Governos, resolveram declarar solenemente os direitos naturais, inalienáveis e sagrados do homem, a fim de que esta declaração, sempre presente em todos os membros do corpo social, lhes lembre permanentemente seus direitos e seus deveres; a fim de que os atos do Poder Legislativo e do Poder Executivo, podendo ser a qualquer momento comparados com a finalidade de toda a instituição política, sejam por isso mais respeitados; a fim de que as reivindicações dos cidadãos, doravante fundadas em princípios simples e incontestáveis, se dirijam sempre à conservação da Constituição e à felicidade geral.
Em razão disto, a Assembléia Nacional reconhece e declara, na presença e sob a égide do Ser Supremo, os seguintes direitos do homem e do cidadão:

Art.1.º Os homens nascem e são livres e iguais em direitos. As distinções sociais só podem fundamentar-se na utilidade comum.
Art. 2.º A finalidade de toda associação política é a conservação dos direitos naturais e imprescritíveis do homem. Esses direitos são a liberdade, a prosperidade, a segurança e a resistência à opressão.
Art. 3.º O princípio de toda a soberania reside, essencialmente, na nação. Nenhuma operação, nenhum indivíduo pode exercer autoridade que dela não emane expressamente.
Art. 4.º A liberdade consiste em poder fazer tudo que não prejudique o próximo: assim, o exercício dos direitos naturais de cada homem não tem por limites senão aqueles que asseguram aos outros membros da sociedade o gozo dos mesmos direitos. Estes limites apenas podem ser determinados pela lei.
Art. 5.º A lei não proíbe senão as ações nocivas à sociedade. Tudo que não é vedado pela lei não pode ser obstado e ninguém pode ser constrangido a fazer o que ela não ordene.
Art. 6.º A lei é a expressão da vontade geral. Todos os cidadãos têm o direito de concorrer, pessoalmente ou através de mandatários, para a sua formação. Ela deve ser a mesma para todos, seja para proteger, seja para punir. Todos os cidadãos são iguais a seus olhos e igualmente admissíveis a todas as dignidades, lugares e empregos públicos, segundo a sua capacidade e sem outra distinção que não seja a das suas virtudes e dos seus talentos.
Art. 7.º Ninguém pode ser acusado, preso ou detido senão nos casos determinados pela lei e de acordo com as formas por esta prescritas. Os que solicitam, expedem, executam ou mandam executar ordens arbitrárias devem ser punidos; mas qualquer cidadão convocado ou detido em virtude da lei deve obedecer imediatamente, caso contrário torna-se culpado de resistência.
Art. 8.º A lei apenas deve estabelecer penas estrita e evidentemente necessárias e ninguém pode ser punido senão por força de uma lei estabelecida e promulgada antes do delito e legalmente aplicada.
Art. 9.º Todo acusado é considerado inocente até ser declarado culpado e, se se julgar indispensável prendê-lo, todo o rigor desnecessário à guarda da sua pessoa deverá ser severamente reprimido pela lei.
Art. 10.º Ninguém pode ser molestado por suas opiniões, incluindo opiniões religiosas, desde que sua manifestação não perturbe a ordem pública estabelecida pela lei.
Art. 11.º A livre comunicação das idéias e das opiniões é um dos mais preciosos direitos do homem; todo cidadão pode, portanto, falar, escrever, imprimir livremente, respondendo, todavia, pelos abusos desta liberdade nos termos previstos na lei.
Art. 12.º A garantia dos direitos do homem e do cidadão necessita de uma força pública; esta força é, pois, instituída para fruição por todos, e não para utilidade particular daqueles a quem é confiada.
Art. 13.º Para a manutenção da força pública e para as despesas de administração é indispensável uma contribuição comum que deve ser dividida entre os cidadãos de acordo com suas possibilidades.
Art. 14.º Todos os cidadãos têm direito de verificar, por si ou pelos seus representantes, da necessidade da contribuição pública, de consenti-la livremente, de observar o seu emprego e de lhe fixar a repartição, a coleta, a cobrança e a duração.
Art. 15.º A sociedade tem o direito de pedir contas a todo agente público pela sua administração.
Art. 16.º A sociedade em que não esteja assegurada a garantia dos direitos nem estabelecida a separação dos poderes não tem Constituição.
Art. 17.º Como a propriedade é um direito inviolável e sagrado, ninguém dela pode ser privado, a não ser quando a necessidade pública legalmente comprovada o exigir e sob condição de justa e prévia indenização.

 
Percebe alguma semelhança com a nossa ideia de direitos humanos, liberdade de expressão e participação política?

A Queda ou Tomada da Bastilha

Prise de la Bastille por Jean-Pierre Houël (1735-1813)
“[A Bastilha era] uma prisão estatal que simbolizava a autoridade real e onde os revolucionários esperavam encontrar armas. Em tempos de revolução nada é mais poderoso do que a queda de símbolos. A queda da Bastilha que fez do 14 de julho a festa nacional francesa, ratificou a queda do despotismo e foi saudada em todo o mundo como o princípio de libertação. Até mesmo o austero filósofo Emanuel Kant, de Königsberg [na Alemanha], de quem se diz que os hábitos eram tão regrados que os cidadãos daquela cidade acertavam por ele os seus relógios, postergou a hora de seu passeio vespertino ao receber a notícia, de modo que convenceu a cidade de Königsberg de que um fato que sacudiu o mundo tinha deveras ocorrido. O que é mais certo é que a queda da Bastilha levou a revolução para as cidades provincianas e para o campo." (Eric Hobsbawm. A Era das Revoluções )

segunda-feira, 22 de março de 2010

Conteúdos para download

Senhores e senhoras dos 3º anos,

Como eu havia prometido, estou enviando neste exato momento o conteúdo abordado nas aulas com o auxílio do data show. Trata-se das aulas sobre ideologia e propaganda nazi-fascista.
Qualquer dúvida basta escrever nos comentários ou me procurar em sala. 










Na correria das aulas acabei me esquecendo de mostrar uma foto dos dois ilustres cavalheiros que tanta destruição levaram à Europa e ao Mundo.
Juntos em uma cerimônia na Itália, o Duce Benito Mussolini e o Führer Adolf Hitler.
Cliquem sobre a imagem para ampliar a fotografia (bem menor que o ego e a megalomania de ambos).

Gabarito do Simulado - 2º Anos

Seguem as questões exatamente como cairam no simulado do dia 20 de março, inclusive com a mesma numeração. Em destaque estão as respostas, apesar de já terem sido discutidas em sala de aula.
Não se esqueçam que se trata de matéria da Prova Bimestral. Fica a dica!

41. Com relação ao período colonial, tanto na América Portuguesa quanto na América Espanhola, considere as seguintes afirmações:
1. a mão-de-obra escrava africana, empregada nas atividades econômicas, era a predominante.
2. as Coroas controlavam as economias por intermédio de monopólios e privilégios.
3. os nascidos nas Américas não sofriam restrições para ascender nas administrações civis e religiosas.
4. a alta hierarquia da Igreja Católica mantinha fortes laços políticos com as Coroas.
5. as rebeliões manifestavam as insatisfações políticas de diferentes grupos sociais.

Das afirmações acima, são verdadeiras apenas
(A) 1, 2 e 3
(B) 1, 3 e 4
(C) 2, 3 e 5

(D) 2, 4 e 5
(E) 3, 4 e 5


42.














Este quadro, pintado por Frans Post por volta de 1660, pode ser corretamente relacionado

(A) à iniciativa pioneira dos holandeses de construção dos primeiros engenhos no Nordeste.
(B) à riqueza do açúcar, alvo principal do interesse dos holandeses no Nordeste.
(C) à condição especial dispensada pelos holandeses aos escravos africanos.
(D) ao início da exportação do açúcar para a Europa por determinação de Maurício de Nassau.
(E) ao incentivo à vinda de holandeses para a constituição de pequenas propriedades rurais.


43. No Brasil, os escravos
1. trabalhavam tanto no campo quanto na cidade, em atividades econômicas variadas.
2. sofriam castigos físicos, em praça pública, determinados por seus senhores.
3. resistiam de diversas formas, seja praticando o suicídio, seja organizando rebeliões.
4. tinham a mesma cultura e religião, já que eram todos provenientes de Angola.
5. estavam proibidos pela legislação de efetuar pagamento por sua alforria.

Das afirmações acima, são verdadeiras apenas
(A) 1, 2 e 4.
(B) 3, 4 e 5.
(C) 1, 3 e 5.
(D) 1, 2 e 3.
(E) 2, 3 e 5.


44. (...) O trono real não é o trono de um homem, mas o trono do próprio Deus. Os reis são deuses e participam de alguma maneira da independência divina. O rei vê de mais longe e de mais alto; deve-se acreditar que ele vê melhor, e deve obedecer-se-lhe sem murmurar, pois o murmúrio é uma disposição para a sedição. (Jacques-Bénigne Bossuet (1627-1704), Política tirada da Sagrada Escritura)

Com base no texto, assinale a alternativa correta.
(A) O autor critica o absolutismo do rei e enfatiza o limite da sua autoridade em relação aos homens.
(B) Para Bossuet, o poder real tem legitimidade divina e não admite nenhum tipo de oposição dos homens.
(C) Bossuet defende a autoridade do rei, mas alerta para as limitações impostas pelas obrigações para com Deus.
(D) Os princípios de Bossuet defendem a soberania dos homens diante da autoridade divina dos reis.
(E) O autor reconhece o direito humano de revolta contra o soberano que não se mostre digno de sua função.


45. Observe a gravura, produzida na época da Revolução Francesa de 1789.


Gravura popular de 1789, anônima.

Pode-se afirmar que os personagens da gravura representam
(A) o ideal que caracterizava o estado Absolutista, segundo o qual o poder do monarca não conhecia limites.
(B) os interesses da nobreza que, em aliança com a Igreja e os trabalhadores urbanos, assegurou os privilégios feudais.
(C) a insegurança durante a fase do Terror jacobino, que ocasionou o êxodo da população civil para o campo, em busca de proteção.
(D) a tentativa de unir a sociedade francesa para superar as dificuldades econômicas enfrentadas nas vésperas da revolução.
(E) a exploração do terceiro estado pelo clero e pela nobreza, cuja contestação desencadeou o processo revolucionário.

Texto e Imagem

Como prometido, vou postar nos próximos dias o conteúdo trabalhado com a ajuda do data show em sala de aula. Mas não colocarei aqui no blog o material na íntegra. O restante deixarei na área de download do site do colégio.

Os Três Estados

É fundamental termos em mente os conflitos existentes na sociedade francesa às vésperas da Revolução Francesa. Herança dos tempos feudais a política (e também parte das possibilidades sociais) estava dividida em três Ordens ou Estados. Este arranjo sócio-político tinha implicações também econômicas já que dizia respeito à distribuição de privilégios e concentração de poder. O clero (Primeiro Estado) e a nobreza (Segundo Estado) eram isentos do pagamento de impostos e detinham o acesso privilegiado a cargos e à influência política. O povo - burguesia, trabalhadores urbanos e rurais - concentravam-se no Terceiro Estado. Talvez uma das melhores descrições do Terceiro Estado seja deste panfleto abaixo:
O plano deste escrito é muito simples. Temos três questões a tratar:

1. O que é o Terceiro Estado? Tudo.
2. Que foi ele até o presente na ordem pública? Nada.
3. Que solicita? Tornar-se alguma coisa.
Que é necessário para que uma nação subsista e prospere? Trabalhos
particulares e funções públicas. Todos os trabalhos particulares podem se resumir a quatro classes: os agricultores, os trabalhadores da indústria, os negociantes, as profissões científicas, liberais ou de recreio. Tais são os trabalhos que mantêm a sociedade. Quem os sustenta? O Terceiro Estado.
As funções públicas do Estado atual classificam-se sob quatro denominações: a Espada, a Toga, a Igreja, a Administração. Será supérfluo percorrê-las em minúcia, para ver que o Terceiro Estado forma em toda a parte dezenove vigésimos nessas funções com a diferença de que é encarregado de tudo o que é verdadeiramente penoso, de todas as tarefas que a ordem privilegiada recusa preencher. (...)
Panfleto do Abade de Sieyès distribuído em Paris, 1789.
O peso, real e simbólico, é retratado também nestas gravuras:

Em ambas o Terceiro Estado carrega ou é soterrado pelo peso dos impostos e dos grupos privilegiados.

sexta-feira, 12 de março de 2010

Notícia triste

Acabei de ler no jornal - Polícia identifica suspeito de matar cartunista Glauco - um baita susto!
Para quem cresceu lendo Los Três Amigos saber que o Glauco não desenhará mais é bem triste. Suas tirinhas na Folha de S. Paulo já viraram clássicos, assim como as charges na segunda página. Nestes cartoons, geralmente de crítica política ou social, várias vezes Glauco ironizou ou satirizou justo o que acabou por vitimá-lo, a violência urbana, os descaso das políticas públicas, os problemas nacionais.
Uma pena...

Fiquemos com o Zé do Apocalipse.
Clique na imagem para ampliar
Do site do Glauco.

Cinema e leitura

Senhores e senhoras das 3ª séries,
Temos aqui uma proposta de atividade, como já foi tratado em sala de aula. Para que não fique nenhuma dúvida vou retomar e enfaizar os objetivos da proposta.
A ideia é bem simples. Vocês precisam assistir um filme, ler alguns textos e redigir uma resposta a uma questão ampla, geradora.

O filme
A Onda (Die Welle), produção alemã de 2008.
Segundo algumas sinopses:
Rainer Wegner, professor de ensino médio, deve ensinar seus alunos sobre autocracia. Devido ao desinteresse deles, propõe um experimento que explique na prática os mecanismos do fascismo e do poder. Wegner se denomina o líder daquele grupo, escolhe o lema 'força pela disciplina' e dá ao movimento o nome de 'A Onda'. Em pouco tempo, os alunos começam a propagar o poder da unidade e ameaçar os outros. Quando o jogo fica sério, Wegner decide interrompê-lo. Mas é tarde demais, e 'A Onda' já saiu de seu controle. Baseado em uma história real ocorrida na Califórnia em 1967.

Os textos
O primeiro texto, do sociólogo Erich Fromm, propõe-se a analisar a ascensão do nazismo por seus componentes psicológicos. Os demais são artigos publicados no site da emissora e agência de notícias alemã Deutsche Welle abordando aspectos variados do nazismo, desde suas motivações econômicas e políticas até sua preocupação com a informação e a cultura.

O propósito dos textos é oferecer elementos que lhe auxiliem na reflexão a respeito da temática do filme e permita que você redija um texto consistente como forma de organizar e expressar suas ideias.

A atividade
Não tem mistério, é coisa simples.
Redija um texto respondendo a seguinte questão:


Quais elementos da ideologia nazista são exemplificados no filme?

Ou seja, você deve, com o auxilio dos textos, destacar e explicar todos os componentes do nazismo presentes no filme.

Orientações
  • A resposta deve ter no MÁXIMO uma página digitada (Times New Roman 12, espaçamento 1,5).
  • Não esqueça de colocar nome, número e série!
  • Caso você decida utilizar outra fonte de informações que não as oferecidas aqui você deve sinalizar ao final de sua resposta.
  • Apesar de a questão ser objetiva, respostas que contenham um posicionamento pessoal serão valorizadas.

quinta-feira, 11 de março de 2010

Outras histórias

A Fernanda Savóia enviou num comentário a um post anterior uma indicação de um documentário sobre a dublagem no Brasil.
Eu acompanho esse assunto há algum tempo por total curiosidade. Apesar de preferir filmes legendados, adoro desenhos dublados. Bom, e daí? O que isso tem a ver com um blog de história? Eu é que pergunto a vocês.
Os profissionais da dublagem que participam deste documentário comentam o início desta atividade no Brasil e sua obrigatoriedade até o início dos anos 1990, assim como comparam com a presença da dublagem na Europa. Nacionalismos à parte, você já pensou se gosta de filme legendado por valorizar o original ou porque não vê valor no trabalho nacional? Seria o mesmo caso da relativa má-fama do cinema nacional? Questão polêmica e que deve ser discutida com seriedade e sem extremismos.


São 4 partes, sigam os links internos ao Youtube.

quarta-feira, 10 de março de 2010

Visita ao SBT

Não sei vocês, mas eu achei bem interessante a visita ao SBT. Gente simpática, atenciosa, não é sempre que se encontra isso em um ambiente de trabalho. Afinal, nós estávamos passeando, mas eles estavam batendo cartão.
Em todo caso, não consegui deixar de lembrar de um video que eu havia assistido há algum tempo. Trata-se de um quadro de humor feito pelo Rafinha Bastos satirizando a produção de uma reportagem. Como toda sátira tem seus exageros e, por isso, carrega suas verdades ao mesmo tempo em que é engraçada. Mas já aviso, não é de gargalhar. Fica por conta de vocês a comparação com o que ouviram lá no jornalismo do SBT.


Visto no JB

Orientações para o simulado III

Gostaria de comentar mais uma questão de vestibular, no caso, da FUVEST de 2009. O texto da questão é extremamente enxuto, direto e, por isso um tanto perigoso. Além disso, pede que se compare três momentos históricos diverentes. Vejamos.

Em três momentos importantes da história européia – Revoluções de 1830-1848, Primeira Guerra Mundial de 1914-1918, e movimentos fascista e nazista das décadas de 1920-1930 – nota-se a presença de uma força ideológica comum a todos esses acontecimentos.

Trata-se do
A) totalitarismo.
B) nacionalismo.
C) imperialismo.
D) conservadorismo.
E) socialismo.

A não ser que você tenha muito claro para si o que aconteceu nestes três momentos, recomendo que tente se localizar pelas alternativas.
A) Totalitarismo: regime totálitário, de modo simples, é o nome que se dá normalmente às ditaduras de inspiração nazi-fascistas por controlarem tanto os corpos quanto às mentes. Ou seja, controle da ação política e manipulação das opiniões por um aparato de censura e propaganda.
B) Nacionalismo: valorização da cultura de um determinado grupo em detrimento de outro.
C) Imperialismo: movimento mais econômico que político ou social responsável por ampliar a influência de diversos países, principalmente europeus, sobre domínios da África e da Ásia. Temos também o imperialismo cultural, típico do período da Guerra Fria.
D) Conservadorismo: posição de quem é conservador, avesso a mudanças.
E) Socialismo: podemos considerar aqui como avesso ao conservadorismo e também contrário ao Capítalismo. Em outros termos, favorável ao controle da economia e da política pelos trabalhadores de forma igualitária e contrária a exploração de uma elite proprietária.

Qual desses elementos está presente SIMULTANEAMENTE nos três momentos históricos elencados no enunciado? A chave é entender o sentido de "força ideológica", ou seja, energia capaz de reunir as massas.
Revoluções de 1830-1848, chamada também de a Primavera dos Povos, desencadea a formação de Estados Nacionais e a valorização das culturas nacionais, ou seja, do nacionalismo.
O revanchismo francês, a disputa entre alemães e ingleses, o pan-eslavismo, são todos elementos nacionalistas presentes na Primeira Guerra Mundial.
O nazi-fascismo tinha por princípio valorizar o "nós" a partir da crítica feroz do "outro". Não podemos esquecer que Nazismo vem de Nacional, em alemão.

Ou seja, alternativa B.

terça-feira, 9 de março de 2010

Orientações para o simulado II

Conforme combinado, vou usar uma questão de vestibular para mostrar como se evita tropeços bobos. Mas ATENÇÃO, não estou sugerindo que tudo se resolve com macetes, dicas, manhas, etc. Se vocês não estudarem, não há milagres!

FUVEST 2010

"E o pior é que a maior parte do ouro que se tira das minas passa em pó e em moeda para os reinos estranhos e a menor quantidade é a que fica em Portugal e nas cidades do Brasil..."
João Antonil. Cultura e opulência do Brasil por suas drogas e minas, 1711.
Esta frase indica que as riquezas minerais da colônia:

a) produziram ruptura nas relações entre Brasil e Portugal.
b) foram utilizadas, em grande parte, para o cumprimento do Tratado de Methuen entre Portugal e Inglaterra.
c) prestaram-se, exclusivamente, aos interesses mercantilistas da França, da Inglaterra e da Alemanha.
d) foram desviadas, majoritariamente, para a Europa por meio do contrabando na região do rio da Prata.
e) possibilitaram os acordos com a Holanda que asseguraram a importação de escravos africanos.

 
Você, aluno ou aluna, leu o texto com cuidado. Viu que se trata de um escrito do século XVIII, que trata de Brasil e Portugal, ouro. Já se situou temporal e tematicamente. Mas é necessário ter certeza do que acabou de ler, buscar uma compreensão total.
O autor fala de ouro em pó e em moeda. Bom, moeda é usado em comércio e ouro em pó é sempre melhor para contrabandear, afinal, não foi derretido, transformado em lingotes e separado o Quinto. Então o autor está falando de comércio e contrabando, duas formas de se transferir riqueza não só entre Portugal e Brasil, como também com "reinos estranhos". Não se assuste, estranho é apenas fora do previsto, ou seja, qualquer reino que não fosse a metrópole era estranho.
Como aluno(a) atento(a) que é, vai ler alternativa por alternativa.
a) Ruptura? Alguém falou em ruputura, separação, quebra, rompimento, no texto? NÃO.
b) Tratado de Methuen? Putz, você não sabe lembra exatamente o que foi este tratado... Bom, pula para a próxima, mas fique atento(a).
c) De cara você precisa ficar atento(a): falou em "exclusivamente". Palavras como "sempre", "nunca", "exclusivo", são sempre perigosas. E porque seriam as riquezas minerais brasileiras exclusivamente para os interesses franceses, ingleses e alemães? Estamos em pleno Antigo Regime, monopólio e exclusivismo entre colônia e metrópole. Além disso, a Alemanha nem existe enquanto país ou reino nesta época.
d) Contrabando o texto fala que existia. Mas vamos lembrar do mapa da América do Sul e da Colonização Ibérica. Rio da Prata era território espanhol e fica um bocado longe das Minas Gerais. Ao mesmo tempo, Portugal tentava cercar e proteger a todo custo suas minas. O contrabando existia, mas não chegou a ser o caminho "majoritário" do ouro para a Europa e muito menos pelo Rio da Prata.
e) É verdade que os holandeses participavam do tráfego de escravos e também é verdade que os escravos eram comprados com o dinheiro conseguido nas Minas. Mas o gasto com mão-de-obra nunca, em nenhuma relação produtiva, pode ser o motivo do maior gasto de dinheiro. Senão não há porque produzir.
 
Bom, você continua não sabendo lembrando o que foi o Tratado de Methuen, mas já sabe que a alternativa B é a correta.
Para não passar em branco:
O Tratado de Methuen, também conhecido como Tratado dos Panos e Vinhos, foi um acordo assinado entre Inglaterra e Portugal, em 1703. Pelos seus termos, os portugueses se comprometiam a consumir os têxteis britânicos e, em contrapartida, os britânicos, os vinhos de Portugal. Não se trata de um acordo de exclusividade ou um "decreto de dependência", mas marca a entrada dos produtos manufaturados ingleses no mercado português destacando a fragilidade de sua produção.
Com três artigos, é o texto mais reduzido da história diplomática européia:
 
I. Sua Majestade ElRey de Portugal promete tanto em Seu proprio Nome, como no de Seus Sucessores, de admitir para sempre daqui em diante no Reyno de Portugal os Panos de lãa, e mais fábricas de lanificio de Inglaterra, como era costume até o tempo que forão proibidos pelas Leys, não obstante qualquer condição em contrário.


II. He estipulado que Sua Sagrada e Real Magestade Britanica, em seu proprio Nome e no de Seus Sucessores será obrigada para sempre daqui em diante, de admitir na Grã Bretanha os Vinhos do produto de Portugal, de sorte que em tempo algum (haja Paz ou Guerra entre os Reynos de Inglaterra e de França), não se poderá exigir de Direitos de Alfândega nestes Vinhos, ou debaixo de qualquer outro título, directa ou indirectamente, ou sejam transportados para Inglaterra em Pipas, Toneis ou qualquer outra vasilha que seja mais o que se costuma pedir para igual quantidade, ou de medida de Vinho de França, diminuindo ou abatendo uma terça parte do Doreito do costume. Porem, se em quaquer tempo esta dedução, ou abatimento de direitos, que será feito, como acima he declarado, for por algum modo infringido e prejudicado, Sua Sagrada Magestade Portugueza poderá, justa e legitimamente, proibir os Panos de lãa e todas as demais fabricas de lanificios de Inglaterra.

III. Os Exmos. Senhores Plenipotenciários prometem, e tomão sobre si, que seus Amos acima mencionados ratificarão este Tratado, e que dentro do termo de dous meses se passarão as Ratificações.

Por hoje é só.

segunda-feira, 8 de março de 2010

Orientações para o simulado I

Senhores e senhoras, em breve vocês terão um simulado pela frente e, depois disso, um Vestibular. Afinal, não adianta só ficar simulando, uma hora é pra valer.
A questão é que vocês devem encarar o simulado da forma mais realista possível. Ou seja, fazer como se fosse pra valer desde o começo. Ok, não é necessário ficar sem dormir, tenso e preocupado na véspera. Deixe isso para o Vestibular no final do ano. Porém é interessante imaginar que o simulado (e o nosso primeiro será no dia 20 de março) vai não só imitar uma prova da FUVEST (ou UNESP, PUC, etc) no seu formato, mas também na cobrança pelos estudos e na postura exigida de cada um.
As questões de múltipla escolha, os famosos TESTES, não são a princípio nem mais fáceis nem mais difíceis que questões discursivas. Se você pensar que basta fazer um X, bom, aí de fato qualquer um responde testes. Mas hoje em dia os vestibulares estão mais cuidadosos e formulando as questões de modo que a exigência é a mesma em qualquer tipo de questão.
De modo geral vocês precisam saber que três elementos são fundamentais e que toda questão irá pedir mais ou menos de cada um deles:

1. Conhecimento prévio: sim, meus/minhas jovens, vocês precisam estudar antes até mesmo para o simulado. E pior, você precisa estudar tudo e evitar esquecer o que estudou no mês passado só porque aprendeu algo novo neste mês. Consultem seus cadernos, leiam o livro, perguntem para o professor e, importante, leiam jornais e revistas com frequência. Isso pode te salvar numa emergência!

2. Capacidade de associação: cada dia os vestibulares querem verificar mais sua capacidade de correlacionar conteúdos e disciplinas diversas que simplesmente perguntar sobre algo pontual. Por exemplo: navegações na Antigüidade, na Modernidade, doenças de navegantes (Biologia), deslocamento das caravelas (Física), etc. A Unicamp fez o vestibular de 1999 todo assim!

3. ATENÇÃO! Além de ser obrigatório que você compreenda os enunciados, os textos oferecidos e as alternativas, é fundamental que você se mantenha atento. Não estou dizendo que há pegadinhas. Isso é coisa do passado. Mas todo texto possui detalhes. Dizer "sempre" é totalmente diferente de dizer "às vezes". Já vi gente errar questão simplesmente porque deixou de ler um "não".

Numa próxima mostrarei algumas estratégias para facilitar a resolução de testes. Não é mágica ou truque, apenas técnica.

quinta-feira, 4 de março de 2010

Exposição fotográfica II

Pessoal,

Fica aqui mais uma dica de exposição fotográfica inteiramente gratuita. As fotos reunidas aqui são dos anos 1950 e 1960, mas não se restringem à personalidades da política, como Juscelino Kubitschek. Os fotógrafos Sérgio Jorge e Jean Manzon, grandes nomes da fotografia brasileira, registraram também a intensa vida cultural brasileira da época.
Vale uma visita!


CAIXA Cultural apresenta:

Os anos JK: a era do novo
A partir dos olhares de Sérgio Jorge e Jean Manzon

Curadoria: Carlos Eduardo França de Oliveira e Renato Suzuki

Exposição Fotográfica
Entrada franca


De 6 de março a 11 de abril de 2010
Caixa Cultural São Paulo
Praça da Sé, 111
Terça-feira a Domingo, das 9 às 21h
Tel. (11) 3321-4400

Patrocínio: CAIXA Federal
Produção Famiglia Produções & Conceito
Apoio: CEPARCultural e Cenographina

quarta-feira, 3 de março de 2010

Questão de Vestibular

Eu estava pesquisando os vestibulares de anos anteriores a fim de selecionar questões para o simulado da 2ª série do Ensino Médio. Qual não foi a minha surpresa ao ver na última prova da PUC de São Paulo uma questão formulada em cima de um texto que nós acabamos de trabalhar em sala. Ok, não é exatamente o mesmo texto, pois no recorte que eles fizeram incluiram um outro trecho, mas o sentido permanece inalterado.
Melhor que simplesmente festejar a coincidência é vermos as diferentes possibilidades de formulação de uma questão em cima do mesmo texto ou ideia.

“Quando a capitania das Minas Gerais conhecia o seu apogeu, milhares de homens viviam na miséria, passavam fome, vagavam sem destino pelos arraiais, tristes frutos deteriorados de um sistema econômico doente e de uma estrutura de poder violenta. Da riqueza extraída das minas, quase tudo ia para a Metrópole, onde se consumia em gastos suntuários, em construções monumentais (...), no pagamento das importações de que Portugal necessitava.”

(Laura de Mello e Souza. Opulência e miséria nas Minas Gerais. P. 75-76)
O texto acima mostra várias faces da exploração do ouro nas Minas Gerais durante o período colonial. A partir dele e de seus conhecimentos sobre o período, indique a alternativa correta.

A) Poucos se beneficiaram da riqueza oferecida pelos minérios e nenhum brasileiro enriqueceu com a extração de ouro ou de diamantes porque apenas os portugueses podiam realizá-la.
B) A mão-de-obra escrava predominava nas Minas Gerais porque a Igreja Católica impedia que os índios trabalhassem e nenhum homem livre se dispunha a enfrentar as dificuldades da região.
C) O sonho do enriquecimento fácil e rápido atraiu milhares de pessoas para a região e todos podiam explorar livremente, pois a metrópole não estabelecia qualquer limite ou restrição à atuação dos mineradores.
D) A imensa riqueza extraída era compartilhada de forma desigual, dada a forte dependência da Metrópole, o alto custo dos alimentos na região e o grande volume de impostos.
E) Quase todos os escravos que trabalharam nas Minas Gerais obtiveram alforria, por meio do furto de parte do minério encontrado ou porque os proprietários libertavam aqueles que descobriam ouro.

 
 
Resposta nos comentários.