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quarta-feira, 5 de maio de 2010

Para ler e reler...

Foi dada em uma atividade avaliativa o seguinte texto da historiadora Emilia Viotti da Costa sobre a vinda da Família Real Portuguesa:
“Chegando ao Brasil, a primeira medida tomada por D. João VI foi a abertura dos portos brasileiros, em ‘caráter provisório’, ao comércio direto estrangeiro (...). Seguiram-se medidas revogando os entraves à produção e ao comércio da colônia, cuja permanência era incompatível com sua nova situação de sede da monarquia. O alvará do 1º de abril de 1808 permitiu livre estabelecimento de fábricas e manufaturas, levantando as restrições anteriormente estabelecidas. A 30 de janeiro de 1810 revogou as disposições de 1749 e 1751 e autorizou todos os vassalos a vender, pelas ruas e casas, qualquer mercadoria que tivesse pago os competentes direitos. (...) O decreto de 18 de julho de 1814 permitiu a entrada de navios de qualquer nação nos portos dos Estados Portugueses e a saída dos nacionais para portos estrangeiros. (...) A série de medidas culminaram com a lei de 16 de dezembro de 1815, elevando o Estado do Brasil à graduação e categoria de Reino.”

Emilia Viotti da Costa. "Introdução ao estudo da emancipação política". P. 74.
O objetivo era destacar as grandes mudanças econômicas e políticas que a América Portuguesa sofreu com a transferência da Corte portuguesa para o trópicos.

Para ler mais:
Em 2008 foram comemorados os 200 anos dessa mudança e pipocaram eventos e "obras" a respeito: cerimônias, livros, samba-enredos, etc.
A Revista de História da Biblioteca Nacional publicou em janeiro daquele ano uma edição especial e em fevereiro reuniu um dossiê com várias reportagens a respeito. Sinta-se à vontade para escolher um texto para ler. Os alunos que quiserem redigir um resumo sobre um dos artigos podem me entregar como atividade extra.

Especial - A Corte Chegou!

E Portugal fugiu para o Brasil
Um dossiê sobre a vinda da família real em 1808

sexta-feira, 30 de abril de 2010

Mitos e versões

Não é a primeira vez que comento sobre a construção de mitos, heróis (ou anti-heróis) e imagens que perduram por séculos. Em todos os casos a construção serve a algum propósito político ou ideológico. Em alguns casos ainda recebe a colaboração de sátiras mais eficientes que os estudos históricos.
Um dos casos mais típicos talvez seja o de D. João VI que nas telas de cinema e na televisão comumente sofreu com a ridicularização. Assim foi com o filme Carlota Joaquina: a princesa do Brasil e com a mini-série "Quinto dos Infernos".
Retratado como covarde por ter "fugido" de Napoleão, casado com uma mulher adúltera e um glutão comedor de frangos: essas são só algumas imagens associadas a D. João no filme de Carla Camurati.
Mas não é bem assim. O hábito de fazer piada com governantes e a, por que não dizer, baixa estima com que costumamos olhar para o nosso passado colaboraram para este mito.
O jornalista e escritor, Laurentino Gomes, autor do livro "1808" oferece uma imagem bem mais favorável do governante português: 
"Graças à capacidade de escolher os seus auxiliares e de lhes delegar as tarefas do governo, D. João passou para a história como soberano relativamente bem sucedido, especialmente quando comparado aos seus pares da época, todos destronados, exilados, presos ou mesmo executados pela onda revolucionária francesa."
E o próprio imperador francês foi bem mais generoso que normalmente somos com o rei português. Para Napoleão Bonaparte, D. João VI foi
“O único a me tapear em todos os tempos”.