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quinta-feira, 15 de março de 2012

Combates filosóficos

A imagem segundo a qual a filosofia é um grande campo de batalha de ideias é coisa velha. Discutir, argumentar, oferecer novas visões de mundo... tudo isso faz parte da história da filosofia e de seus pensadores.  Mas, em geral, os filósofos não são superados (ou vencidos) por expoentes mais novos, pois o pensamento se faz mais por diálogo que por simples oposição certo versus errado.
Apropriando-se da imagem do combate e misturando com os antigos games de lutas ao estilo Street Fighters e Mortal Kombat, o pessoal da Superinteressante criou um joguinho absurdamente simples e divertido sem perder conteúdo: o Filosofighters.


Explicando melhor: Platão, Santo Agostinho, Nicolau Maquiavel, René Descartes, Jean-Jacques Rousseau, Karl Marx, Friedrich Nietzsche, Jean Paul Sartre e Simone De Beauvoir são agora lutadores e precisam se enfrentar. Além dos tradicionais chutes e socos, cada um dos filósofos utiliza dois golpes especiais que você fica conhecendo lendo um pouco mais sobre o lutador. Marx, por exemplo, arremessa a foice e o martelo, além de convocar os trabalhadores para ajudá-lo.


Para jogar, clique AQUI.
Só não vai ficar jogando e esquecer de estudar para as provas!

sexta-feira, 17 de junho de 2011

Eu me lembro

Vi no Blog "Reclames do Estadão" e adorei.
Eu me lembro perfeitamente das cópias azuis (ou roxas) cheirando a álcool, só não sabia que o maquinário era tão antigo e... duradouro. Todas as minhas atividades na pré-escola eram assim. Mas ouvi dizer que ainda há lugares que usam o mimeógrafo!

“Apresenta-lhes V.S. Os fatos que Eles necessitam? O progresso do mundo fez com que as atividades comerciais, governamentais, escolares, eclesiásticas…todos os ramos da atividade humana se tornassem cada vez mais complexos. São tantas as pessoas interessadas em qualquer ramo de administração que as máquinas de mimeografar se tornaram imprescindíveis para a distribuição das informações aos interessados. Resolver os problemas da autocópia – por meio do ‘stencil’ tem sido o trabalho da A. B. Dick há mais de 60 anos.”

19 de novembro de 1944

Reparem na linguagem usada nas publicidades da década de 1940...

terça-feira, 24 de maio de 2011

Da história para a fofoca...

Alguns dos meus bons amigos de faculdade eram do curso de geografia. Como eles tinham o Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) acabei assistindo a muitas apresentações e comentários de professores. Um deles era famoso por ganhar a plateia de geógrafos fazendo piada com historiadores, e disse certa vez:

"História é fofoca com método."
Digamos que ele não está certo, mas também não estava completamente errado. Método, ou seja, o caminho investigativo segundo regras científicas (tese + antítese = síntese / rigor na análise, precisão das fontes, etc.) faz parte do trabalho do historiador como de qualquer outro cientista. E o fato de muitas vezes termos acesso a fontes que não são lidas comumente acaba nos transformando em bisbilhoteiros profissionais.
Imagine o que se pode encontrar lendo a correspondência pessoal de indivíduos que hoje são conhecidos como grandes artistas, políticos ou "herois". Torana-se comum tropeçar em casos de amantes, filhos bastardos, relações suspeitas, escândalos, apelidos, etc. E como as pessoas gostam da vida alheia, não é?
Não vou dizer que sou contra as "curiosidades históricas", mas é bom lembrar que elas, por si só, adiantam pouca coisa. Porém, podem servir de ponto de partida.
Vejamos um post do blog Superlistas, da Superinteressante: 7  reis com apelidos bizarros.
A pergunta por trás deste texto (bem divertido, aliás) poderia ser: qual a função dos nomes (ou sobrenomes) e como eles se estabelecem?
Apesar do uso corrente no Brasil, "nome" na verdade é  o prenome, ou seja, o nome individual, "de batismo". No entanto, em sociedades muito pequenas, rurais ou em cidades pré-industriais, o individual pouco importava. Durante a Idade Média e mesmo a Idade Moderna, era fundamental a sua rede social: qual sua família, clã, cidade ou região de origem, qual era a atividade dos seus. E daí vinha seu "nome", aquilo que designava quem você "realmente" era. Em uma sociedade anterior ao individualismo burguês (algo surgido mais ou menos a partir do século XVIII, mas consolidado como parte de uma mentalidade só no século seguinte) o importante não era saber que eu sou, e sim saber o que dizem as ligações com a comunidade da qual faço parte.
Poderíamos imaginar o seguinte diálogo em algum ponto de Portugal:
- Sabe o Manuel?
- Qual Manuel?
- O filho do Álvaro.
Logo, tratava-se de Manuel Álvares. Assim como em inglês temos o sufixo "-son", em dinamarquês o "-sen", em espanhol "-ez", o filho é designado em português pela terminação "-es": Esteves, Rodrigues, Fernandes, etc.
Ainda podemos pensar diferente:
- Sabe o Manuel?
- Aquele nascido em Braga?
Logo, trata-se de Manuel Braga. O nome da cidade acaba virando um "atestado": Braga, Moreira, Coimbra, Prado, etc.
Em outros idiomas ainda temos a ideia da profissão e é fundamental lembrarmos que os ofícios em época sem a disseminação de escolas era passado de pai para filho ou como parte de uma corporação tradicional. Portanto, John Miller, nada mais era (no passado) que João, o moleiro, aquele que possuía um moinho (mill = moinho). Em alemão, por exemplo, temos como nome de família profissões como açougueiro, alfaiate, ferreiro, carpinteiro, entre tantos outros. 
Com o tempo perdemos um pouco a noção do significado, afinal, os idiomas foram se modificando e o nome se banalizou. Atualmente, não há como encontrar alguém em cidades com milhares de pessoas sem o uso de um nome formal. Apesar que em alguns círculos menores os apelidos e referências familiares ainda são mais usuais. Na escola, por exemplo, alguns alunos se referem a colegas usando apelidos que fazem total sentido para eles, mas para mim pouco dizem...