quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Lição de casa

A semente nos ensina a não caber em si.
Arnaldo Antunes

Férias!

Pessoal,

Gostaria de comunicar a todos que também tirarei férias do blog depois de um longo ano com mais de 200 post. Creio que todos nós merecemos, não é? Devo voltar em meados de janeiro, pouco antes da volta às aulas (para os alunos da 2a. série, então 3a.).
Aos alunos que eu não vir mais, pois se formam agora, parabéns pela conclusão do Ensino Médio e boa sorte em seus novos (e longos) caminhos.
Para todos fica aqui meu cordial abraço e aproveitem o tempo para descansar. 2011 promete!!! 

JC 2.0

Gosto de coisas simples, mas criativas. Como este vídeo abaixo: uma "atualização" do nascimento de Cristo.


Visto antes no JB

Feliz Natal para todos e Boas Férias!

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Prefere fechar os olhos?

A discriminação racial persiste no cotidiano das crianças brasileiras e se reflete nos números da desigualdade entre negros, indígenas e brancos.
Com a campanha Por uma infância sem racismo, o UNICEF e seus parceiros fazem um alerta à sociedade sobre os impactos do racismo na infância e adolescência e sobre a necessidade de uma mobilização social que assegure o respeito e a igualdade étnico-racial desde a infância.
Baseada na ideia de ação em rede, a campanha convida pessoas, organizações e governos a garantir direitos de cada criança e de cada adolescente no Brasil.

PARTICIPE!
Fonte: site oficial da campanha

Fique de olho

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Uma gota...

Quando propusemos um debate envolvendo alunos e professores a respeito da eugenia todos tínhamos ideia da atualidade do tema. Independente do surgimento das primeiras teorias raciais eugênicas (aquelas que pregavam algum tipo de hierarquização e seleção de grupos humanos) no século XIX e de seu ápice com o nazismo alemão nas décadas de 1930 e 1940, a presença do racismo até os dias atuais bem como as discussões a respeito das possibilidades da engenharia genética mantêm a atualidade do tema. Às vezes o assunto surge mesmo quando menos esperamos.
Abri o jornal sem grandes pretenções quando via a seguinte manchete:



Ao contrário do Brasil, igualmente ex-escravista e portanto com grande população afro-descendente, os EUA optaram por estabelecer regimes segregacionistas nos estados do sul do país. Aquela era a região com maior concentração de negros exatamente por ter abrigado o regime escravista até meados do século XIX. Com base nas teorias raciais segundo as quais os negros eram "obviamente" inferiores, os brancos estadunidenses sulistas se viram no "direito" de obrigar a população a uma divisão racial. Negros e brancos não estudariam nas mesmas escolas, não comeriam nos mesmo restaurantes, não sentariam nos mesmo lugares dos ônibus, entre muitos outros casos.
Havia entre essas leis segregacionistas uma de nome bem peculiar:  'One-drop rule' (Regra de uma gota, em inglês, ou Lei da Hipodescendência).
Segundo essa lei, que foi usada em muitas partes dos Estados Unidos de 1662 até a década de 1960 na maior parte dos Estados (em Louisiana ela vigorou até 1985, quando a corte determinou que uma mulher não poderia se identificar como "branca" em seu passaporte pois sua pentavó era negra), o norte-americano que tivesse qualquer grau de ancestralidade africana ("uma gota de sangue africano"), seria considerado negro.

O Estado de S. Paulo

Vocês conseguem visualizar o que seria uma pentavó negra? Eu tenho uma! Mas o que para mim seria motivo de orgulho no contexto de uma sociedade racista implica em ser considerado inferior ou menos merecedor de bons empregos, bons salários, etc.
O que os pesquisadores de Harvard constataram que apesar de os EUA estarem numa fase com grande presença de negros bem-sucedidos ainda há uma tendência às pessoas seguirem a regra da uma gota instintivamente. Indivíduos que foram colocados diante de fotos de pessoas com perfis étinicos variados (alguns mais negros outros mais brancos) tenderam a identificar como negros todos aqueles que pareciam ter algum antepassado negro. Ou seja, ninguém "branqueou". Ninguém disse que por um fulano ter mais ascendentes brancos ela era branco. Entendem onde está o preconceito? Não é apenas uma gota, é uma mácula, uma mancha, uma impureza, e aparece como irreversível.
No Brasil, onde o racismo é direfente (e isso não quer dizer inexistente!!!), há diversos matizes por conta, entre outros motivos, da alta taxa de miscigenação. O primeiro censo realizado no Brasil, em 1872 ainda durante a escravidão, já previa ao menos três "cores": brancos, negros e pardos. O IBGE, por exemplo, não identifica quem é negro ou branco, tudo depende da auto-declaração do cidadão. Se por um lado declarações como "sou cor de canela" ou "marrom-bombom" geram risos, ainda acho mais saudável que ignorar identidades e afirmar uma ascendência por causa de uma gota.
Afinal, é uma questão de identidade cultural ou cor de pele?

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Quem disse que a novela acabou?

Inep disponibiliza consulta aos locais de prova da segunda aplicação do Enem


O ministério definiu que apenas os candidatos prejudicados pelos erros de impressão no caderno de prova amarelos, que não continham as 90 questões, poderão refazer o Enem. Segundo a pasta, eles serão comunicados por e-mail, SMS e telegrama. A avaliação terão início às 13h da próxima quarta-feira (15). -- Folha de S. Paulo
Para consultar o local da sua prova clique AQUI.

Revolta da Chibata

Há algum tempo eu postei aqui o link para uma exposição virtual montada pelo Arquivo Público do Estado de São Paulo (APESP) a respeito da Revolução de 1924 em São Paulo. Agora a mesma instituição disponibilizou o resultado de suas pesquisas sobre a Revolta da Chibata de 1910.
Além de completar 100 anos agora a Revolta reúne inúmeras temáticas interessantes: foi um movimento de marinheiros contra os castigos físicos dentro da Marinha, criticava a jovem República ao acusá-la de não modernizar a sociedade como havia proposto e tinha como liderança um marinheiro negro chamado João Cândido.
Vale a pena dar uma olhada nas 9 "salas" que o APESP organizou reunindo fotografias, artigos de jornais e revistas da época, textos originais, etc.

Clique AQUI.

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Um comentário e um aviso

Vou tentar ser o mais objetivo possível e seguir exatamente o que consta do título deste post. Portanto, vamos primeiro ao comentário.

 
Temos 3 grupos de alunos: o composto pelo pessoal que terminou o ano sem precisar sequer de recuperação no 4o. Bimestre; o grupo dos que precisaram da recuperação parcial e conseguiram fechar o ano; e o último grupo com aqueles que ainda precisarão da Recuperação Final.
Aos alunos dos dois primeiros grupos, meus parabéns. Quem passou direto merece o reconhecimento pelo esforço e dedicação, aos que ainda fizeram a recuperação parcial não é justo deixá-los sem uma palavra de apoio, afinal lutaram bravamente para recuperar as notas. Para os demais resta uma última etapa no dia 10 de dezembro, portanto, espero ainda mais força e dedicação.

 
AVISO Importante! Vocês que farão a Recuperação Final já devem ter visto os conteúdos selecionados para este exame (confira AQUI). Gostaria de alertá-los para uma questão de lógica. O conteúdo é vasto (dá conta de quase todo o ano até o 4o. Bimestre) e o tempo é curto, muito curto. Então vocês podem se perguntar: "como devo estudar?" O estudo deve ser lógico. Isso mesmo, lógico.
  • Se há muito conteúdo e ao longo do ano eu não pedi datas, nomes, detalhes, faz algum sentido eu exigir isto agora? Não! Portanto, privilegie processos, noções amplas, etc.
  • Fizemos atividades, anotações, provas, lemos textos. Faz sentido eu esperar o estudo com base em outro material? Não! Portanto, reveja o que você já fez, relembre o que já foi estudado.
  • Acabamos de ver um conteúdo X no 4o. Bimestre e que também foi objeto na recuperação parcial. Faz sentido você começar a estudar por este tema? Não! Portanto, preocupe-se com aquilo que você talvez tenha esquecido ou que a lembrança não é mais tão viva.
Pense seus objetivos, estabeleca sua estratégia e 'bora estudar...
Estarei no Colégio durante toda a manhã de terça-feira (também conhecida por "amanhã") à disposição para tirar dúvidas, bem como na sexta-feira antes da prova final.

domingo, 5 de dezembro de 2010

Debate com Reflexão e vice-versa

Na sexta-feira última, dia 3 de dezembro, nós praticamente encerramos as atividades escolares. Restam apenas os exames finais da recuperação no dia 10. Mas naquele dia 3 à tarde também aproveitamos o clima de fim de ano para experimentar uma atividade extracurricular. Reunimos uma turma bem disposta de alunos do Ensino Médio (da 1a. à 3a. série) e professores de diversas áreas (literatura, filosofia, história, biologia, química e o padre orientador espiritual do Colégio) para uma sessão de reflexão e debate.
O tema escolhido foi a eugenia, a pseudociência nascida no século XIX que defendia o melhoramento das raças controlando os cruzamentos entre os indivíduos. Pensava-se ser possível diminuir o número de pobres, de deficientes e até mesmo gerar uma raça superior. Com base na eugenia pode-se chegar a quase todo tipo de preconceito racial e social atual: do nazismo ao racismo mais tosco, da pobreza como herança à "ditadura da genética".
Os 18 alunos que haviam se inscrito para a atividade foram divididos em grupos de 4 a 5 elementos e, reunidos em salas diferentes, tomaram conhecimento de algumas provocações. Eles já tinha lido um material prévio especialmente selecionado, mas na sexta-feira receberam ainda mais informações em vídeos, música, novos textos. Diante desses subtemas iniciaram as discussões, sendo que cada grupo poderia rabiscar à vontade os papéis que cobriam as mesas de cada sala. Havia então um rodízio, permitindo que cada grupo tivesse contato com dois subtemas diferentes até voltarem para a posição original onde teriam que formular uma apresentação de 3 min.
Como pensar cansa tanto (ou mais) quanto uma atividade físíca fizemos uma pausa para o café e depois voltamos ao debate, agora todos juntos na mesma sala. A troca de impressões, as opiniões diferentes e a vontade de participar de alunos e professores fez com que nos esquecêssemos do tempo. A atividade estava prevista para acontecer entre 14 e 16h, mas quando nos demos conta já era mais de 17h. Agora é ver como será 2011. Quem sabe não continuemos com este projeto...
Abaixo temos algumas das fotos do encontro. Creio que será mais fácil de compreender a dinâmica da atividade.

Para aumentar o tamanho da imagem clique sobre a apresentação de slides.


Optei por não colocar o nome dos alunos presentes nas fotos, pois se tratam de menores de idade e não conversei com cada um a respeito.

O tempo

Vivemos reclamando que o tempo é curto. Muitas pessoas gostam de dizer que precisariam de mais uma ou duas horas por dia para poderem fazer tudo que precisam, em geral trabalho. Alguns sofrem com a mesmice do dia a dia, a repetição quase mecânica de dias idênticos, enquanto que quase todos dividem suas vidas em ciclos: a infância, a adolescência, o período escolar, o tempo de faculdade. "Não sou mais adolescente, agora tenho responsabilidade, é uma nova fase porque estou seguindo meu próprio caminho...". O caminho que, aliás, pode se transformar em, como no francês route palavra que dá origem a rotina, o caminho sempre percorrido, sempre repisado.
Representação de Cronos devorando um de seus filhos

Este tempo cotidiano, cíclico, os gregos (sempre eles!) chamavam de chronos. Ou melhor, usavam a fantástica figura da divindade Cronos para explicar esta imagem filosófica. Cronos era uma dividade de segunda geração (um titã), filho de Urano, o céu estrelado, um deus primordial. Casado com Réa, Cronos teve seis filhos, os cronidas e que viriam a ser as grandes divindades gregas. Eram seus filhos as três mulheres Héstia, Deméter e Hera e os três homens Hades, Posídon e Zeus, juntos abarcavam toda a vida terrestre: as mulheres representavam respectivamente os laços familiares e o lar, a terra cultivada e as colheitas, e a família constituída, enquanto os homens seriam o mundo dos mortos ou submundo, o mundo das águas e mares, e o céu.
Cronos, no entanto, receava ser destronado. Um oráculo havia lhe dito que seu reinado como Deus dos Deuses seria encerrado por obra de um de seus filhos e, para evitar que isto acontecesse, o velho titã engolia cada um assim que nascia. Porém, Réia salvou Zeus dando a Cronos uma pedra enrolada em panos. Ao crescer Zeus decidiu se vingar com a ajuda de Métis (a prudência) que lhe deu uma poção capaz de fazer Cronos vomitar os outros filhos engolidos. Depois disso Zeus matou Cronos, tornando-se o Deus dos Deuses.
Essa imagem de Cronos engolindo seus filhos é extremamente rica, pois ilustra a ideia de que o tempo cria todas as coisas, todas as relações humanas e depois as engole. Ou seja, o tempo cíclico, ano após ano. Machado de Assis, em Memórias Póstumas de Brás Cubas, brincou com esta construção ao dizer que "nós matamos o tempo e o tempo nos engole", reforçando e ironizando nossa condição de reféns de Cronos na vida contemporânea.
Mas para os gregos ainda haveria outro tipo de tempo, filho do próprio Cronos, chamado Kairós, "o tempo oportuno". Ou seja, o tempo que se repete de forma inevitável é diferente do tempo bem aproveitado, o momento certo. Kairós é muitas vezes entendido como parte dos demais deuses, como se estivesse misturado a outros elementos básicos da vida, como Atena (a inteligência), Eros (o amor) ou Aevum (a eternidade).
Posteriormente os cristãos primitivos usaram-se dessa filosofia e incorporaram Kairós como o tempo divino, o tempo da graça em oposição ao tempo cronológico do homem. Lembrando que boa parte da teologia cristã dos primeiros tempos se deu em regiões helenizadas, ou seja, de mentalidade grega (Península Balcãnica e Ásia Menor). 
E o seu tempo é regido por Cronos ou por Kairós?


P.S.: Essa reflexão é resultado da interessante reunião pedagógica de final de ano coordenada pelo pessoal da Pastoral. Na ocasião foi dado ênfase no Kairós cristão, o contrário do que tentei fazer aqui.
P.S.2: Nas mitologias como um todo há inúmeras versões para o mesmo mito dependendo do período histórico e da região onde foi registrado determinado mito. Aqui escolhi uma das versões mais populares e imortalizada por poetas e filósofos.

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Laçamento de Livro

Minha grande amiga dos tempos de faculdade está lançando sua dissertação de mestrado em forma de livro.
Fica aqui o reconhecimento de um trabalho bem feito.

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Gosto não se discute

Todo mundo tem gostos pessoais, preferências que são parte da personalidade. Nós, professores, não fugimos a esta regra. É fato que um prefere História do Brasil Colonial, ou encontra mais prazer discutindo Mundo Contemporâneo. Tanto é que algumas aulas acabam sendo memoráveis e outras são quase cumprimento de tabela.
Com a Fuvest acontece a mesma coisa. Os professores que formulam a prova também gostam de alguns temas ou estilo de prova. Quase sempre, por exemplo, Napoleão aparece no vestibular. Sua importância para a história ocidental é inegável e acabou levando a uma coincidência curiosa.
Num post de 7 de junho - Questão e reflexão - discuti uma pergunta da prova da segunda fase da Fuvest de 2005:
Vejam a questão da Fuvest deste ano:

A cena retratada no quadro acima simboliza a

a) estupefação diante da destruição e da mortalidade causadas por um tipo de guerra que começava a ser feita em escala até então inédita.
b) Razão, propalada por filósofos europeus do século XVIII, e seu triunfo universal sobre o autoritarismo do Antigo Regime.
c) perseverança da fé católica em momentos de adversidade, como os trazidos pelo advento das revoluções burguesas.
d) força do Estado nacional nascente, a impor sua disciplina civilizatória sobre populações rústicas e despolitizadas.
e) defesa da indústria bélica, considerada força motriz do desenvolvimento econômico dos Estados nacionais do século XIX.

Fácil? Nem tanto... Era necessário lembrar que o quadro mostra o fusilamento de civis resistentes ao avanço napoleônico na Espanha. Ou seja, simboliza a "estupefação diante da destruição e da mortalidade causadas por um tipo de guerra [a guerra com ataques a civis] que começava a ser feita em escala até então inédita".
Alternativa A.Para contextualizar a questão utilizei o quadro do pintor espanhol Goya, chamado Los fusilamientos del tres de mayo.

"A mais extravagante ideia que possa germinar no cérebro de um político é acreditar que basta a um povo entrar de mão armada num país estrangeiro para lhe fazer adotar as suas leis e a sua Constituição. Ninguém estima os missionários armados, e o primeiro conselho que a natureza e a prudência dão é repeli-los como inimigos."

(Robespierre, janeiro de 1792.)

a. Por que a ocupação da Espanha pelo exército napoleônico, em 1808, tornou o texto profético?
b. Há no momento atual alguma situação à qual o texto pode ser referido? Por quê?


Veja a questão deste ano:

A cena retratada no quadro acima simboliza a

a) estupefação diante da destruição e da mortalidade causadas por um tipo de guerra que começava a ser feita em escala até então inédita.
b) Razão, propalada por filósofos europeus do século XVIII, e seu triunfo universal sobre o autoritarismo do Antigo Regime.
c) perseverança da fé católica em momentos de adversidade, como os trazidos pelo advento das revoluções burguesas.
d) força do Estado nacional nascente, a impor sua disciplina civilizatória sobre populações rústicas e despolitizadas.
e) defesa da indústria bélica, considerada força motriz do desenvolvimento econômico dos Estados nacionais do século XIX.

Fácil? Nem tanto. Para responder precisava saber o contexto e a "mensagem" do quadro, assim como compreender o significado das alternativas. Ou seja, era necessário lembrar que o avanço napoleônico e o envolvimento de civis representavam um estilo novo de guerra com dimensões inéditas. Na prática, a guerra movida por Napoleão foi a primeira guerra mundial propriamente dita, por ter arrastado inúmeros países de lado a lado.
Resposta: alternativa A

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Falta pouco...

Depois de quatro provas bimestrais e quatro possibilidades de recuperação a cada bimestre ainda temos a recuperação final. Sim, mais uma provinha, mas desta vez com um conteúdo maior que um simples bimestre.
A programação total, com o conteúdo de todas as disciplinas já está rodando por aí (eu acho). Em todo caso, não custa reforçar, certo?
Vocês conhecem o esquema melhor que eu: conteúdo para estudar em casa, se alguém tiver dúvidas pode me procurar no Colégio ou por aqui nas próximas semanas, mas nada de aula marcada préviamente. A única obrigação é aparecer no dia do exame.

2a. série
  • Escravidão no Brasil (Século XIX)
  • Revolução Francesa.
  • Revolução Industrial.
  • Imperialismo e Neocolonialismo
Justificativa: os 4 temas são fundamentais para entendermos Brasil e o Mundo que estudaremos no próximo ano. O século XX não existiria sem a industrialização, o capitalismo e seus críticos, as relações internacionais e nacionais resultantes deste quadro.
Prova: 10 de dezembro (sexta-feira)



Talvez você não esteja tão desesperado...
 3a. série 
  • Período Entre-guerras e Crise de 1929
  • Nazi-Fascismo
  • II Guerra Mundial
  • Pós-guerra
  • Era Vargas
  • Regime Liberal Populista

Justificativa: A preocupação aqui é garantir que o aluno dominou a essência do século XX, em especial sua face mais sombria entre 1918 (fim da I Guerra Mundial) até meados da década de 1960. Repare que ficou de fora dessa seleção de temas a Guerra Fria, pois todos (mesmo!) mostraram ter compreendido bem o conceito e a dinâmica deste processo histórico.
Prova: 10 de dezembro (sexta-feira)

Fuvest anulou questão

Para quem fez a prova da Fuvest uma notícia importante (ou não): anularam a questão abaixo.
— Não entra a polícia! Não deixa entrar! Aguenta! Aguenta!
— Não entra! Não entra! repercutiu a multidão em coro.
E todo o cortiço ferveu que nem uma panela ao fogo.
— Aguenta! Aguenta!
(Aluísio Azevedo, O cortiço, 1890, parte X)
O fragmento acima mostra a resistência dos moradores de um cortiço à entrada de policiais no local. O romance de Aluísio Azevedo

a) representa as transformações urbanas do Rio de Janeiro no período posterior à abolição da escravidão e o difícil convívio entre ex-escravos, imigrantes e poder público.
b) defende a monarquia recém-derrubada e demonstra a dificuldade da República brasileira de manter a tranquilidade e a harmonia social após as lutas pela consolidação do novo regime.
c) denuncia a falta de policiamento na então capital brasileira e atribui os problemas sociais existentes ao desprezo da elite paulista cafeicultora em relação ao Rio de Janeiro.
d) valoriza as lutas sociais que se travavam nos morros e na periferia da então capital federal e as considera um exemplo para os demais setores explorados da população brasileira.
e) apresenta a imigração como a principal origem dos males sociais por que o país passava, pois os novos empregados assalariados tiraram o trabalho dos escravos e os marginalizaram.

A ideia de usar um texto literário para discutir uma questão do conteúdo de história foi ótima. Pena que se embananaram na hora de formular a pergunta. Por eleminação - bastava ter lido o livro ou interpetar corretamente o trecho oferecido - restaria apenas a alternativa A como correta. O problema é que a alternativa A não está correta!
O livro O Cortiço foi publicado em 1890, dois anos após a abolição da escravidão. No entanto, a história se passa antes de 1888, tanto é que uma das personagens - a Bertoleza - é escrava. Se não fosse este "pequeno" detalhe a alterantiva estaria correta.

Encontro na sexta-feira

Aos alunos que se inscreveram para participar de nosso projeto piloto de Reflexão e Debate, gostaria de lembrá-los da data - sexta-feira, dia 3/12 - e pedir que cheguem um pouco antes do horário, evitando atrasos. O ideal seria chegar às 13:45 para podermos entender as regras da "brincadeira" e podermos aproveitar melhor a tarde.
Por favor, não deixem de ler o material que já foi disponibilizado. Debate sem conteúdo, sem informações prévias é mero blá-blá-blá. Não queremos uma daquelas mesas redondas de futebol, não é?

Até sexta-feira!

terça-feira, 30 de novembro de 2010

segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Darwin?

Você sabe definir o conceito de "seleção natural"?

Atrasado, estudante perdeu prova porque quis dar uma volta pela Cidade Universitária
"O estudante contou que, mesmo conhecendo “relativamente bem” o câmpus, estava sem relógio e se distraiu. Quando viu a hora em um dos relógios de rua da USP, tomou um susto: eram 12h58. Thiago pediu e conseguiu carona com uma mulher que passava pelo local, mas só chegou à Poli às 13h10. Encontrou os portões fechados."

Quem arrisca um palpite?

Para professores, prova da Fuvest foi bem elaborada com nível médio

Acho que vi a mesma manchete nos últimos 10 anos...

Vale conferir!

A professora Sacay (biologia) criou um projeto bimestral com os alunos da 3a. série bem interessante. A partir dos estudos de genética que eles estavam realizando ao longo do último bimestre, cada aluno deveria escolher um tema específico, do seu agrado e relacionado com suas opções de carreria universitária. Em outras palavras, quem pretende seguir o direito buscou relacionar genética e direito, por exemplo.
O resultado foi bem interessante e, em alguns casos, inusitado. Genética e canto foi, para mim, um dos casos mais inesperados. Outros, mesmo que mais populares, mostraram boas pesquisas e redação cuidadosa. E tudo isso está acessível por meio de blogs. A lista completa no blog criado pela própria Sacay, do qual já sou seguidor.

(cheia de sacadinhas a Sacay, né?)

Todos os blogs dos alunos estão listados à esquerda.

domingo, 28 de novembro de 2010

Falha nossa

Pessoal,
Com essa correria de provas bimestrais e recuperações acabei me esquecendo de desejar boa sorte na FUVEST aqui no blog. Até comentei na sala de aula, mas não postei nada aqui.
Espero que todos tenham ido bem. Quem quiser e puder, deixe aqui sua impressão sobre a prova.

Abraços a todos.

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Uma leitura interessante

Nesta semana o assunto do momento foi (ainda é) a ação policial contra o crime organizado no Rio de Janeiro. Os programas de televisão - de jornalismo ao mais puro mundo cão - têm dado o máximo de espaço possível à questão.
Aparentemente os tempos são outros. Depois de 2 Tropa de Elite a imprensa tem elogiado a ação da polícia e comemorado o avanço da repressão policial com ajuda das Forças Armadas. Não sou crítico da ação, creio, inclusive, que os ataques dos criminosos foi resultado das medidas dos governos fluminense e carioca com suas UPPs. O desespero fez o tráfico tomar medidas extremas e, neste caso, me parece minimamente correta a postura do poder público.
Mas acabei de ler um comentário do jornalista Kennedy Alencar, na Folha. Gosto do Alencar, em geral cauteloso em suas colocações, avesso a extremismos ingênuos. Desta vez ele deu voz a alguns dos meus pensamentos.

Capitães Nascimento

"Tropa de Elite" é um filme interessante. Coloca o dedo na ferida em alguns pontos, como o da corrupção política e policial. Escorrega ao idealizar o policial honesto, mas torturador. Mas o mais importante é lembrar que se trata apenas de um filme - pura diversão para alguns, crítica social para outros.
A vida real é mais complicada. A crise do Rio, então, muito mais. A histórica ação na Vila Cruzeiro, com o poder público reconquistando um território do narcortráfico, não é "Tropa de Elite". Parte da imprensa está batizando os policiais da operação de quinta-feira (25/11) de "Capitães Nascimento". Corremos perigo indo por aí. O Nascimento da ficção não é um bom modelo. Pelo contrário.
Os policiais militares que estão colocando a vida em risco cotidianamente merecem respeito, apoio, melhores salários etc. No entanto, a sociedade não pode dar carta branca para o uso indiscriminado da violência _a população mais pobre que vive nas áreas nas quais os criminosos se refugiam sabe o custo disso. Mesmo em situações extremas, como a que vive o Rio hoje, policial não pode agir como bandido. O Nascimento da ficção atuou muitas vezes assim.
Em "Tropa 2", "o sistema" é maior culpado. Na Vila Cruzeiro, "o sistema" deu uma resposta. Mostrou que o poder público está vivo no Rio de Janeiro.
Segurança Pública é assunto complicado demais para jornalista ficar dando opinião como especialista. O risco de falar bobagem se torna enorme. Não é o caso.
Por isso, este texto reflete impressões. O Bope é importante para o Rio de Janeiro, mas muito menos pelo lado "Capitão Nascimento" e muito mais pela faceta José Mariano Beltrame, o secretário da Segurança Pública do Estado.
Há questionamentos sobre a política de Beltrame, bancada a ferro e fogo pelo governador Sérgio Cabral. Mas é justo reconhecer que, se existe uma pessoa para a mídia tratar como um Eliot Ness dos nossos tempos, essa pessoa é Beltrame.


Moral da história: É bom refletirmos com cuidado... sempre!

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Pra anotar na agenda

Na próxima semana começa a RECUPERAÇÃO do 4o. Bimestre. Como nesta última etapa os plantões e provas acontecerão durante o horário normal de aula, é importante a gente se programar.
Para tirar dúvidas basta me procurar no período de aula (segunda, terça e sexta-feira).

Mas as datas das PROVAS são as seguintes:
3a. série: 30.11 (terça-feira), na 7a. aula
2a. série: 03.11 (sexta-feira), na 6a. aula

Depois disso ainda temos os exames finais...

terça-feira, 23 de novembro de 2010

Férias escolares?

Só mais tarde.
Se você já fez todas as provas, recuperações e exames possíveis, calma, ainda pode ter de refazer o ENEM.

Nova prova do Enem será aplicada dia 15 de dezembro, afirma Inep

Roteiro de Recuperação - 4o. Bimestre

2a. série

Serão objeto da Recuperação apenas 2 (dois) temas fundamentais para os conteúdos que serão abordados na 3ª série:

• Imperialismo e Neocolonialismo: Cap. 6, unidade 4, p. 331-344
• EUA no século XIX: Cap. 7, unidade 4, p. 347-359

Recomenda-se a resolução dos seguintes exercícios do livro didático:
p. 344-346: 1, 2, 4, 5, 6 e 11.
p. 360-361: 1, 3, 6 e 9.


3a. série

Serão objeto da Recuperação os mesmos temas abordados na prova bimestral, pois abordam conteúdos importantes tanto para a formação pretendida com o Ensino Médio quanto o esperado para o vestibular.


• A 2a. Guerra Mundial: cap. 38, unidade 5, p. 446-458.
• O regime liberal populista, cap. 40, unidade 5, p. 476-486.
• Da Guerra Fria ao início do Novo Século, cap. 41, unidade 5, p. 491-502.

Recomenda-se a resolução dos seguintes exercícios do livro didático:
p. 592-601: 9, 10, 11, 13, 17, 32, 44, 45, 46, 47, 48, 50, 51, 53.



ATENÇÃO!!
O princípio do plantão de dúvida é solucionar dificuldades apresentadas ao longo do bimestre e de seus estudos prévios. Portanto, estude antecipadamente e traga os exercícios resolvidos para o plantão.

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Unicamp

Para quem vai prestar o vestibular da Unicamp neste domingo, dia 21, apenas duas palavrinhas:

BOA SORTE!

Qualquer dúvida quanto ao local de prova, o que levar, etc., veja AQUI.

Origem das palavras

Não sei vocês, mas eu sempre me divirto quando ouço alguma expressão indígena ou de outra cultura tradicional em filmes. Qualquer palavrinha significa toda uma expressão mais ou menos complexa, um raciocínio contido em algo tão simples.
Paranapiacaba, por exemplo, hoje distrito de Santo André, foi construída como vila inglesa da ferrovia Santos-Jundiaí. Para fazer a subida da Serra do Mar era necessário um sistema de cabos de aço para içar o trem. A palavra que dá nome ao local é tupi e quer dizer "ponto do qual se vê o mar". Aliás, mais preciso é impossível, pois realmente se vê o mar!
Bom, tudo isso para dizer que nesta semana a professora Patrícia que leciona história para o Ensino Fundamental me disse que um aluno havia perguntado se era verdade que emboaba dizia respeito às botas dos portugueses, ou algo assim.
América Portuguesa e suas Capitanias até 1709

Para quem não se lembra, a Guerra dos Emboabas foi um conflito ocorrido entre 1707 e 1709 na região que hoje é Minas Gerais. Os bandeirantes vicentinos, isto é, da Capitania de S. Vicente (hoje São Paulo), descobriram ouro naquela região, despertando o interesse de outros portugueses, do Reino e da América. Explicando melhor, tanto os portugueses de Portugal quanto os baianos e pernambucanos (também portugueses, pois tudo era parte do Reino de Portugual) rumaram para a recém "descoberta" região mineradora. O que aconteceu foi até um pouco previsível, uns dizendo "eu vi primeiro" e outros "também tenho direito a ficar rico". Em resumo, saíram na mão e de uma forma tão violenta que a Coroa portuguesa teve de intervir, criando uma nova Capitania e mandando todo um aparato de fiscalização e controle. Para se ter ideia, o rio que corta a região é chamado até hoje de Rio das Mortes.
E de onde vem a palavra Emboabas? Há duas "teorias". Uns dizem que se deve às botas e proteções para as canelas que os "de fora" usavam. Assim, os forasteiros pareciam com uma ave de pernas cheias de penas de nome emboaba. Até faz sentido se lembrarmos que os paulistas, bandeirantes de longa data, já haviam incorporado elementos indígenas e consideravam as roupas portuguesas pouco práticas. Gibão acolchoado, botas longas, casacos, tudo isso não combinava com o ambiente tropical da região.
Imagem consagrada do bandeirante,
hoje se sabe que não é real

Por outro lado, o Dicionário Houaiss oferece outra origem etimológica. Ele destaca que a origem é controversa e talvez venha do tupi mbo'aba "fazer que se ofenda, mover agressão, agredir". Ou seja, não seria um epíteto, um apelido para um indivíduo, mas para um grupo: aqueles que agrediram ou provocaram. O que também faz muito sentido, já que eram os portugueses de fora da Capitania de S. Vicente os chamados de emboabas e tidos como agressores.






Para ler +

Na região dos Emboabas, poucos marcos remetem hoje ao episódio histórico ocorrido há 300 anos. No imaginário popular, persistem as lendas

Amor à terra?
Sempre considerada um levante nativista, a Guerra dos Emboabas, na verdade, opunha dois grupos que queriam as mesmas coisas: ouro e poder político




quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Uma opinião interessante

Na Idade Média, a primeira parte do ensino universitário era composta pelo trivium, conjunto de três disciplinas básicas: gramática latina, lógica e oratória. Lembrando que a lingua culta durante a medievalida e até próximo da Idade Contemporânea era o latim, de modo que aprender gramática latina era fundamentalmente aprender a escrever corretamente. A lógica pode ser entendida como princípio básico da filosofia, o próprio exercício do raciocíonio coerente. Por fim, a oratória ou retórica é a arte de bem dizer, da eloquência. Em outras palvras, para bem argumentar, discutir e, na verdade, se comunicar, são necessárias essas três "qualidades": linguagem correta, pensamento lógico e capacidade de se expressar com clareza. Não aprendemos mais segundo o trivium, porém as necessidades continuam as mesmas, seja na escola (muitos alunos dominam o assunto, mas não conseguem se expressar numa prova), seja no trabalho (reuniões, exames, apresentações, entrevistas, etc).
Eu me lembrei de disto ao ler a coluna do articulista da Folha de S. Paulo, Hélio Schwartsman. Nem sempre concordo com as opiniões dele, mas é inegável o domínio que ele tem da linguagem, da lógica e da oratória. Para que vocês possam ter uma ideia mais precisa do que estou falando, leiam o texto abaixo. Além de exemplo ainda serve como informação, pois discute um dos assuntos mais quentes (e chatos!) do momento: o ENEM e seu funcionamento.

Justiça ainda não entendeu o que é o Enem

Os chamados operadores do direito (advogados, juízes, promotores, procuradores etc.) ainda não entenderam bem o que é o Enem. Se tivessem compreendido, não teriam pedido --e nem concedido-- a suspensão do exame, por desnecessária.
É fato que, pelo segundo ano consecutivo, os organizadores da prova cometeram erros. Isso depõe contra a capacidade gerencial do Ministério da Educação (MEC) e dos consórcios que confeccionam os testes, mas não afeta os modelos matemáticos que sustentam a Teoria de Resposta ao Item (TRI), na qual o Enem se baseia.
Desenvolvida nos anos 50 e 60, a TRI torna possíveis testes mais refinados, que permitem comparar alunos submetidos a provas diferentes e a performance de uma mesma instituição ao longo dos anos. Assim, em vez de anular os exames de mais de 3 milhões de estudantes, basta que o MEC ofereça gratuitamente aos cerca de 20 mil alunos que podem ter sido prejudicados a oportunidade de fazer uma nova prova nas próximas semanas.
Embora seja "apenas uma teoria" a TRI é usada há décadas com bastante sucesso em provas já consagradas como o SAT (o Enem dos EUA) e o Pisa (usado para comparar sistemas de ensino de diferentes países). A ideia central da TRI em sua versão mais simplificada é que cada questão ou item possui duas características especialmente relevantes: o grau de dificuldade e o de discriminação.
(CONTINUA, e fica ainda mais interessante.)

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Ainda o ENEM

Não deixem de acompanhar as decisões do Ministério da Educação, do Inep e da Justiça Federal a respeito do ENEM. Eu sugiro que leiam os jornais e acompanhem as resoluções oficiais pelo site do próprio ENEM. Mas se ainda restarem dúvidas deem uma olhada neste post do blog Fovest, da Folha de S. Paulo. Acho que pode ser útil. Por meio de perguntas e respostas eles explicam como o aluno que preencheu o cartão-resposta da primeira prova (dia 6) seguindo o cabeçalho deve proceder.

terça-feira, 16 de novembro de 2010

É festa!

Eu adoro livros. Gosto de ler e gosto de ter. Fico encantado diante de uma bela biblioteca ou uma mega livraria cheia de gente folheando exemplares os mais variados. Mas para mim os livros também são instrumento de trabalho, preciso dos livros para consultas ou para me manter atualizado. O problema é que nem sempre é barato ter livros, ainda mais quando se quer ter muitos.
Por isso passo o ano esperando a data da Festa do Livro da USP.
Todo ano rola uma mega feira (com cara de feira mesmo, com barraquinhas) com editoras as mais variadas oferecendo pelo menos 50% de desconto nos livros. Sim, 50%! Praticamente qualquer livro fica com preço de um título de bolso.
As editoras universitárias sempre comparecem, mas elas têm muitos livros acadêmicos. O público em geral acaba aproveitando pouco. Mas outras, como a Cosac&Naify, 34, Global possuem desde literatura (prosa e poesia) até artes visuais. Se divulgarem as editoras eu posto por aqui.
Para quem gosta e não tem dó (?) de gastar dinheiro com livros, fica aqui a sugestão. O horário é amplo e o evento é daqui a 1 semana. É longe do Ipiranga, eu sei, mas não é difícil de chegar.

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Guerras e mais guerras

Um maluco (ou maluca), no bom sentido, resolveu montar um vídeo que reunísse as guerras e batalhas mais importantes nos últimos dez séculos. Isso, desde o ano 1000 até, mais ou menos, os tempos atuais. Isso tudo em menos de 5 minutos sinalizado com explosões no mapa mundi, sendo que o tamanho de cada explosão teria a proporção dos mortos em cada batalha. Para ficar mais interessante, um trilha sonora bem belicista: "A marcha das Walkírias", de Richard Wagner.



É bom lembrar que nem todas as guerras estão presentes e que a seleção é beeeem eurocêntrica. A América Latina praticamente não existe, a África e boa parte da Ásia são ignoradas por longos períodos. Mas, ainda assim o vídeo é ilustrativo.
Como morreu gente ao longo dos tempos!!!

Alguém vai tentar acompanhar a cronologia?

domingo, 14 de novembro de 2010

FUVEST

Pessoal,
A FUVEST está chegando e para muita gente isto é motivo de calafrios. A verdade é que, nesta altura do campeonato, ou se está preparado ou desencana. Cruel? Talvez, mas é sincero. O que se pode fazer agora é uma auto-avaliação para tentar identificar suas maiores fragilidades. Assim seria possível nestes últimos 14 dias antes da prova, corrigir alguns detalhes.
Para isso vale a pena dar uma olhadinha neste simulado que anualmente a Folha de S. Paulo prepara.
Boa resolução para todos!

Simulado AQUI.

As respostas você pode conferir AQUI.



Antes que me acusem de fazer propaganda da Folha, se alguém souber de outro simulado on-line me avise que eu posto aqui.

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Um pouco de humor... com fundo de verdade

Mais um pensamento

Vivem colocando palavras na boca de personalidades famosas: escritores, cientistas, políticos. Algumas, se não são verdade, ao menos são bem prováveis.
Portanto, reza a lenda que Einstein teria dito:
"Eu só conheço duas coisas infinitas: o Universo e a ignorância humana. No entanto, ainda tenho dúvidas se o Universo é infinito”
Um homem como Einstein poderia muito bem ter feito a afirmação acima e o documento abaixo comprova que ele tem razão.
Visto originalmente no Kibe Loco


Depois dessa diarréia de asneiras os erros de ortografia perderam totalmente a importância.
Ah, nenhum aluno meu é capaz de escrever algo assim. Ou porque são infinitamente melhores que isso ou porque possuem um mínimo de bom senso.

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Recadinho para a 2a. série

Pessoal,

Acabei de disponibilizar no site do Colégio aquelas "transparências" que trabalhamos no começo do bimestre abordando mentalidade e política no inicio do século XIX. O arquivo em .pdf chama-se O longo século XIX.
Recomendo ler o material na tela, pois salvei em baixa resolução. E como o formato do arquivo inutilizou aquele mapa animado mostrando a colonização desde o século XV até o XX, coloco o dito cujo aqui, caso alguém queira relembrar.

Últimas provas do ano!

Senhoras e senhores,
Estamos na reta final. Nossa última prova bimestral será no dia 18 de novembro, junto com a prova de Biologia. Para o pessoal da 3a. série serão as últimas provas bimestrais de história da vida!
Para auxiliar no estudo, fica aqui a relação dos capítulos dos livros didáticos. Para os desesperados, usem as anotações de aula como guia; o que está no caderno é sempre uma ênfase em relação ao universo de informações do livro de vocês.

2a. série
Unidade 4
Cap. 4: Movimento operário e Socialismo (p. 301-311)
Cap. 6: O Imperialismo (p. 331-344)
Cap. 7: Os EUA no século XIX (p. 347-359)

3a. série
Unidade 5
Cap. 38: A 2a. Guerra Mundial (p. 446-458)
Cap. 40: O regime liberal populista (p. 476-486)
Cap. 41: Da Guerra Fria ao início do Novo Século (p. 491-502)

Questão delicada...

 "Tia Nastácia, esquecida dos seus numerosos reumatismos, trepou, que nem uma macaca de carvão."

A personagem em questão é a Tia, negra, do Sítio do Pica-Pau Amarelo, obra de Monteiro Lobato. A frase soou racista para alguém?
Não sei se vocês têm acompanhado, mas está rolando uma bela polêmica sobre um parecer do Conselho Nacional de Educação (CNE), redigido por uma professora da UFMG. Segundo a parecerista o livro As caçadas de Pedrinho, apresenta expressões racistas e por isso o Ministério da Educação não deveria distribuir o livro gratuitamente às escolas públicas ou, se optasse pela distribuição, que coloque uma advertência.
Muita gente achou um absurdo, afinal se trata de um livro de Monteiro Lobato, um dos maiores escritores brasileiros de todos os tempos e pai da literatura infantil nacional. A OAB (sim, além de reunir advogados a Ordem tem opinião sobre tudo!) protestou contra o parecer e a Academia Brasileira de Letras também se manifestou. Para os acadêmicos,
"cabe aos professores orientar os alunos no desenvolvimento de uma leitura crítica. Um bom leitor sabe que Tia Nastácia encarna a divindade criadora dentro do Sítio do Pica-pau Amarelo. Se há quem se refira a ela como ex-escrava e negra, é porque essa era a cor dela e essa era a realidade dos afro-descendentes no Brasil dessa época. Não é um insulto, é a triste constatação de uma vergonhosa realidade histórica".
Eu detesto ficar em cima do muro, mas quase concordo com todos. Monteiro Lobato é realmente um clássico nacional. Cada vez menos lido, mas ainda assim importantíssimo. Proibir sua leitura, ou seja, censurá-lo, seria um crime. Mas também não é isso que se está propondo. Toda biblioteca escolar tem O sítio do Pica-Pau Amarelo e isso não vai mudar.
Por outro lado, não há como desconsiderar que há certo preconceito por trás da frase que coloquei de início. Assim como é sabido que Monteiro Lobato também não era uma flor de pessoa. O livro é de 1933 e o racismo não era algo exatamente condenado na época, ainda mais o sutil (e perigoso) racismo brasileiro.
Qual a solução? Eu ainda acho que a melhor saída é a reflexão. Neste caso, uma nota de advertência no livro não seria um problema.
E você, o que acha?


p.s. Claro que se você acha que piadas maldosas sobre negros não faz de você um racista esqueça a polêmica. Não vai fazer sentido para você.

Dica quente!

Para quem gosta de música ao vivo e de graça e não gosta de sair do bairro, recebi um e-mail do pessoal do Museu do Ipiranga confirmando o show da Norah Jones no Parque da Independência no dia 14 de novembro (também conhecido por Domingo)!
Só espero que o tempo colabore e não caia aquele pé d'água no dia...


Ah, para os céticos, também está confirmado no site da cantora.

ATUALIZAÇÃO: Informação também no Catraca Livre; show de abertura às 16h.

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Em português bem claro

Sabe, confesso, gostei de ler a notícia abaixo:

MEC elimina três candidatos do Enem que teriam usado o Twitter


E não é por sadismo. Não tenho qualquer tipo de prazer ao ver alguém se dando mal por aí. Mas sejamos sinceros, alguém vai alegar que não sabia que usar celulares, Twitter ou qualquer outro sistema de comunicação durante a prova, era errado?
No meu dicionário o sinônimo para o que estes três candidatos fizeram é TRAPAÇA, ou seja, "ação ardilosa, de ma-fé, fraude, logro". Ué, mas isso também não define a pessoa desonesta, corrupta, com alguma falha de caráter?
 
Olhando assim, de repente, me passou pela cabeça que a corrupção no Brasil faz sentido e não é tão distante de nós. Aqueles que "colam" nas provas ou que copiam trabalhos e atividades discordam?

Notícias da FUVEST

A Fuvest recebeu, ao todo, 132.993 inscrições e vai selecionar 10.652 candidatos para a USP e outros 100 para a Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo. No próximo dia 22, serão divulgados os locais de prova da primeira fase, marcada para o dia 28.


Belos números, hein? Pensando o número de candidatos por vaga, no total, seria algo como 12,48 candidatos para uma vaga na USP. Mas na verdade os cursos variam muito. Alguns possuem uma grande procura, outros poucas vagas, e assim vai... Para saber como está a concorrência pelo curso que você escolheu clique AQUI.

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Reflexão com Debate sobre Eugenia


Características pseudo-científicas estabelecendo
a relação entre negros e a criminalidade
 Pessoal,
Gostaria de convidar a todos para um encontro especial. Não é romântico, mas...
Seguinte, Sacay, Renata, Monica, Regina, Luciane, Pe. Eduardo e eu bolamos uma atividade extra-curricular. Nada muito complexo, porém não é um mero passatempo. Trata-se de uma primeira experiência de debate e reflexão. Um encontro para lermos e discutirmos um tema específico sem ficarmos preso em uma aula ou disciplina específicas.
Assim, escolhemos um tema -  Eugenia, Genética e Sociedade - bem amplo e, ao mesmo tempo, polêmico. Separamos um material básico de leitura e marcamos um dia. Cabe aos interessados da 1a., 2a. e 3a. séries do EM se inscreverem, lerem e irem dispostos a pensar e discutir.
Mas são poucas vagas. Os 36 alunos que primeiro escreverem um e-mail (a partir de quinta-feira!) para a Sacay estarão inscritos. Estes felizardos receberão uma resposta confirmando a inscrição e com o material de leitura.
Fui claro?

Resumindo:

Projeto Reflexão com Debate
Tema: Eugenia, Genética e Sociedade
Objetivo: Aperfeiçoar técnicas de debate e argumentação
Quando: 3 de dezembro (sexta-feira), das 14h às 16h
Inscrição: a partir de quinta-feira, dia 11 de novembro, através do e-mail da Profa. Sacay
 

Medição craniana (frenologia) para determinar
 a origem racial
IMPORTANTE: A atividade é opcional e não vale nota. Portanto, se você não sabe se vai "estar afim" no dia 3 de dezembro ou se não pretende ler os textos, não se inscreva. Deixe a vaga para quem está mais disposto.
Qualquer dúvida, escrevam por aqui que responderei o quanto antes.

domingo, 7 de novembro de 2010

Uma feliz coincidência

No dia 4, quinta-feira, postei aqui um texto intitulado Análogo ou não? que discutia a questão do trabalho considerado escravo nos dias atuais comparando com a escravidão do século XIX e o início da imigração. Qual não foi minha surpresa ao ler nos jornais que o tema da redação do ENEM versava justamente sobre  “O trabalho na construção da dignidade humana”.
Ainda não vi a prova, mas pelo que constava de um post do blog Edu.com (Estadão) havia um texto sobre a lei Áurea e outro sobre escravidão atual.

Atualização: soube no Colégio que a Profa. Renata também tratou deste tema nas aulas de redação! Ou seja, independente das trapalhadas do ENEM vocês tinham alguma vantagem.

Eu DESISTO!



  


Vou me abster de comentar. Ano após ano o ENEM tem dado problema. Eu defendi o exame em sala de aula, dei um voto de confiança pessoal... é muuuuita incompetência.
E se a prova for anulada, como ficam as Universidade Federais que adotaram o exame como forma de seleção?

sábado, 6 de novembro de 2010

"É possível ver poesia em todas as coisas"

Filhos do racionalismo iluminista e ferozes defensores da verdade científica acabamos não vendo corretamente o mundo. Alguns enxergam mais ou pelos menos diferente. Acabam se tornando artistas. Mas  eles seriam iluminados? Ou a maior parte das pessoas acaba, sem saber, optando por fechar os olhos?



Afinal, quem é o compositor?

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

História dos EUA - Atividade

Para quem perdeu a atividade ou gostaria de reler o texto, segue o exercício para nota realizados há pouco mais de uma semana com as 2a. séries.

“Os Estados unidos saíram da escuridão para penetrar na História há quase quatro séculos. É a mais nova das grandes nações e, sem dúvida, em muitos aspectos a mais interessante. E é interessante porque em sua História se recapitula a História do gênero humano e se concentra no desenvolvimento das instituições sociais, econômicas e políticas (...). É interessante porque, apesar de sua juventude, é hoje a mais antiga república e mais velha democracia e, além disso, vive segundo a Constituição escrita mais antiga do mundo. É interessante porque, desde o seu começo, seu povo teve consciência de um destino peculiar, porque de lá vieram as esperanças e aspirações do gênero humano e porque não deixou de realizar tal destino ou de justificar tais esperanças.”

(A. Nevins e H. S. Commager, Apud: Mary A. Junqueira, Estados Unidos: a consolidação da nação. P. 09)
Com base no texto, responda:
Imagem ilustra os 120 peregrinos que chegaram à América do Norte.
1. Segundo o texto, a história dos Estados Unidos teria sido obra do acaso? Por que?

2. Os autores do texto querem passar uma imagem de sucesso ou fracasso? Comente.

Plantão ENEM (II)

Justiça decide manter proibição ao uso de lápis e relógio durante prova do Enem

Maravilhas da internet

Baiana, 1942 - gravura a guache
Há coisas que só a internet proporciona. Não, não estou falando do twitter nem do msn, apesar da comunicação rápida ser de fato uma vantagem. Outra maravilha é poder ver/ler/ouvir o que em outros tempos seria inacessível. Nada supera a experiência de estar em um museu e contemplar quadros, objetos, documentos. Porém, o que está no Museu de S. Petersburgo, ou em Berlim, ou mesmo em alguma coleção particular era (é?) um tesouro para poucos.
Graças à tecnologia atual foi possível reunir (quase) toda a obra conhecida do maior e mais famoso pintor brasileiro, Candido Portinari.
Segundo a Agência FAPESP,
O Projeto Portinari conseguiu disponibilizar em forma digital praticamente toda a obra do artista. De acordo com João Candido [filho do artista], a iniciativa é uma forma de corrigir uma consequência perversa da importância e do reconhecimento da obra de seu pai: com a maior parte de seus quadros dispersa em coleções privadas de todo o mundo, o pintor que dedicou sua vida a retratar o povo tem sua obra inacessível ao público geral.



Casamento na roça, 1944 - óleo sobre tela
 O site do Projeto Portinari ainda não funciona perfeitamente, mas o material disponível é maravilhos. Toda obra e documentos a respeito de Portinari organizados por tema, data, técnica, etc. Para quem gosta de artes plásticas ou simplesmente de cultura brasileira terá diversão para as próximas semanas.


Para ver mais muito mais, clique AQUI


P.S.: A entrevista de João Candido Portinari, filho do artista e coordenador do Projeto, para a Agência FAPESP é muito boa. Leitura obrigatória para quem pretende seguir carreira em Artes ou Humanidades.

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Uma velha conhecida de casa nova

Quem passa na Av. Nazaré para ir ao colégio já deve ter notado que a UniFAI não está mais no edifício compartilhado com a Cúria Metropolitana. A PUC adquiriu o prédio e desde o ano passado começou a abrir um novo campus no Ipiranga.
Pelo que li nos jornais (mas não vi nada muito claro no site da PUC) já neste vestibular teremos seleção para os cursos de administração, ciências contábeis, pedagogia e teologia.
Independente do motivo da expansão - se necessidade de mais alunos ou desejo de atingir mais pessoas - a notícia é boa. A PUC é boa universidade e possui alguns cursos excelentes. O preço nem sempre ajuda, é verdade, mas se você quer ficar mais perto de casa...

Site da PUC-SP AQUI



Ah, e a PUC mantém a tradição de ocupar belos prédios históricos!

Análogo ou não?

A escravidão no Brasil acabou em 1888, correto? Correto. Para muitos a questão era simples: o capitalismo não comportaria o trabalho escravo. A necessidade de mercado consumidor e de crescente aumento de produtividade impossibilitaria a escravidão. Simples assim. Então como é possível encontrarmos num jornal atual a seguinte notícia?

Fiscais resgatam 191 trabalhadores em situação análoga à de escravos


Mas antes de respondermos cabe outra pergunta: que raios significa "situação análoga à de escravos"? "Análogo" é o mesmo que parecido, semelhante sem ser igual. Ou seja, estamos falando de um trabalho quase escravo: não há a propriedade sobre o indivíduo, não há o comércio de seres humanos, mas a situação do trabalhador é praticamente igual a um escravo.
Na notícia acima lemos:
Segundo o Ministério do Trabalho, os lavradores eram agenciados através de um intermediário, que publicava anúncios de empregos, e eram mantidos dependentes por dívidas contraídas na compra de produtos. Eles não tinham acesso a água potável, alimentação e instalações sanitárias, estavam alojados em barracos de lona e sem assistência médica.
Poderíamos comparar também as condições precárias de moradia e alimentação, mas isto não define a escravidão em si. Do contrário, poderíamos pensar que um escravo bem tratado deixa de ser um escravo. O importante é notarmos a falta de liberdade para ir e vir e a dívida como forma de manter o trabalhador preso à terra. Estratégia, aliás, comum também no século XIX quando das primeiras experiências com imigrantes. O pessoal da 2a. séries deve se lembrar do chamado "sistema de parceria" segundo o qual o colono vinha para o Brasil por conta dos fazendeiros do café, mas precisava pagar os gastos da viagem e de seu consumo inicial no armazém da fazenda. Além disso, estabelecia-se que o colono era parceiro do cafeicultor, tendo seu pagamento como resultado da produção. Parte do café produzido era do colono.
Idealizado pelo senador Vergueiro (1778-1859), [o sistema de parceria] baseava-se em um contrato que destinava à família do colono um certo número de pés de café para o cultivo e uma determinada área de exploração para subsistência. A remuneração era proporcional ao montante de gêneros produzido pela família, descontadas as despesas de transporte, adiantamentos e recursos para a instalação inicial. Vergueiro adotou este sistema na Fazenda Ibicaba, de sua propriedade, localizada no município de Limeira. De lá, a prática se espalhou por São Paulo.

(Ana Silvia Volpi Scott e Oswaldo Mário Serra Truzzi. A utopia de Montenegro)
Tudo muito bom se não fosse a desconfiança dos colonos em relação aos fazendeiros: estes estariam "roubando" na pesagem e no valor do café produzido, de modo que os imigrantes trabalhavam muito e ganhavam cada vez menos (além da dívida que nunca se pagava!). Reparem, não se fala em salário! Não demorou muito para os colonos da Fazenda Ibicaba se sentirem iguais aos escravos de origem africana. Em 1856 estourou alí a Revolta dos Parceiros.
Bom, mas voltemos à questão original. Como fica o trabalho escravo, análogo ou não, em relação ao capitalismo. É um atraso? Não exatamente. Em geral onde encontramos trabalho escravo atualmente não há qualquer atraso. O trabalhador é tratado como escravo exatamente porque isto é lucrativo para o fazendeiro que economiza em salários e benefícios trabalhistas. Diante da fragilidade do trabalhador rural o uso da força e a enganação levam a esta situação. Para o fazendeiro cabe o lucro, este sim afinadíssimo com o capitalismo e a modernidade.