quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

Livro Didático: Procura-se!

Pessoal,
Os alunos que acabaram de ingressar no Colégio estão tendo dificuldade para conseguir o livro didático de história. Isto se deve ao fato do mesmo estar esgotado nas livrarias e fora de catálogo da editora.
A Coordenação está tentando por todos os meios conseguir cerca de 8 exemplares. Em todo caso gostaria de pedir a ajuda de vocês. Se alguém tiver ou souber de alguém que tenha o livro e não está usando (não vale ficar sem livro para ajudar alguém!!!), por favor, me avise.

Título: Tempo & Espaço - História
Autor: Flávio Beirutti
Editora: Saraiva
Ano: 2004
Edição: 1ª ou 2ª
Volume único para todo o Ensino Médio

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Europa em mapas

Alguns alunos, com razão, reclamaram da falta de mapas na aula sobre I Guera Mundial. Eu poderia tentar me justificar, mas seria bobagem. Desculpem-me pelo erro e me comprometo a corrigir. Para adiantar um pouco colocarei aqui dois mapas um antes da guerra, mostrando quem eram os aliados de cada lado, e outro com os países pós Tratado de Versalhes.
Como eu já havia comentado, a qualidade do material disponível na internet sobre a I Guerra em português é limitado (ao contrário da II Guerra!). Continuarei procurando, mas por ora é isto.
O mapa está em inglês. Prestem atenlão especialmente na região dos Bálcãs.


Apesar da má qualidade do mapa é possível ver os países (em amarelo) criados com o fim do Império Austro-Húngaro e da perda de territórios por parte da Alemanha.


Para visualizar melhor clique sobre a imagem.
Qualquer dúvida, basta perguntar.

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

Como começa na realidade uma guerra?

Um dos trechos mais impactantes do livro Nada de novo no front é o diálogo entre os soldados e amigos a respeito dos motivos da guerra, após a visita do imperador alemão, o Kaiser Guilherme II, às tropas:

- Mas uma coisa eu gostaria de saber - diz Albert. Teria havido guerra se o Kaiser se tivesse oposto?

- Acredito que sim - afirma. Dizem que ele, na verdade, não a desejava.

- Bem, talvez ele sozinho não fosse suficiente, mas bastaria que umas vinte ou trinta pessoas no mundo tivessem dito "não".

- É provável - admito -, mas eram justamente essas pessoas que queriam a guerra.

- Pensando bem, é curioso - continua Kropp. Estamos aqui para defender nossa pátria. Mas os franceses também estão aqui para defender a deles. Quem tem razão?

- Talvez ambos esteja certos - digo, sem muita convicção.

- Sim - prossegue Albert, e vejo que ele quer me envolver -, mas nossos professores, sacerdotes e jornais dizem que só nós temos razão, e espero que seja verdade; mas os professores, sacerdotes e jornais franceses afirmam que a razão está do lado deles. Como é possível?

- Não sei - digo. - De qualquer maneira, o certo é que há guerra e que cada vez mais países aderem a ela.

Tjaden reaparece. Continua agitado e mete-se imediatamente na conversa, perguntando como começa na realidade uma guerra.

- Geralmente, é assim: um país ofende gravemente o outro - responde Albert, com um certo ar de superioridade.

Mas Tjaden faz-se de bobo e finge não compreender.

- Um país? Não entendo isso. Uma montanha na Alemanha não pode ofender uma montanha na França. Nem um rio, nem uma floresta, em um campo de trigo.

- Você é mesmo tão ignorante, ou nestá só fingindo? - pergunta Kropp, irritado. - Não quis dizer isto. Um povo insulta o outro...

- Então, não tenho nada a fazer aqui - responde Tjaden -, porque não me sinto ofendido!

- Bem, deixe que eu lhe diga uma coisa - declara Albert, com agressividade -, isto não se aplica a você, seu caipira.

- Mas, então, eu posso ir logo para casa! - replica Tjaden.

Todos começam a rir.

- Mas que burrice! Ele está se referindo ao povo em conjunto, isto é, ao Estado - grita Müller.

- Estado, Estado - diz Tjaden, estalando os dedos. - Polícia, impostos... é isto que vocês chama de Estado. Se se interessam por este Estado... podem ficar com ele, e bom proveito.

- Concordo - diz Kat. - É a primeira vez que diz alguma coisa certa, Tjaden; Estado não é pátria... há, na verdade, uma diferença entre eles.

- No entanto, estão ligados - observa Kropp. - Não pode haver pátria sem Estado.

- É verdade, mas pense um pouco; somos quase todos gente do povo. E, na França, a maioria das pessoas também é gente do povo: operários, trabalhadores e pequenos empregados. Por que, então, deveria um serralheiro ou um sapateiro francês nos agradir? Não, são só os governos. Antes de vir para a guerra, nunca tinha visto um francês; e deve ter ocorrido o mesmo com a maioria dos franceses em relação a nós. Pediram a sua opinião tanto quanto a nossa.

- Mas, então, para que serve a guerra? - indaga Tjaden.

Kat dá de ombros.

- Deve haver gente que tira proveito dela.

- Bem, eu não faço parte deles - ri Tjaden, irônico.

- Nem você, nem nenhum de nós aqui.

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

Guerra ou Paz?

A opção pela paz hoje em dia faz sentido para a maior parte das pessoas. Mesmo considerando que ainda fazemos a guerra de modo geral. Por mais que vivamos em um mundo violento optar pela não-violência não nos parece estranho. Mas não foi sempre assim e talvez nem sempre seja...
É comum vermos no cinema o heroísmo de soldados e as "virtudes" de uma guerra ou batalha. Filmes de guerra alcançam, em geral, grande sucesso. E antes disso, os livros também.
Em 1929 foi lançado na Alemanha talvez o primeiro livro realmente pacifista, responsável por retratar a I Guerra Mundial (1914-1918) como uma horrível carnificina, um ato sem sentido para quem luta e morre por uma ideia ou decisão tomada por pessoas que nunca chegariam perto dos campos de batalha. Este livro se chama Nada de novo no front de Erich Maria Remarque, um ex-soldado ferido três vezes na guerra. Tendo como base as memórias do autor o livro conta a história de Paul Bäumer, soldado de cerca de 20 anos que se alistou no exército por influência de seus professores e outros adultos, largando os estudos e os planos para o futuro.
O livro fez enorme sucesso na Alemanha e em outros países criticando a guerra e as pessoas que a justificavam como necessidade ou dever patriótico. Alguns anos depois os nazistas ordenaram a queima em praça pública do livro de Remarque por considerar que ofendia a honra dos soldados alemães, assim como cassaram a cidadania alemã do autor.
Apesar de ter sido transformado em filme em 1930 é uma outra produção pode ilustrar o mesmo contexto abordado no livro. O filme em questão é Feliz Natal, de 2005.




Para quem quiser o livro, há uma edição de bolso da L&PM com preço bem acessível.

terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

Imperialismo no século XIX

As 3ª séries do Ensino Médio tiveram como atividade avaliativa o texto abaixo e um verbete de dicionário.

“Explorar significava não apenas conhecer mas desenvolver, trazer o desconhecido e, por definição, os bárbaros e atrasados para a luz da civilização e do progresso; vestir a imoralidade da nudez selvagem com camisas e calças, com uma providencial e beneficente manufatura de Bolton e Roubaix, levar as mercadorias de Birmingham que inevitavelmente arrastavam a civilização para onde quer que fossem.”
(Eric Hobsbawm, A Era do Capital, 1848-1875. P. 83.)

“explorar. V. t. d. 1. Procurar, descobrir. 2. Percorrer estudando, procurando. 4. Tirar partido ou proveito de; fazer produzir; desenvolver (um negócio ou indústria); empreender, cultivar. 7. Abusar da boa-fé, da ingenuidade ou da ignorância de; enganar, ludibriar.”
(Aurélio Buarque de Holanda Ferreira, Dicionário Aurélio Básico da Língua Portuguesa)
As duas questões propostas foram bem amplas para que pudessem escrever à vontade.
Na primeira pedia-se as justificativas européias para o imperialismo. Eram esperadas tanto as justificativas ideológicas quanto as econômicas, ambas bem visíveis no texto de Hobsbawm.
Já a segunda questão pedia para explicar a ironia contida na palavra explorar. Apesar de a grande maioria entender a existência dos múltiplos significados na hora de explicar a ironia houve certa confusão.
Vamos tentar entender melhor o sentido de IRONIA, pois este tipo de questão tem sido comum em questões tanto de Língua Portuguesa e Literatura quanto de História nos Vestibulares.

Segundo o dicionário Houaiss, a ironia é para a retórica a "figura por meio da qual se diz o contrário do que se quer dar a entender". Seria o "uso de palavra ou frase de sentido diverso ou oposto ao que deveria ser empregado", para definir ou denominar algo. Para a literatura é a figura de linguagem que "se caracteriza pelo emprego inteligente de contrastes", usada "literariamente para criar ou ressaltar certos efeitos humorísticos".
Bom, fica claro que para a piada ter efeito é preciso entendermos o contexto. Senão não terá graça!
Então, se não compreendemos que "vestir a imoralidade da nudez selvagem com camisas e calças" é uma gracinha do autor, pensaremos que ele de fato acha que os habitantes da África e da Ásia eram selvagens imorais que andavam nus, ou ainda, que era dever dos europeus acabar com esta pouca vergonha. Explicando a piada temos: ao mesmo tempo que os europeus não estavam interessados em compreender as diferenças culturais entre os povos beneficiavam-se da possibilidade de vender seus produtos têxteis para as populações africanas e asiáticas.

Sim, explicar a piada acaba com graça. Mas não entendê-la é pior!

Economia Colonial e o Antigo Regime

As 2ª séries do Ensino Médio tiveram como atividade avaliativa o texto abaixo:

A descoberta de ouro na região de Minas Gerais se deu no final do século XVII. O metal nobre foi abundante até a década de 1730, conhecendo leve declínio nas décadas seguintes e franca decadência a partir de 1763. Apesar da extração do ouro ter continuado por muito tempo ainda, as mudanças ocorridas tanto na colônia quanto na metrópole não se repetiriam mais.

“Da riqueza extraída das Minas, quase tudo ia para a Metrópole, onde se consumia em gastos suntuários, em construções monumentais – como o convento de Mafra –, em pagamento das importações de que Portugal necessitava. Poucos foram os privilegiados que enriqueceram na capitania do ouro, e insignificantes os efeitos produtivos gerados pela mineração, de um e de outro lado do Atlântico. (...)
Tendo as Minas como um quinhão do qual deveria extrair o máximo possível, Portugal nunca se conformou com o decréscimo da produção aurífera, atribuindo a queda da arrecadação do quinto ao extravio e ao contrabando, e, uma ou outra vez, a técnicas inadequadas de exploração dos aluviões e das lavras. Não se colocava em questão a pobreza crescente dos habitantes das Minas, nem tampouco a situação periférica de Portugal no concerto europeu, que tornava esta nação econômica e politicamente dependente de centros mais dinâmicos, como a Holanda, a Inglaterra, a França.”
(Laura de Mello e Souza. Opulência e Miséria das Minas Gerais. P. 76)

 Foi pedido que fizessem um pequeno vocabulário a partir das palavras que não conheciam (com a ajuda do dicionário) e que escrevessem um texto sobre a economia do Antigo Regime, resgatando os princípios mercantilistas. Em resumo, era para tratar da economia colonial, mesmo que isto não estivesse claramente dito.
Em geral achei o resultado bem positivo. A enorme maioria trabalhou de forma dedicada e, no mínimo, compreendeu o texto. Àqueles que irão reescrever (voluntariamente) a atividade ficam aqui dois conselhos:
  •  entendam com clareza a relação Portugual (Metrópole) com América Portuguesa (Colônia): independente da produção aurífera, é importante ter em mente a idéia de que a colônia complementa a economia da metrópole. Quando pensarem em "balança comercial favorável" é fundamental consideral Portugal-América diante dos outros países europeus.
  • quando a autora do texto fala em "insignificantes os efeitos produtivos gerados pela mineração" não se questiona que Portugal explorou muito ouro na América, mas enfatiza que com o esgotamento das jazidas a riqueza declinou também, pois não houve investimento em outros setores produtivos. Neste sentido, a frase liga-se diretamente ao final do texto, ou seja, à dependência de Portugal em relação a economias mais dinâmicas.
Acho que é só.

Explicações

Sei que o blog anda um tanto parado e a responsabilidade é toda minha. Os dias andaram bem corridos...
Espero poder corrigir isto daqui para frente.

Abraço a todos

domingo, 7 de fevereiro de 2010

Cinema

Não se trata de uma propaganda, mas de uma boa sugestão. Ontem fomos ao cinema e optamos por ver um documentário nacional chamado O homem que engarrafava nuvens.
Segundo a Folha de S. Paulo,
O documentário mostra como vivia o autor de "Asa Branca", advogado - profissão que lhe rendeu o apelido de "Doutor do Baião"- e político atuante na formulação das leis de direitos autorais no Brasil. Chico Buarque, David Byrne, Gal Costa e Gilberto Gil fazem parte do elenco.
Na verdade o ótimo filme de Lírio Ferreira, mesmo diretor de Cartola - Música para os Olhos, é mais que isso. Ao traçar o perfil de Humberto Teixeira (1915-1979) Ferreira aborda todo o contexto cultural brasileiro principalmente entre 1930 e 1960. Como a produção e o consumo musical estão intimamente ligados ao contexto da população o filme acaba por mostrar de uma forma muito leve (sem ser superficial) as transformações sociais do Brasil: urbanização, industrialização,  as migrações internas e, até mesmo, as relações internacionais.
Para quem gosta de documentários e música brasileira é uma ótima pedida!

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

Uma notícia

Último Segundo - IG:
Adolescentes estão perdendo interesse nos blogs, indica pesquisa

Os internautas mais jovens estão perdendo o interesse nos blogs e se voltando cada vez mais para formas mais curtas e portáteis de comunicação pela rede, enquanto a popularidade dos blogs entre os mais velhos se mantêm inalterada, segundo indica uma pesquisa americana.
Segundo o estudo feito pelo Pew Research Center, o número de jovens internautas americanos entre 12 e 17 anos que escrevem blogs caiu de 28% para 14% desde 2006.
Os adolescentes que disseram ter feito comentários em blogs de colegas caiu de 76% para 52% no mesmo período.
A pesquisa indica que os adolescentes vêm preferindo colocar postagens curtas em sites de redes sociais ou de micro-blogging, como o Facebook ou o Twitter, ou acessar a internet pelo telefone celular.
(...)
Xiii, que azar, mal começamos e já tem gente querendo nos desanimar...



quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

A Liga Extraordinária

Comentei em aula o enredo da graphic novel e (depois) filme A Liga Extraordinária. Por falha de memória eu não consegui me lembrar do nome do autor dessa interessantíssima HQ em 2 volumes. Cá está a correção: trata-se de mais uma obra do britânico Alan Moore, mesmo autor de Watchmen, V de Vingança, Constantine, Do Inferno. Todos os títulos com adaptação para o cinema, apesar das inúmeras críticas. A Liga... não é exceção, foi um fracasso de crítica e de público. Portanto, é melhor dar uma olhada no original de papel.
Moore reuniu numa história só anti-heróis (ou seriam heróis?) da literatura inglesa do século XIX com a missão de salvarem o mundo. Aproveitando o cenário da Era Vitoriana, período de maior poder e arrogância do Império Inglês, e as complexas personalidades de "indivíduos" como Dorian Gray, Allan Quatermain, Capitão Nemo, entre outros, o autor explora tanto o imaginário criado pela literatura quanto a memória criada em torno de uma "época de ouro".
Quem quiser mais detalhes sobre a HQ, clique aqui. Mas parece que está esgotada. Agora, só em sebos ou com colecionadores.
Para quem preferir o filme, aí está o trailer.



P.S. No original não existe Tom Sawyer, personagem do norte-americano Mark Twain.

terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

Conquista e Colonização Espanholas na América

O mural de Diego Rivera, pintado na década de 1920, retrata a conquista e a colonização espanholas no que hoje é o México. Não podemos desconsiderar que o momento histórico em que o artista realizou esta obra (pós-Revolução Mexicana), o movimento artístico do qual fazia parte (Muralismo Mexicano) e a pedagogia política que defendia. A pintura carrega forte crítica à presença espanhola na América, porém também ilustra o processo colonizador de forma ampla e plástica.
Em sala de aula utilizamos esta imagem para revisar conteúdos aprendidos no ano passado identificando na obra de Rivera os elementos básicos da empresa* colonial.
Na imagem abaixo estão assinalados estes elementos. Tente identificar mais uma vez e relembrar o que foi trabalhado em aula:
  • Formas de exploração de recursos (p.ex. mineração, agricultura, etc)
  • Mão-de-obra utilizada
  • Grupos sociais: criollos, chapetones, indígenas, Igreja.


Vale lembrar que por criollos entende-se a elite econômica e intelectual de espanhóis nascidos na América, mas sem poder político. Enquanto os chapetones eram os espanhóis natos encarregados da burocracia e representantes diretos da metrópole.

Você identifica mais algum elemento importante da imagem acima?


* empresa no sentido de empreendimento, de ação coordenada por uma instituição.

Conquista e Colonização Espanholas na América II

Ode à araucária araucana (excerto)



Vede a guerra:
armados
os guerreiros
de Castela
e seus cavalos
de galvânicas
crinas
e frente
a eles
o grito dos
heróis
desnudos,
voz do fogo, faca
de dura pedra escura,
lanças enlouquecidas
no bosque,
tambor,
tambor
sagrado,
e dentro
da selva
o silêncio,
a morte
retirando-se,
a guerra

Então, no último
bastião verde,
dispersas
pela fuga,
as lanças
da selva
se reuniram
sob as araucárias
espinhosas.

A cruz,
a espada,
a fome
iam dizimando
a família selvagem.
Terror,
terror de um golpe
de ferraduras,
batida de uma folha,
vento,
dor
e chuva.


Vocabulário
galvânicas: neste caso, refere-se a elétricas, chocantes, eletrizantes.
pedra escura: referência ao cobre matéria-prima de armas e inferior ao ferro dos europeus.
bastião: lugar de defesa, ponto estratégico. No caso, o bastião verde refere-se à floresta de araucárias como uma fortaleza.


Vimos um mural do mexicano Diego Rivera e uma poema do chileno Pablo Neruda. Considerando estes dois artistas como você interpreta a MEMÓRIA criada no século XX sobre a colonização espanhola?

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

O ofício do professor

Quero aproveitar este espaço para uma breve (eu prometo!) reflexão.
Hoje alguns alunos me perguntaram porque eu era professor, porque eu dava aula. A resposta que eu dei foi a mesma que eu imagino que um médico, um advogado, um publicitário ou arquiteto daria, ou deveria dar: porque gosto!
Para mim soou tão natural e sem importância que quase não me dei conta do estranhamento dos alunos que fizeram a pergunta. É tão bizarro assim?
Depois, pensando sobre o ocorrido, me lembrei de um professor no curso de licenciatura (aquele que serve, em tese, para formar professores) que dizia que devíamos esquecer aquela conversa de "o magistério é um dom" ou "dar aula é uma questão de amor" ou ainda "lecionar é um sacerdócio". Segundo este meu professor, lecionar deveria ser uma profissão como outra qualquer, com obrigações e responsabilidades como qualquer ofício, e, ainda, com o mesmo dom, amor e sacrifício que qualquer outra profissão exige.
Certamente os alunos estavam pensando na remuneração de um professor, no salário que ele pode ganhar seguindo esta carreira. Não os culpo, o mercado de trabalho não tem tantas possibilidades quanto outras carreiras. Mas com a quantidade de médicos, advogados e administradores de empresas formados pelas inúmeras universidades deste país, tenho minhas dúvidas da vantagem de se escolher estas profissões.
Você que está pensando no vestibular tente não escolher sua profissão com base no salário do profissional mais famoso e bem sucedido do país. Há muita diferença entre o que ganha o Diretor Clínico do Hospital Albert Einstein e o médico que tem um consultório aqui perto de casa.