A descoberta de ouro na região de Minas Gerais se deu no final do século XVII. O metal nobre foi abundante até a década de 1730, conhecendo leve declínio nas décadas seguintes e franca decadência a partir de 1763. Apesar da extração do ouro ter continuado por muito tempo ainda, as mudanças ocorridas tanto na colônia quanto na metrópole não se repetiriam mais.
“Da riqueza extraída das Minas, quase tudo ia para a Metrópole, onde se consumia em gastos suntuários, em construções monumentais – como o convento de Mafra –, em pagamento das importações de que Portugal necessitava. Poucos foram os privilegiados que enriqueceram na capitania do ouro, e insignificantes os efeitos produtivos gerados pela mineração, de um e de outro lado do Atlântico. (...)
Tendo as Minas como um quinhão do qual deveria extrair o máximo possível, Portugal nunca se conformou com o decréscimo da produção aurífera, atribuindo a queda da arrecadação do quinto ao extravio e ao contrabando, e, uma ou outra vez, a técnicas inadequadas de exploração dos aluviões e das lavras. Não se colocava em questão a pobreza crescente dos habitantes das Minas, nem tampouco a situação periférica de Portugal no concerto europeu, que tornava esta nação econômica e politicamente dependente de centros mais dinâmicos, como a Holanda, a Inglaterra, a França.”
(Laura de Mello e Souza. Opulência e Miséria das Minas Gerais. P. 76)
Foi pedido que fizessem um pequeno vocabulário a partir das palavras que não conheciam (com a ajuda do dicionário) e que escrevessem um texto sobre a economia do Antigo Regime, resgatando os princípios mercantilistas. Em resumo, era para tratar da economia colonial, mesmo que isto não estivesse claramente dito.
Em geral achei o resultado bem positivo. A enorme maioria trabalhou de forma dedicada e, no mínimo, compreendeu o texto. Àqueles que irão reescrever (voluntariamente) a atividade ficam aqui dois conselhos:
- entendam com clareza a relação Portugual (Metrópole) com América Portuguesa (Colônia): independente da produção aurífera, é importante ter em mente a idéia de que a colônia complementa a economia da metrópole. Quando pensarem em "balança comercial favorável" é fundamental consideral Portugal-América diante dos outros países europeus.
- quando a autora do texto fala em "insignificantes os efeitos produtivos gerados pela mineração" não se questiona que Portugal explorou muito ouro na América, mas enfatiza que com o esgotamento das jazidas a riqueza declinou também, pois não houve investimento em outros setores produtivos. Neste sentido, a frase liga-se diretamente ao final do texto, ou seja, à dependência de Portugal em relação a economias mais dinâmicas.
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