Quero aproveitar este espaço para uma breve (eu prometo!) reflexão.
Hoje alguns alunos me perguntaram porque eu era professor, porque eu dava aula. A resposta que eu dei foi a mesma que eu imagino que um médico, um advogado, um publicitário ou arquiteto daria, ou deveria dar: porque gosto!
Para mim soou tão natural e sem importância que quase não me dei conta do estranhamento dos alunos que fizeram a pergunta. É tão bizarro assim?
Depois, pensando sobre o ocorrido, me lembrei de um professor no curso de licenciatura (aquele que serve, em tese, para formar professores) que dizia que devíamos esquecer aquela conversa de "o magistério é um dom" ou "dar aula é uma questão de amor" ou ainda "lecionar é um sacerdócio". Segundo este meu professor, lecionar deveria ser uma profissão como outra qualquer, com obrigações e responsabilidades como qualquer ofício, e, ainda, com o mesmo dom, amor e sacrifício que qualquer outra profissão exige.
Certamente os alunos estavam pensando na remuneração de um professor, no salário que ele pode ganhar seguindo esta carreira. Não os culpo, o mercado de trabalho não tem tantas possibilidades quanto outras carreiras. Mas com a quantidade de médicos, advogados e administradores de empresas formados pelas inúmeras universidades deste país, tenho minhas dúvidas da vantagem de se escolher estas profissões.
Você que está pensando no vestibular tente não escolher sua profissão com base no salário do profissional mais famoso e bem sucedido do país. Há muita diferença entre o que ganha o Diretor Clínico do Hospital Albert Einstein e o médico que tem um consultório aqui perto de casa.
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