Ode à araucária araucana (excerto)
Vede a guerra:
armados
os guerreiros
de Castela
e seus cavalos
de galvânicas
crinas
e frente
a eles
o grito dos
heróis
desnudos,
voz do fogo, faca
de dura pedra escura,
lanças enlouquecidas
no bosque,
tambor,
tambor
sagrado,
e dentro
da selva
o silêncio,
a morte
retirando-se,
a guerra
Então, no último
bastião verde,
dispersas
pela fuga,
as lanças
da selva
se reuniram
sob as araucárias
espinhosas.
A cruz,
a espada,
a fome
iam dizimando
a família selvagem.
Terror,
terror de um golpe
de ferraduras,
batida de uma folha,
vento,
dor
e chuva.
Vocabulário
galvânicas: neste caso, refere-se a elétricas, chocantes, eletrizantes.
pedra escura: referência ao cobre matéria-prima de armas e inferior ao ferro dos europeus.
bastião: lugar de defesa, ponto estratégico. No caso, o bastião verde refere-se à floresta de araucárias como uma fortaleza.
Vimos um mural do mexicano Diego Rivera e uma poema do chileno Pablo Neruda. Considerando estes dois artistas como você interpreta a MEMÓRIA criada no século XX sobre a colonização espanhola?
Obrigada por disponibilizar esse poema!
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