quinta-feira, 29 de março de 2012

Pausa no Blog

Começou a temporada de correção de provas e fechamento de notas. Por isso, me dou o direito de ficar um pouco menos presente por aqui. 
Mas em uma semana estaremos de volta com a programação diária!

O que você lê?

Pesquisas sobre leitura no Brasil são, via de regra, desanimadoras. Para dizer o mínimo! A última, realizada pelo Ibope Inteligência sob encomenda do Instituto Pró-Livro (IPL), entidade criada em 2006 pela Câmara Brasileira do Livro (CBL), Sindicato Nacional de Editores e Associação Brasileira de Editores de Livros Escolares, mostra uma piora nos dados desde a última sondagem, em 2007.

Cai nº de leitores no País e metade não lê 
Parcela da população que se diz leitora passou de 55% em 2007 para 50% em 2011

Só para ficar mais evidente a situação, vamos colocar em tópicos:
  • São considerados leitores aqueles que leram pelo menos um livro nos três meses anteriores à pesquisa. 
  • 4 livros por ano é a média do brasileiro, contando os livros começados e não terminados.
  • 2,1 livros terminados e 2 abandonados antes do fim, estas são as médias reais.
  • 35% dizem não ler por falta de tempo (eu truco! falta coragem para admitir)
  • 30% dizem não ler por falta de interesse (mais sinceros)
  • 30% conhecem o livro digital e destes, 18% leram e-books
  • 45% dizem que o maior incentivador da leitura é o professor
  • 93% dizem preferir ler em casa
  • 12 % preferem ler na biblioteca
  • 20% dizem que ter livros novos é um incentivo para entrar em uma biblioteca
  • 30% dizem que não há incentivo capaz de fazê-los entrar em uma biblioteca
  • 28% dizem que seu passatempo preferido e ler livros, periódicos e textos na internet
  • 85% dizem que seu passatempo preferido é ver TV

Parece ruim? Que tal agora:

Cerca de 75% dos brasileiros jamais pisaram em uma biblioteca, diz estudo
Apenas 8% da população vão frequentemente aos espaços; os outros 17% fazem uso esporádico



E você, o que está lendo? Se não está lendo nada, porque?

quarta-feira, 28 de março de 2012

Valorizando a prata da casa

Hoje fiquei sabendo que um ex-aluno, Matheus Mans Dametto, tem investido na literatura. Via Twitter ele me mandou o link para uma crônica sua que foi publicada num interessante site colaborativo chamado Sobre Livros.
Como toda produção é bem vinda por aqui, aproveito para divulgar e sugerir a leitura...


Veríssimo nele!

O sol começa lentamente a se infiltrar pela janela de meu quarto e a enfrentar a resistência que a persiana vermelha faz contra esta ação monótona e bela da natureza. Meus olhos relutam em seguir a recomendação natural de se abrirem ao primeiro raio de sol. Afinal, não sou um galo que acorda ao primeiro sinal da estrela brilhante no horizonte. Digo a mim mesmo que irei dormir mais cinco minutinhos. Afinal, hoje é sábado e não tenho compromissos pela manhã que me impedem desta regalia. Quando estou quase deitando novamente nos braços de Morfeu e me entregando ao sono profundo ouço um barulho.
TRIM.
É algum de meus talheres de metal caindo no chão de linóleo da cozinha adjacente ao meu minúsculo quarto. Estranho, pois não há mais ninguém morando em minha casa. Os amigos que estava abrigando já se foram faz três dias.
(CONTINUA)

terça-feira, 27 de março de 2012

Audácia, uma definição visual

Como nesta semana começam as provas bimestrais, que tal algo mais leve, menos sério?

Audácia
1 tendência que dirige e incita o indivíduo a, temerariamente, realizar ações difíceis, desprezando obstáculos e situações de perigo; ousadia, intrepidez, denodo.
3 característica de quem ou daquilo que revela falta de respeito, bom senso e consideração em relação ao próximo; atrevimento, desplante.


A fotografia eu vi no Chongas. Na prova de quinta-feira espero ver a audácia de vocês, num bom sentido!


Não sei vocês, mas vejo uma cara tédio neste sapinho...

segunda-feira, 26 de março de 2012

Provas Bimestrais

E lá vamos nós para as primeiras provas bimestrais do ano!!
Apenas para relembrá-los vou listar aqui os capítulos do livro, leitura mínima para a prova. Além disso, deixarei algumas sugestões de leitura de posts antigos do blog. Quem quiser ir além, leia à vontade.
Qualquer dúvida, o espaço dos comentários está à disposição.

2a. série
O foco é o trabalho escravo ao longo do tempo: antigo, moderno e contemporâneo. É fundamental ficar atento à realidade brasileira, principalmente no que diz respeito ao racismo! O trabalho bimestral também é matéria, ok?
Capítulos 14 e 15.

Leia também:
Escravidões
O infame comércio
Abolição e abolicionismo
Análogo ou não?
Trabalho, muito trabalho


3a. série
Ao longo do bimestre abordamos principalmente o início do século XX ou, nas palavras de Eric Hobsbawm, o fim do "longo século XIX": Imperialismo e Neocolonialismo, Primeira Guerra Mundial, Revolução Russa, o Pós-Guerra: Nazi-Fascismo e Crise de 1929.
Capítulo 9 (p. 185-189)
Capítulo 19 (377-380)
Capítulo 27 (546-558)


Leia também:
Velhos termos, usos atuais
Novo impulso imperialista?
Motins, estopins e consequências
Era uma vez um império...
Os 14 Pontos
A Crise de 1929 em imagens


E se você, aluno da 2a. ou 3a. série, quiser fazer exercícios, procure no Só exercícios


Bons estudos!!

Mais um post sobre "racismo"

Você pode estar se perguntando se eu não tenho outro assunto ou se não me canso de falar sobre (ou contra) o racismo. Para ser sincero, não me canso. Mas é fato que a sociedade e a mídia também não me deixa esquecer o tema. Se continua havendo casos de racismo, porque eu deveria fechar os olhos, não é?
Nesta semana que passou recebemos esta boa notícia:

Cresce o número de denúncias de racismo no Estado de SP, revela estudo

Saber que as pessoas estão menos tolerantes às manifestações de racismo é uma boa notícia em qualquer lugar do planeta e especialmente positiva para nós, brasileiros.
Infelizmente, parece que toda notícia boa acaba sendo balanceada por uma ruim. Confere:

Acampamento 'ensina racismo' na África do Sul

A reportagem da BBC é, em parte, a respeito de um documentário realizado por duas holandesas, Elles van Gelder e Ilvy Njiokiktjien, chamado "Afrikaner Blood" (Sangue Africâner, em português). Utilizando técnicas mistas - vídeo e fotografia - as artistas registraram um acampamento de verão organizado por um grupo racista de extrema-direito sul-africano cujo objetivo é ensinar adolescentes africâneres a "evitar a visão de Nelson Mandela de uma nação arco-íris multicultural". Ou seja, o grupo Kommandokorps, focada no futuro, pretende formar uma nova geração.
É curioso que, apesar de diversos especialistas afirmarem que a segregação e o ódio racial pregado durante o Apartheid tem sido gradativamente superado, ainda haja minorias bem agressivas. Em todo caso, seria ingenuidade pensar que após quase quatro décadas de racismo institucional tudo seria superado em pouco menos de 20 anos.
Se você acha que só isto já basta para chocar, precisa ver as fotografias e as declaração que acompanham a reportagem (AQUI).

Por um segundo fiquei imaginando um encontro entre os jovens deste acampamento e os garotos da Klu Klux Klan. Nem o diabo ousaria aparecer por lá!

sexta-feira, 23 de março de 2012

Poema para ano eleitoral (só?)

O Analfabeto Político
                                                          (Bertolt Brecht)

O pior analfabeto
é o analfabeto político.
Ele não ouve, não fala,
nem participa dos acontecimentos políticos.
Ele não sabe que o custo da vida,
o preço do feijão, do peixe, da farinha,
do aluguel, do sapato e do remédio
dependem das decisões políticas.
O analfabeto político
é tão burro que se orgulha
e estufa o peito dizendo
que odeia a política.
Não sabe o imbecil que,
da sua ignorância política
nasce a prostituta, o menor abandonado
e o pior de todos os bandidos:
O político vigarista,
pilantra, corrupto e lacaio
das empresas nacionais e multinacionais.

quinta-feira, 22 de março de 2012

Museus, museus, museus...

Quando eu estive na Turquia fomos conhecer as cavernas da Capadócia, região central do país. Essas cavernas serviram de refúgio para inúmeras populações, mas destacam-se as primeiras comunidades cristãs. Por conta disso, há uma série de pinturas e inscrições muito significativas nas paredes de rocha calcária. Imaginem que sem um guia o passeio fica realmente complicado, tanto para se localizar quanto para obter qualquer informação. Então contratamos um guia local: um sujeito muito bem informado que falava um inglês muito bom (apesar do forte sotaque) e era completamente apaixonado pelo que fazia. A especialidade do fulano era desmentir grandes teorias, ou seja, fanático por teorias da conspiração. Não por acaso, minha esposa e eu o apelidamos (entre a gente, claro) de "Dan Brown da Capadócia".
O mais intrigante é que ele fazia uma série de alusões a obras de artes em diversos museus. Citava obras que estavam no Louvre e no Vaticano, comentava sobre a Capela Sistina, etc. Então perguntamos se ele já tinha visitado todos esses lugares. Ele, muito tranquilo, respondeu que NUNCA havia saído da Turquia. Se você está se perguntando como é que ele se atrevia a fazer tantos comentários sem nunca ter visto nada pessoalmente, relaxa. Nós também perguntamos. A resposta, meio óbvia, foi: INTERNET.
Volto a dizer, não sou fã de museus virtuais porque considero a experiência do museu insuperável. Mas é fato que em alguns casos você verá melhor pela internet que ao vivo: nada de filas, com zoom, sem pressa para ir embora, etc. Sem falar que em alguns você não pode nem tirar uma foto para recordação!!
Pensando nisso, segue a sugestão de passeio.




Recomendo uma volta da Capela Sistina. Virtualmente não tem ninguém colado em você, não tem vigia pedindo silêncio, não dá dor no pescoço e o zoom em 360o. faz toda a diferença!

quarta-feira, 21 de março de 2012

Vale lembrar!

Eu não sou muito de datas comemorativas. Nem mesmo para o meu aniversário dou muita importância, se não der para comemorar no dia exato, que seja no dia seguinte. O que não significa que eu seja contra todas as datas!
Hoje, por exemplo, é um dia que eu considero memorável, isto é, digo de ser lembrado. Não porque diz respeito a nós brasileiros, mas porque penso que grandes homens e grandes feitos devem ser lembrados. Neste caso, um pacifista (e são poucos!) lutando pelos Direitos Civis nos EUA, mas cuja influência ao redor do mundo é inegável: no dia 21 de março de 1965 o pastor Martin Luther King Jr. comandava a maior e mais famosa marcha pelos Direitos Civis. Àquela época os negros americanos ainda não tinham os mesmos direitos de voto que os brancos e a mudança deste cenário foi uma das vitórias dessa manifestação.
Três anos depois, em 4 de abril de 1968, Martin Luther King foi assassinado por um americano branco. Restaram seus discursos e seus exemplos.

Assista a um trecho do famoso discurso e depois o leia na íntegra. Além de um registro precioso de uma época, trata-se de um belíssimo discurso, uma peça de alta oratória!


I have a dream (Eu tenho um sonho)
"Eu estou contente em unir-me com vocês no dia que entrará para a história como a maior demonstração pela liberdade na história de nossa nação.Cem anos atrás, um grande americano, na qual estamos sob sua simbólica sombra, assinou a Proclamação de Emancipação. Esse importante decreto veio como um grande farol de esperança para milhões de escravos negros que tinham murchados nas chamas da injustiça. Ele veio como uma alvorada para terminar a longa noite de seus cativeiros.Mas cem anos depois, o Negro ainda não é livre.Cem anos depois, a vida do Negro ainda é tristemente inválida pelas algemas da segregação e as cadeias de discriminação.Cem anos depois, o Negro vive em uma ilha só de pobreza no meio de um vasto oceano de prosperidade material. Cem anos depois, o Negro ainda adoece nos cantos da sociedade americana e se encontram exilados em sua própria terra. Assim, nós viemos aqui hoje para dramatizar sua vergonhosa condição.De certo modo, nós viemos à capital de nossa nação para trocar um cheque. Quando os arquitetos de nossa república escreveram as magníficas palavras da Constituição e a Declaração da Independência, eles estavam assinando uma nota promissória para a qual todo americano seria seu herdeiro. Esta nota era uma promessa que todos os homens, sim, os homens negros, como também os homens brancos, teriam garantidos os direitos inalienáveis de vida, liberdade e a busca da felicidade. Hoje é óbvio que aquela América não apresentou esta nota promissória. Em vez de honrar esta obrigação sagrada, a América deu para o povo negro um cheque sem fundo, um cheque que voltou marcado com "fundos insuficientes".Mas nós nos recusamos a acreditar que o banco da justiça é falível. Nós nos recusamos a acreditar que há capitais insuficientes de oportunidade nesta nação. Assim nós viemos trocar este cheque, um cheque que nos dará o direito de reclamar as riquezas de liberdade e a segurança da justiça.Nós também viemos para recordar à América dessa cruel urgência. Este não é o momento para descansar no luxo refrescante ou tomar o remédio tranqüilizante do gradualismo.Agora é o tempo para transformar em realidade as promessas de democracia.Agora é o tempo para subir do vale das trevas da segregação ao caminho iluminado pelo sol da justiça racial.Agora é o tempo para erguer nossa nação das areias movediças da injustiça racial para a pedra sólida da fraternidade. Agora é o tempo para fazer da justiça uma realidade para todos os filhos de Deus.Seria fatal para a nação negligenciar a urgência desse momento. Este verão sufocante do legítimo descontentamento dos Negros não passará até termos um renovador outono de liberdade e igualdade. Este ano de 1963 não é um fim, mas um começo. Esses que esperam que o Negro agora estará contente, terão um violento despertar se a nação votar aos negócios de sempre.Mas há algo que eu tenho que dizer ao meu povo que se dirige ao portal que conduz ao palácio da justiça. No processo de conquistar nosso legítimo direito, nós não devemos ser culpados de ações de injustiças. Não vamos satisfazer nossa sede de liberdade bebendo da xícara da amargura e do ódio. Nós sempre temos que conduzir nossa luta num alto nível de dignidade e disciplina. Nós não devemos permitir que nosso criativo protesto se degenere em violência física. Novamente e novamente nós temos que subir às majestosas alturas da reunião da força física com a força de alma. Nossa nova e maravilhosa combatividade mostrou à comunidade negra que não devemos ter uma desconfiança para com todas as pessoas brancas, para muitos de nossos irmãos brancos, como comprovamos pela presença deles aqui hoje, vieram entender que o destino deles é amarrado ao nosso destino. Eles vieram perceber que a liberdade deles é ligada indissoluvelmente a nossa liberdade. Nós não podemos caminhar só.E como nós caminhamos, nós temos que fazer a promessa que nós sempre marcharemos à frente. Nós não podemos retroceder. Há esses que estão perguntando para os devotos dos direitos civis, "Quando vocês estarão satisfeitos?"Nós nunca estaremos satisfeitos enquanto o Negro for vítima dos horrores indizíveis da brutalidade policial. Nós nunca estaremos satisfeitos enquanto nossos corpos, pesados com a fadiga da viagem, não poderem ter hospedagem nos motéis das estradas e os hotéis das cidades. Nós não estaremos satisfeitos enquanto um Negro não puder votar no Mississipi e um Negro em Nova Iorque acreditar que ele não tem motivo para votar. Não, não, nós não estamos satisfeitos e nós não estaremos satisfeitos até que a justiça e a retidão rolem abaixo como águas de uma poderosa correnteza.Eu não esqueci que alguns de você vieram até aqui após grandes testes e sofrimentos. Alguns de você vieram recentemente de celas estreitas das prisões. Alguns de vocês vieram de áreas onde sua busca pela liberdade lhe deixaram marcas pelas tempestades das perseguições e pelos ventos de brutalidade policial. Você são o veteranos do sofrimento. Continuem trabalhando com a fé que sofrimento imerecido é redentor. Voltem para o Mississippi, voltem para o Alabama, voltem para a Carolina do Sul, voltem para a Geórgia, voltem para Louisiana, voltem para as ruas sujas e guetos de nossas cidades do norte, sabendo que de alguma maneira esta situação pode e será mudada. Não se deixe caiar no vale de desespero.Eu digo a você hoje, meus amigos, que embora nós enfrentemos as dificuldades de hoje e amanhã. Eu ainda tenho um sonho. É um sonho profundamente enraizado no sonho americano.Eu tenho um sonho que um dia esta nação se levantará e viverá o verdadeiro significado de sua crença - nós celebraremos estas verdades e elas serão claras para todos, que os homens são criados iguais.Eu tenho um sonho que um dia nas colinas vermelhas da Geórgia os filhos dos descendentes de escravos e os filhos dos desdentes dos donos de escravos poderão se sentar junto à mesa da fraternidade.Eu tenho um sonho que um dia, até mesmo no estado de Mississippi, um estado que transpira com o calor da injustiça, que transpira com o calor de opressão, será transformado em um oásis de liberdade e justiça.Eu tenho um sonho que minhas quatro pequenas crianças vão um dia viver em uma nação onde elas não serão julgadas pela cor da pele, mas pelo conteúdo de seu caráter. Eu tenho um sonho hoje!Eu tenho um sonho que um dia, no Alabama, com seus racistas malignos, com seu governador que tem os lábios gotejando palavras de intervenção e negação; nesse justo dia no Alabama meninos negros e meninas negras poderão unir as mãos com meninos brancos e meninas brancas como irmãs e irmãos. Eu tenho um sonho hoje!Eu tenho um sonho que um dia todo vale será exaltado, e todas as colinas e montanhas virão abaixo, os lugares ásperos serão aplainados e os lugares tortuosos serão endireitados e a glória do Senhor será revelada e toda a carne estará junta.Esta é nossa esperança. Esta é a fé com que regressarei para o Sul. Com esta fé nós poderemos cortar da montanha do desespero uma pedra de esperança. Com esta fé nós poderemos transformar as discórdias estridentes de nossa nação em uma bela sinfonia de fraternidade. Com esta fé nós poderemos trabalhar juntos, rezar juntos, lutar juntos, para ir encarcerar juntos, defender liberdade juntos, e quem sabe nós seremos um dia livre. Este será o dia, este será o dia quando todas as crianças de Deus poderão cantar com um novo significado."Meu país, doce terra de liberdade, eu te canto.Terra onde meus pais morreram, terra do orgulho dos peregrinos,De qualquer lado da montanha, ouço o sino da liberdade!"E se a América é uma grande nação, isto tem que se tornar verdadeiro.E assim ouvirei o sino da liberdade no extraordinário topo da montanha de New Hampshire.Ouvirei o sino da liberdade nas poderosas montanhas poderosas de Nova York.Ouvirei o sino da liberdade nos engrandecidos Alleghenies da Pennsylvania.Ouvirei o sino da liberdade nas montanhas cobertas de neve Rockies do Colorado.Ouvirei o sino da liberdade nas ladeiras curvas da Califórnia.Mas não é só isso. Ouvirei o sino da liberdade na Montanha de Pedra da Geórgia.Ouvirei o sino da liberdade na Montanha de Vigilância do Tennessee.Ouvirei o sino da liberdade em todas as colinas do Mississipi.Em todas as montanhas, ouviu o sino da liberdade.E quando isto acontecer, quando nós permitimos o sino da liberdade soar, quando nós deixarmos ele soar em toda moradia e todo vilarejo, em todo estado e em toda cidade, nós poderemos acelerar aquele dia quando todas as crianças de Deus, homens pretos e homens brancos, judeus e gentios, protestantes e católicos, poderão unir mãos e cantar nas palavras do velho spiritual negro:"Livre afinal, livre afinal.Agradeço ao Deus todo-poderoso, nós somos livres afinal."

Este discurso foi proferido no dia 28 de agosto de 1963 sob a sombra da colossal estátua de Lincoln, o presidente que abolira a escravidão cem anos antes. A manifestação pró Direitos Civis contava com 250 mil pessoas presentes em Washington.

Propaganda e os propagandistas

Bertolt Brecht (1898-1956)
Como atividade optativa neste bimestre havia um trabalho com documentos cujo tema era o nazi-fascismo. Um dos documentos era, na verdade, um poema de Bertolt Brecht, um dos maiores dramaturgos do século XX e ferrenho crítico do nazismo desde o primeiro instante. Perseguido pelo regime de Hitler, Brecht deixou a Alemanha e perdeu sua cidadania alemã. Suas peças e poemas possuem sempre uma crítica ao nazismo ou à sociedade que aceitava a liderança do Führer sem qualquer questionamento. Até hoje o termo brechtiano se aplica ao teatro crítico e pedagogicamente político, voltado para o engajamento da sociedade contra a opressão.
No poema abaixo, Brecht trata justamente de uma das inovações nazistas: a propaganda. Como os nazistas estavam voltados para uma política de massas, era fundamental seduzir e conquistar o apoio da população como um todo. Nunca, até então, um partido (e depois um governo) havia usado tanto de propaganda: cartazes, comícios, rádio, cinema, tudo servia aos propósitos de sedução de corações e mentes.
O curioso é que a inovação nazista acabou se tornando o "feijão com arroz" da política . Experimente ler o poema sem as estrofes 2, 3 e 4, que são bem específicas. Não parece a descrição de qualquer campanha política? Ou mais, não parece a propaganda de qualquer coisa, do sabão em pó a um carro de luxo?

NECESSIDADE DA PROPAGANDA
1.
É possível que em nosso país nem tudo ande como deveria andar.
Mas ninguém pode negar que a propaganda é boa.
Mesmo os famintos devem admitir
Que o Ministro da Alimentação fala bem.
2.
Quando o regime liquidou mil homens
Num único dia, sem investigação nem processo
O Ministro da Propaganda louvou a paciência infinita do Führer
Que havia esperado tanto para ter a matança
E havia acumulado os patifes de bens e distinções
Fazendo-o num discurso tão magistral, que
Naquele dia não só os parentes das vítimas
Mas também os próprios algozes choraram.
3.
E quando em um outro dia o maior dirigível do Reich
Se desfez em chamas, porque o haviam enchido de gás inflamável
Poupando o gás não-inflamável para fins de guerra
O Ministro da Aeronáutica prometeu diante dos caixões dos mortos
Que não se deixaria desencorajar, o que ocasionou
Uma grande ovação. Dizem que houve aplausos
Até mesmo de dentro dos caixões.
4.
E como é exemplar a propaganda
Do lixo e do livro do Führer!
Todo mundo é levado a recolher o livro do Führer
Onde quer que esteja jogado.
Para propagar o hábito de juntar trapos* , o poderoso Göring
Declarou-se o maior “juntador de crápulas” de todos os tempos
E para acomodar os crápulas* fez construir
No centro da capital do Reich
Um palácio ele mesmo do tamanho de uma cidade.
5.
Um bom propagandista
Transforma um monte de esterco em local de veraneio.
Quando não há manteiga, ele demonstra
Como um talhe esguio faz um homem esbelto.
Milhares de pessoas que o ouvem discorrer sobre as auto-estradas
Alegram-se como se tivessem carros.
Nos túmulos dos que morreram de fome ou em combate
Ele planta louros. Mas já bem antes disso
Falava de paz enquanto os canhões passavam.
6.
Somente através de propaganda perfeita
Pôde-se convencer milhões de pessoas
Que o crescimento do Exército constitui obra de paz
Que cada novo tanque é uma pomba da paz
E cada novo regimento uma prova de
Amor à paz.
7.
Mesmo assim: bons discursos podem conseguir muito
Mas não conseguem tudo. Muitas pessoas
Já se ouve dizerem: pena
Que a palavra “carne” apenas não satisfaça, e
Pena que a palavra “roupa” aqueça tão pouco.
Quando o Ministro do Planejamento faz um discurso de louvor à nova impostura
Não pode chover, pois seus ouvintes
Não têm com que se proteger.
8.
Ainda algo mais desperta dúvidas
Quanto à finalidade da propaganda: quanto mais propaganda há em nosso pais
Tanto menos há em outros países.

* A palavra alemã Lumpen tem os dois sentidos, “trapos” e “crápulas”. (N. do T. )

Explicações

Pessoal,
Não sei o que vocês acham, mas considero que as atualizações do blog estão aquém do desejado. Esse ritmo meio lento se deve a duas coisas: à falta de tempo por conta de compromissos profissionais e à tentativa de "dar um gás" no outro blog, o Só Exercícios.
Com a proximidade das provas bimestrais estou tentando ampliar a quantidade e a variedade de questões disponíveis no Só Exercícios para que vocês possam estudar com mais tranquilidade. Portanto, dê uma passadinha por lá.

terça-feira, 20 de março de 2012

Que fazer do meu futuro?

Esta talvez seja a pergunta mais frequente quando se está no Ensino Médio, às vésperas do encerramento da fase escolar. E justamente por ser inevitável é que esta pergunta merece toda a atenção do mundo.
Quase por acaso li um artigo (ou texto, ou crônica, ou desabafo, sei lá) de Jotagá Crema, no Catraca Livre. O texto é muito bom, em especial porque vai direto ao ponto, sem grandes rodeios ou sutilezas, contando como uma lógica um tanto torta o levou a um curso universitário que não condizia com suas expectativas de futuro.
Merece uma leitura atenta!
Como desisti da Escola Politécnica
por Jotagá Crema, publicado na Folha de S.Paulo

Em 2002, comecei a cursar engenharia na Escola Politécnica da Universidade de São Paulo. Tinha passado os últimos dois anos do colegial obcecado por notas e vestibular.
O colégio onde fiz o ensino médio, o Agostiniano Mendel, estimulava os alunos a estudarem para as provas através de rankings de classificação, que serviam para definir em qual sala cada um ficaria.
Entrei completamente no jogo. Raramente conversava com amigos fora do colégio, saía pouco, dificilmente pesquisava assuntos não relacionados ao vestibular -sentia culpa por estar perdendo um tempo precioso. Fiz uma lista de livros e filmes que poderia ler e assistir quando finalmente passasse no vestibular.
Não sabia qual curso escolher. Meu melhor amigo tinha um primo engenheiro com um belo emprego corporativo. Como eu era bom em exatas, por que não garantiria uma carreira promissora?
(CONTINUA)

segunda-feira, 19 de março de 2012

Camburões e navios negreiros

Os alunos da 2a. série tinham duas opções de atividades optativas para este bimestre tiradas do Livro Didático. Uma delas foi de longe a mais escolhida: uma reflexão sobre uma música do O Rappa.
A música em questão é Todo camburão tem um pouco de navio negreiro e as questões sugeriam duas análises, uma em relação à história da escravidão no Brasil e a outra a respeito da realidade brasileira atual.
Para quem só leu a letra, aproveite para ouvir a música:



Todo Camburão Tem Um Pouco De Navio NegreiroMarcelo Yuka, Falcão, Marcelo Lobato, Nelson Meirelles, Alexandre Menezes
Tudo começou quando a gente conversava
Naquela esquina alí
De frente àquela praça
Veio os homens
E nos pararam
Documento por favor
Então a gente apresentou
Mas eles não paravam
Qual é negão? Qual é negão?
O que que tá pegando?
Qual é negão? Qual é negão?
É mole de ver
É mole de ver
Que em qualquer dura
O tempo passa mais lento pro negão
Quem segurava com força a chibata
Agora usa farda
Engatilha a macaca
Escolhe sempre o primeiro
Escolhe sempre o primeiro
Negro pra passar na revista
Pra passar na revista
Pra passar na revista
Todo camburão tem um pouco de navio negreiro (África)
Todo camburão tem um pouco de navio negreiro (África)
É mole de ver
É mole de ver
Que para o negro
Mesmo a AIDS possui hierarquia
Na África a doença corre solta
E a imprensa mundial
Dispensa poucas linhas
Dispensa poucas linhas
Comparado, comparado
Ao que faz com qualquer
Figurinha do cinema
Comparado, comparado
Ao que faz com qualquer
Figurinha do cinema
Ou das colunas sociais
Todo camburão tem um pouco de navio negreiro (África)
Todo camburão tem um pouco de navio negreiro (África)
É mole de ver
É mole de ver
Que todo camburão tem um pouco de navio negreiro (África)
Todo camburão tem um pouco de navio negreiro (África)

Pessoalmente considero a música muito interessante. A comparação entre a violência preconceituosa -  responsável por criar um binômio quase automático negro-bandido ou, pelo menos, negro-suspeito - com a violência da captura dos africanos para vendê-los como escravo é muito feliz. A música toca em questões delicadas como hierarquia social, o preconceito mascarado (mas atuante), violências explícitas e outras nem tanto (como ignorar os problemas dos outros), etc.
Para aprofundar essa análise entre o braço branco do traficante de escravos e o braço branco da sociedade atual sugiro a leitura de dois posts antigos:





Para os alunos da 2a. série é uma ótima dica de estudo para as provas. Já para a turma da 3a. série, bom, a ladainha de sempre que vocês já conhecem: pensem no fim do ano.

quinta-feira, 15 de março de 2012

Combates filosóficos

A imagem segundo a qual a filosofia é um grande campo de batalha de ideias é coisa velha. Discutir, argumentar, oferecer novas visões de mundo... tudo isso faz parte da história da filosofia e de seus pensadores.  Mas, em geral, os filósofos não são superados (ou vencidos) por expoentes mais novos, pois o pensamento se faz mais por diálogo que por simples oposição certo versus errado.
Apropriando-se da imagem do combate e misturando com os antigos games de lutas ao estilo Street Fighters e Mortal Kombat, o pessoal da Superinteressante criou um joguinho absurdamente simples e divertido sem perder conteúdo: o Filosofighters.


Explicando melhor: Platão, Santo Agostinho, Nicolau Maquiavel, René Descartes, Jean-Jacques Rousseau, Karl Marx, Friedrich Nietzsche, Jean Paul Sartre e Simone De Beauvoir são agora lutadores e precisam se enfrentar. Além dos tradicionais chutes e socos, cada um dos filósofos utiliza dois golpes especiais que você fica conhecendo lendo um pouco mais sobre o lutador. Marx, por exemplo, arremessa a foice e o martelo, além de convocar os trabalhadores para ajudá-lo.


Para jogar, clique AQUI.
Só não vai ficar jogando e esquecer de estudar para as provas!

sexta-feira, 9 de março de 2012

Uma polêmica interessante

A União Europeia lançou um vídeo tendo em vista o público de 16 a 24 anos e com o objetivo chamar a todos a uma política de boa vizinhança. Com linguagem dinâmica e estética de filme de ação, Europa encontra China, Índia e Brasil.
Bom, a União Europeia lançou o vídeo e logo depois "des-lançou". Diante das críticas generalizadas foram obrigados a retirar o material do YouTube e se retratar.
Veja:



As críticas feitas ao filme publicitário vão desde "racista" a "imperialista", passando por "esteriotipado" e "agressivo".
Só para entender melhor, um resumo do roteiro: três lutadores (um chinês e seu kung fu, um indiano que levita e um negro capoeirista) cercam uma moça com cara de Kill Bill. Ela respira fundo, se multiplica em 12 (as doze estrelas da bandeira da União Europeia) e todos se sentam para conversar. No final, o slogan: "Quanto mais de nós houver, mais força teremos".

Opinião pessoal:
Entendo perfeitamente a polêmica apesar de não chamar de "racismo". Compreendo a tentativa de um discurso pró diálogo, de paz e harmonia entre os povos, mas o tiro saiu pela culatra. Para dizer o mínimo, o vídeo pode sugerir que os BRICs (com exceção da Rússia que não aparece no filme) são encarados como uma ameaça e depois convencidos a dialogar. Além disso, apostaram em esteriótipos. Nem vou comentar o capoeirista, porém é fato que quem chama para o diálogo é a Europa/Kill Bill. Ou seja, na minha leitura, voltamos à defesa da superioridade europeia e seu já antigo eurocentrismo.

Um passado presente

Nós estudamos história, simplificando bastante, porque somos seres com memória e porque o passado possui suas permanências. Ou seja, o que foi feito, pensado, falado, etc, continua de alguma forma presente nos mais diferentes aspectos das nossas vidas. No entanto, há "coisas" que são mais presentes, em parte porque são recentes ou, ainda, porque sua influência é enorme sobre nossas vidas. Este é o caso da Ditadura Militar que, apesar de encerrada em 1985, ainda é assunto de muito debate. Veja o caso da Comissão da Verdade a ser instalada pelo Governo Federal para investigar e analisar os crimes cometidos durante aquele terrível regime de exceção.
Com enorme frequência os jornais também noticiam algum novidade sobre a Ditadura. Alguma informação recém-descoberta, um testemunho, o lançamento de um novo livro. Exemplos de que a interpretação histórica daquele período está em pleno processo e muito longe de um consenso (como se isso fosse possível ou desejável).
Nesta semana, saíram duas interessantes notícias que valem a leitura.

Sobre o começo:
Militares planejaram golpe três anos antes, em 1961
Post do blog mantido pelo jornalista Jamil Chade, correspondente d'O Estado de S. Paulo na Europa.
Há outros posts interessantíssimos sobre a mesma temática AQUI.


Sobre o fim:
Foto de Herzog enforcado alimentou luta interna entre militares na ditadura
Documento mostra como a imagem do jornalista morto em cela do DOI-Codi foi manipulada

A morte do jornalista Vladimir Herzog numa cela do DOI-Codi em São Paulo, em 25 de outubro de 1975, alimentou uma disputa interna de poder na ditadura militar. Documento divulgado na terça-feira, 6, pelo deputado Miro Teixeira (PDT-RJ) é uma nova peça importante no quebra-cabeça desse caso e serve como mais uma prova de que a famosa foto do jornalista enforcado dentro da cela, divulgada pelos militares, foi manipulada pela ditadura.

quinta-feira, 8 de março de 2012

Mais um 8 de março

Eu juro que este ano eu ia deixar passar o 8 de março. Já escrevi sobre o Dia Internacional da Mulher nos dois anos anteriores deste blog e achei que estava de bom tamanho. Mas ontem, um ex-aluno deixou no "comentários" uma sugestão um tanto inusitada para um post sobre esta data. Acabei gostando da ideia.
O vídeo é uma interessante paródia da música Bad Romance (sim, da Lady Gaga!). Com um produção realmente impressionante, bem cuidada e detalhista, o novo clipe aborda a luta feminina pelo direito ao voto nos EUA e homenageia Alice Paul, uma das mais importantes ativistas deste movimento.



Você pode estar se perguntando porque alguém faria uma paródia e um vídeo tão bem feitos. O grupo responsável - Soomo - reúne uma equipe de professores e interessados em educação para a discussão de novas formas de ensino e construção de conhecimento. Por isso o clipe apresenta tanto rigor didático, relembrando a luta das sufragistas estadunidenses nos anos 1910, com a vitória do direito ao voto em 1919. Na Europa a tendência era a mesma, com lutas feministas desde os anos finais do século XIX, no caso da Inglaterra. No velho mundo o sufrágio feminino ganhou força com a I Guerra Mundial, pois as mulheres acabaram ocupando lugar de destaque no esforço de guerra, principalmente assumindo os postos de trabalho deixados pelos homens combatentes. Ao fim do confronto, fortalecidas pela atuação no mercado de trabalho, as reivindicações ganharam força.
No Brasil, as mulheres também se organizaram em prol do voto feminino no início do século XX, com destaque para a região nordeste. No Rio Grande do Norte, Celina Guimarães Viana conseguiu ser a primeira eleitora brasileira, em 1926, graças ao fato da Constituição daquele estado não impedir o sufrágio das mulheres. Apesar de não haver proibição expressa na Constituição Brasileira de 1891, então em vigor, leis eleitorais e forte pressão social (e machista) impediam o exercício da cidadania pelas mulheres. Esta situação só foi revertida com as eleições de 1932 para a Assembleia Constituinte, sob o governo provisório de Getúlio Vargas, e a consequente Constituição de 1934. Para quem acha que o Brasil demorou a reconhecer o direito das mulheres ao voto, saiba que ainda estamos entre os pioneiros.


Sobre as razões que levaram à escolha do dia 8 de março como Dia Internacional da Mulher e a luta pela defesa das mulheres no Brasil e no Mundo leia os posts antigos:

Um dia!

Ainda sobre o Dia Internacional da Mulher

quarta-feira, 7 de março de 2012

Só exercícios!


Para os alunos da 2a. série, em breve as provas bimestrais estarão aí. Para os da 3a. série, todo dia é dia de estudar, afinal há os vestibulares no horizonte. Então, aqui vai um estímulo:
325 exercícios (até o momento) de história tirados dos principais vestibulares. Questões dissertativas e de múltipla escolha organizadas tematicamente com a ajuda de marcadores (ou tags).
Basta uma visitinha ao blog Só Exercícios.

terça-feira, 6 de março de 2012

Coragem, uma definição visual

Eu confesso que fiquei muito em dúvida sobre a definição visual expressa pela imagem abaixo. Talvez coragem, ou talvez "a vitória da consciência sobre a alienação". Em todo caso, o ato do cidadão é poderoso!


Vi esta imagem em uma notícia da Revista de História da Biblioteca Nacional e reproduzo abaixo o texto desta excelente publicação.

A coragem de dizer não 
Foto histórica de um homem que se recusou a fazer a saudação nazista cai na internet e faz sucesso nas redes sociais
Felipe Sáles

Contrariando a atração à frivolidade das mensagens virais que tomam a internet, uma antiga foto de um homem que se recusou a fazer o cumprimento nazista se espalha pelo Facebook e faz sucesso na rede mundial de computadores. Enquanto dezenas de pessoas saúdam o Terceiro Reich, o homem permanece de braços cruzados e com um semblante de desdém.
A imagem foi feita em 1936 – em plena Alemanha Nazista – no Porto de Hamburgo, onde a multidão se aglomerava para assistir ao lançamento de um navio militar. O cidadão se chamava August Landmesse e era operário do estaleiro de Hamburgo. Apesar de ter ingressado no Partido Nazista em 1931, ele foi expulso em 1935 por ser casado com uma judia. A união lhe valeu duas filhas e a prisão por “desonrar a raça ariana”. Em 1941, August foi libertado e enviado à guerra. Em pouco tempo no campo de batalha foi dado como desaparecido em combate e declarado morto. Já a mulher de August teria sido presa pela Gestapo, a polícia secreta nazista, e depois desaparecido.
A história veio à tona apenas em 1991, quando August foi identificado. Ao ver a foto num jornal alemão, Irene, uma de suas filhas, o reconheceu. Enquanto sua irmã foi morar com a avó materna, Irene foi enviada a um orfanato e depois adotada. Em 1996, ela escreveu um livro contando a história da família. A imagem, que já foi curtida quase 100 mil vezes e compartilhada outras 40 mil, foi publicada no último sábado (dia 4) na página do Facebook do movimento Senri No Michi – uma organização criada após o terremoto e o tsunami de 2011 do Japão, com o objetivo de divulgar ações de caridade.

segunda-feira, 5 de março de 2012

Semelhanças onde só se vê diferenças

O jornal Folha de S. Paulo começou recentemente a dar espaço aos seus correspondentes internacionais por meio de blogs. Não posso dizer que me tornei leitor assíduo de algum desses blogs, mas por coincidência talvez, tenho sempre tropeçado nas postagens do correspondente no Irã, Samy Adghirni.
Segundo o "perfil", o jornalista de 32 anos é formado pela Universidade Stendhal de Grenoble (França) e está na Folha desde 2008."Trabalhou para diversos veículos franceses, como as rádios BFM e Radio France Internationale. No Brasil, passou pelo “Correio Braziliense”. Especializado em Oriente Médio, Adghirni participou da cobertura de revoltas na Tunísia, Líbia e Egito."
O interessante é que ele se esforça em mostrar um Irã menos "exótico" ou "fanático", apesar dos comentários um tanto ignorantes de alguns leitores.
Em tempos de tensões internacionais, eu recomendo o interessante texto abaixo:

Iranianos e americanos, tudo a ver
Iranianos e americanos são muito mais próximos do que se imagina e compartilham inclusive uma maneira muito parecida de enxergar o mundo e a si próprios.
A tese, que pode soar esdrúxula, é defendida pelo veterano repórter e escritor Scott Peterson no jornal “Christian Science Monitor”, uma das mais respeitadas e tradicionais publicações do jornalismo americano.
Peterson sustenta que os dois países têm tudo para voltar a ser “aliados naturais”, como foram até a Revolução Islâmica de 1979. O autor lembra que o Irã foi um dos únicos países do Oriente Médio onde as pessoas acenderam velas em massa em apoio aos EUA após o 11 de Setembro.
O artigo, divulgado dias atrás no site do jornal (link abaixo), argumenta que as semelhanças entre as duas populações podem ser organizadas em torno de cinco características comuns... (CONTINUA)


Eu fiquei surpreso em me deparar com tantas semelhanças onde só se destaca, normalmente, as diferenças.
Se você não se fecha em meia dúzia de ideias mal amarradas, aproveite e vá ao cinema assistir ao ganhador do Oscar de Melhor Filmes Estrangeiro, A Separação. Vale a pena!

Li e lembrei de vocês

Relendo Mario Quintana, poeta de quem gosto muito, acabei me lembrando de vocês, alunos do Ensino Médio. Vejam se estes versos fazem algum sentido para vocês.

O Adolescente 
A vida é tão bela que chega a dar medo.
Não o medo que paralisa e gela,
estátua súbida,
mas
esse medo fascinante e fremente de curiosidade que faz
o jovem felino seguir para a frente farejando o vento
ao sair, a primeira vez, da gruta.
Medo que ofusca: luz!
Cumplicemente,
as folhas contam-te um segredo
velho como o mundo:
Adolescente, olha! A vida é nova...
A vida é nova e anda nua
- vestida apenas como o teu desejo!

Se o poema não te diz nada talvez seja a hora de sair da gruta...

sexta-feira, 2 de março de 2012

III Reflexão com Debate

Em novembro de 2010 fizemos uma primeira experiência de leitura coletiva e discussão a que chamamos de Reflexão com Debate. Naquela ocasião participaram vários professores, como Mônica, Sacay, Regina, Luciane e Pe. Eduardo Henriques, e o tema foi Eugenia. O II Reflexão com Debate foi sobre Ética na vida contemporânea e ocorreu em maio de 2011, segundo a mesma proposta: leitura previamente escolhidas + debate.

Sentiu a pressão? Ok, esquece a
U.S. Army e colabora!
Como podem ver até o momento não conseguimos manter uma periodicidade, apesar da cobrança de diversos alunos e ex-alunos. Agora, queremos iniciar o ano com mais atividades! Porém, precisamos da ajuda de vocês.

Para fazer desta atividade algo mais democrático e interativo queremos contar com a colaboração de vocês desde o início: com o tema. O que vocês gostariam de debater? Qual tema interessa e vocês querem ver aprofundado? Pode ser algo mais específico, pontual, ou algo mais conceitual. Fica a seu critério.

Deixe sua sugestão nos "comentários" abaixo!

Overdose de opiniões, um definição visual

Continuando o nosso fictício dicionário ilustrado, uma ilustração do colombiano César Del Valle, feita à lápis e de um hiper-realismo fantástico.
Nos dias atuais todos têm opinião sobre tudo, até mesmo antes de pararem para refletir. O verbete sobre a overdose de opiniões, ou simplesmente a velha verborragia, teria esta imagem:





Quer ver outros trabalhos deste artista? AQUI

quinta-feira, 1 de março de 2012

A eterna notícia: ENEM

Há algum tempo entrei em uma polêmica com um (agora) ex-aluno sobre o ENEM. Ele, um severo crítico do exame. Eu, um cauteloso, mas sincero defensor do "dito cujo". A verdade é que, passa o tempo, porém o ENEM não sai dos jornais, seja por sua importância, seja por suas polêmicas.
Por isso...
FIQUE ATENTO!!!

Esta é a notícia da vez:

Governo mudará correção de redações do Enem
O ministro da Educação, Aloizio Mercadante, defendeu nesta quinta-feira que as redações do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) passem por mudanças no critério de correção, garantindo mais objetividade e segurança aos alunos. Conforme informou ontem o jornal O Estado de S.Paulo, o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), órgão que cuida do Enem, discute internamente mudanças na correção das redações. Uma das possibilidades é, no caso de discrepância das notas do primeiro e do segundo corretor, a redação ser levada a uma banca com três especialistas.
(Leia a notícia toda AQUI)
Antes que digam "pô, mas já vai ter mudança de novo!?", é bom reparar que a alteração é necessária e viria para melhor (pelo menos em tese). A correção das redações trouxe tantos problemas que teve um estudante do Rio de Janeiro que entrou na justiça após receber o resultado dos três corretores: 800 (do primeiro corretor), 0 (do segundo) e 440 (do terceiro). Ou seja, realmente carece de revisão dos critérios.