terça-feira, 13 de dezembro de 2011

Férias

Pessoal,
Finalmente chegamos ao final de mais um ano. Amanhã tenho o Conselho de Classe final e, portanto, o encerramento oficial do ano. Para os alunos da 3a. série, essa conclusão será na quinta-feira, com a formatura.
Como também mereço um descanso, este Blog entrará de férias junto com vocês. Nossas atividades estarão de volta apenas em janeiro, quando espero apresentar algumas novidades por aqui.
Aproveitem esse tempo para relaxar, ler bons livros, ver filmes minimamente inteligentes, e ampliar seus horizontes. No mais, façam o que vocês não deveriam ter feito durante o ano: NADA.


Abraços

segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Quase férias...

Parte dos alunos já estão de férias e até mesmo este blog anda num ritmo bem lento. Com o fim das aulas regulares e o início da Recuperação do 4o. Bimestre e a Recuperação Final (a começar amanhã) tudo está mais devagar por aqui.
Aos alunos que já concluíram o ano, gostaria de dar meus parabéns. Por mais que os pais digam (e os meus também disseram!) que você não fizeram nada além da obrigação, bom, vocês fizeram direito e isso é muito importante. Para os que ainda vão precisar de mais uma prova para encerrar 2011, ficam aqui algumas recomendações.

1. Verifiquem os conteúdos exigidos para a Recuperação Final. 
Está tudo no GIC, mas vou colocar aqui:


2a. série:
  • Mundo do trabalho: trabalho assalariado e escravo
  • Revolução Industrial
  • Revolução Francesa 
  • Processo de Independência do Brasil.
Reparem que são apenas 4 tópicos, porém não é pouca coisa. Obviamente não vou exigir aquele detalhe mínimo, mas é fundamental que vocês dominem os conceitos e consigam fazer comparações. Vou continuar pedindo leitura e compreensão de texto, portanto fiquem atentos.

3a. série:
  • Período entre-guerras: crise de 1929 e Nazi-fascismos 
  • Crise da República Velha e Revolução de 1930 
  • Era Vargas: questões trabalhistas e sociais
  • Guerra Fria
Não poderia ser mais fácil! A matéria equivale apenas aos 2o. e 3o. bimestres. Cuidado que não peço 2a. Guerra Mundial, mas se vocês não souberem ao menos o resultado dela ficará um pouco complicado falar de Guerra Fria. No mais, valem as mesmas recomendações feitas para a 2a. série.


2. Planejem seus estudos
Não se esqueçam do calendário de provas!!
Nossa prova é na sexta-feira, dia 9 de dezembro, para ambas as séries.


3. Plantão de dúvidas
Eu permanecerei à disposição para dúvidas na quarta e na quinta-feira.
Veja bem! Não é aula, é plantão de dúvidas. Estudou e não entendeu muito bem a matéria? Então, me procure!!!

segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Ah, a FUVEST

A FUVEST conseguiu criar uma aura de respeitabilidade e temor. Nunca sei se os vestibulando tem mais medo ou respeito por este vestibular, mas é fato que depois que ele passa todos respiram mais aliviados.
Do ponto de vista prático, da prova em si, já disse antes: não considero uma prova muito bonita. O pessoal andou fazendo umas mudanças, mas nada que mudasse profundamente. Aliás, como deveria ser mudado.
A prova deste ano ocorreu ontem, domingo, e exigia que o candidato resolvesse 90 testes de conhecimentos gerais. Em princípio era dito que parte dessas questões seriam interdisciplinares, o que estou procurando até agora.
No que diz respeito à prova de História, está bem melhor que no ano passado. Melhoraram bastante a distribuição temática de modo que tivemos, entre as 10 pergunta: uma questão de Pré-história Brasileira (leitura atenta e raciocínio lógico resolviam); uma de Idade Média (genérica, sem mistério); Idade Moderna contou com duas, uma sobre a Expansão Marítima Portuguesa e o pensamento mercantilista, e outra sobre a escravidão; e a FUVEST gosta tando do tema escravidão que teve mais uma questão, agora no século XIX e que lembrava bastante uma da UNESP; teve uma questão sobre Período Joanino e relações com Inglaterra (voltarei a falar desta questão); muito próxima desta última, que abordava as mudanças da produção e comércio mundiais, uma sobre ferrovias (achei meio chatinha de fazer, pois era fácil de se confundir); século XX a dentro, tivemos uma sobre a Revolução de 1930 e, curiosamente, o mesmo tema foi abordado na prova da UNICAMP; e terminamos a prova com uma pergunta sobre Ditadura Militar e outra sobre o Impeachment do Presidente Collor, dois temas que também apareceram no ENEM e na UNICAMP.


Em resumo, ao contrário do ano passado, o vestibular 2012 foi feito para alunos brasileiros! Parabéns, FUVEST!!!!!






Bom, gostaria de aproveitar este post só para apontar uma curiosidade e defender a dedicação aos estudos e a atenção às provas.
Neste ano a questão 73 da prova V dizia:
“Fui à terra fazer compras com Glennie. Há muitas casas inglesas, tais como celeiros e armazéns não diferentes do que chamamos na Inglaterra de armazéns italianos, de secos e molhados, mas, em geral, os ingleses aqui vendem suas mercadorias em grosso a retalhistas nativos ou franceses. (...) As ruas estão, em geral, repletas de mercadorias inglesas. A cada porta as palavras Superfino de Londres saltam aos olhos: algodão estampado, panos largos, louça de barro, mas, acima de tudo, ferragens de Birmingham, podem-se obter um pouco mais caro do que em nossa terra nas lojas do Brasil.”
[Maria Graham. Diário de uma viagem ao Brasil. São Paulo: Edusp, 1990, p. 230 (publicado originalmente em 1824). Adaptado.] 
Esse trecho do diário da inglesa Maria Graham refere-se à sua estada no Rio de Janeiro em 1822 e foi escrito em 21 de janeiro deste mesmo ano. Essas anotações mostram alguns efeitos
a) do Ato de Navegação, de 1651, que retirou da Inglaterra o controle militar e comercial dos mares do norte, mas permitiu sua interferência nas colônias ultramarinas do sul.
b) do Tratado de Methuen, de 1703, que estabeleceu a troca regular de produtos portugueses por mercadorias de outros países europeus, que seriam também distribuídas nas colônias.
c) da abertura dos portos do Brasil às nações amigas, decretada por D. João em 1808, após a chegada da família real portuguesa à América.
d) do Tratado de Comércio e Navegação, de 1810, que deu início à exportação de produtos do Brasil para a Inglaterra e eliminou a concorrência hispanoamericana. e) da ação expansionista inglesa sobre a América do Sul, gradualmente anexada ao Império Britânico, após sua vitória sobre as tropas napoleônicas, em 1815.
e) da ação expansionista inglesa sobre a América do Sul, gradualmente anexada ao Império Britânico, após sua vitória sobre as tropas napoleônicas, em 1815.
Questão sem muito mistério, precisava ficar atento às datas para evitar confusões e lembrar que com a Abertura dos Portos, em 1808, e o Tratado de Comércio e Amizade com a Inglaterra, em 1810, o mercado brasileiro foi invadido pelos produtos da maior potência industrial e comercial da época, e aliada histórica de Portugal. Resposta C.

Agora, vejam esta questão, da 2a. Fase da FUVEST de 1993 e que eu já usei em provas da 2a. série do Ensino Médio:
"As ruas estão, em geral, repletas de mercadorias inglesas. A cada porta as palavras SUPERFINO DE LONDRES saltam aos olhos: algodão estampado, panos largos, louça de barro, mas, acima de tudo, ferragens de Birmigham, podem ser obtidas nas lojas do Brasil a um preço um pouco mais alto do que em nossa terra."

Esta descrição das lojas do Rio de Janeiro foi feita por Mary Graham, uma inglesa que veio ao Brasil em 1821.
a) Como se explica a grande quantidade de produtos ingleses à venda no Brasil desde 1808, e sobretudo depois de 1810?
b) Quais os privilégios que os produtos ingleses tinham nas alfândegas brasileiras?
Oh!!! Mas é o mesmo texto e a mesma questão? Sim, senhores! Só a questão B é que pedia para nomear as vantagens alfandegárias da Inglaterra que chegavam a ser maiores que às oferecidas aos produtos portugueses.
'Bora estudar, rapaziada!

Para quem não viu a prova, clique AQUI.
Gabarito oficial, clique AQUI.

quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Valeu a tentativa?

Todo bimestre é a mesma coisa, tem sempre alguém tentando... só nunca ouvi falar que deu certo!


Do Deixando o Ócio visto no Jacaré Banguela.

terça-feira, 22 de novembro de 2011

Domingo é dia de...



Domingo é dia de FUVEST!!
Como você já teve oportunidade de errar nos outros vestibulares, agora não tem mais desculpa. Na dúvida, verifique logo abaixo se não está esquecendo nada:

  • Local da prova AQUI
  • Documento de Identidade (RG)
  • Caneta esferográfica (azul ou preta)
  • Lápis nº 2 
  • Borracha
  • Chegar até 12:30


Não levar celular!! 


Boa sorte!


segunda-feira, 21 de novembro de 2011

A vez da PUC-SP

Temporada de vestibulares é assim mesmo, cada final de semana tem um. Se você optou por prestar o maior número possível pensando em aumentar suas chances, prepare-se para ficar esgotado em janeiro quando tudo terminar.
Ontem, domingo, foi dia de PUC-SP. Mais uma prova com modelo diferente: 45 testes, 5 questões dissertativas interdisciplinares e uma redação. Indo direto ao ponto, temos para comentar as 5 questões de múltipla escolha de história e a dissertativa de história & geografia.
Eu li na internet que o cursinho ETAPA elogiou a seção de história. Eu não compartilho da mesma opinião. É verdade que as 5 questões foram variadas, cobriram grande parte do conteúdo e de forma ampla, e também reconheço o desafio de se formular apenas 5 testes para um currículo tão vasto. No entanto, pessoalmente, me pergunto sobre os critérios utilizados.
Começamos por Guerras Púnicas! Não perguntou-se sobre as instituições da República ou do Império, nem sobre a relação plebeus e patrícios, mas sobre a expansão da República Romana a partir da guerra contra Cartago. Na minha opinião um detalhe que ganhou atenção demais numa prova de 5 questões.
A questão seguinte era sobre colonização portuguesa na América. Temática clássica, texto idem. E bastava ter uma leve noção, já que a leitura do texto dava ao aluno condições de responder com tranquilidade.
Na sequência mais um texto, desta vez uma declaração do Partido Democrático (PD) de 1932.
“A revolução não se fez para assumir a tutela da Nação senão para entregar à Nação o governo de si mesma. Se a Nação entender, pelo voto de seus genuínos representantes, organizar-se antes de um modo do que de outro, devemos nos inclinar diante de sua soberania. Podemos e devemos instruir o povo, convertendo-o às ideias que nos parecem mais acertadas; mas não é lícito impor-lhe o nosso pensamento e vontade. Seria o despotismo. O Partido Democrático não pode desviar-se desta linha. No frontispício de seu programa, como a doirar a cúpula dos compromissos assumidos, figura a bela tricotomia americana do governo do povo, pelo povo e para o povo.”
(Declaração do Partido Democrático de São Paulo, 13 de janeiro de 1932, in Déa Ribeiro Fenelon (org.). 50 textos de história do Brasil. São Paulo: Hucitec, 1986, p. 152-153.)
Esta questão tinha uma armadilha que era localizar com segurança qual era a "revolução" citada. A data do documento induz a pensar na Revolução Constitucionalista de 1932, mas esta ocorre meses depois e por causa do descontentamento com a Revolução de 1930 que acabou com o domínio da oligarquia paulista e levou Getúlio Vargas ao poder. Era necessário também que o aluno lembrasse que o PD apoiou a Aliança Liberal contra os cafeicultores paulistas e o candidato do então Presidente Washington Luis em nome do voto secreto e contra as manipulações eleitorais. Mas acabou se desiludindo com o Governo Provisório de Vargas e unindo-se ao PRP na Frente Única Paulista em 1932.
Em seguida havia uma questão com uma charge razoavelmente conhecida. Ela consta do nosso Livro Didático e foi questão de prova substitutiva neste ano. A imagem mostra o insólito "casamento" entre Hitler e Stálin, fina ironia por conta do Pacto Germano-Soviético de Não Agressão assinado em 1939, início da Segunda Guerra Mundial.
Por fim, uma questão puramente interpretativa sobre os anos 70, com texto da Maria Rita Kehl. Não havia mistério, apenas pedia-se leitura atenta. Quem fez o mini-curso de História e Futebol ainda teve uma vantagem, já que o Renatão fez uma exposição sucinta sobre o período bem ao estilo do texto.
Eu senti, confesso, falta de alguns temas. Não não se falou de escravidão ou qualquer outro tipo de mão de obra, não se falou de cultura brasileira e alguns devem ter estranhado a ausência de uma questão com História Medieval. Nem a questão dissertativa consertou isso, apesar de ter apresentado uma proposta interessante - urbanização -  unindo aspectos históricos e geográficos. Aliás, questão bem tranquila esta!


Para quem não fez e quer dar uma conferida, clique AQUI.
Veja também o gabarito AQUI.

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Humor na República

Ok, sei que a Proclamação da República foi comemorada ontem, mas só vi esta tirinha hoje no Jacaré Banguela.
Apesar do atraso a piada continua valendo.


Por Will Tirando

terça-feira, 15 de novembro de 2011

Para quem prefere vídeos

O Gustavo, aluno da 2a. série C, me questionou nos "comentários" sobre a possibilidade de estudar para a prova usando video-aulas. No caso, ele mandou o link para três vídeos narrados pelo "historiador" (na verdade sociólogo de formação) Boris Fausto.
Eu, particularmente, não sou o maior fã de video-aulas, mas não condeno. Neste caso, em particular, o Brasil Império é tratado com seriedade e não há risco de nenhuma escorregada historiográfica. Como já disse ao Gustavo, Boris Fausto é uma profissional respeitado e sério.


O vídeo acima está completo, mas é possível encontrar no YouTube uma versão em três partes. Boris Fausto também comentou o restante da História do Brasil em vídeos que, ao todo, devem dar cerca de 3h. Você pode buscar por "História do Brasil por Boris Fausto" e assistir aos vídeos de seu interesse.

Outro aluno, desta vez da 3a. série, o Coelho, me apresentou um podcast de história. Ou seja, seriam audio-aulas feitas para o site Jovem Nerd. Porém, deve-se tomar cuidado, há um certo exagero nas tintas e um pequeno gosto que cômico. Mas se você não pretende mesmo ler o caderno ou o nosso livro, talvez prefira ouvir 70min de conversa sobre o Império brasileiro.

Unicamp 2012: comentários

No domingo último, dia 13, ocorreu a primeira fase do vestibular Unicamp 2012. O atual formato teve início no ano passado e aproximou a prova de seleção da tendência já sinalizada pelo ENEM: exigência de conhecimentos transversais, habilidades que vão além da simples "decoreba", interpretação de textos e questões que não desprezam a bagagem dos alunos. Considerando que a Unicamp já possuia uma tradição em fazer provas bem feitas, não é de se surpreender com a qualidade da atual.
Uma das mudanças instituídas no ano passado foi a redação, ou melhor, as redações: agora são 3 propostas diferentes, mas que guardam um certo diálogo entre si. Eu, particularmente, adorei as deste ano. Temas atuais que exigiam formatos que, ao mesmo tempo, pediam o domínio da técnica, mas saía daquele formato quadrado dissertação-narração-carta. Vale a pena conferir!
Com relação as questões de História, tivemos uma prova balanceada contemplando inúmeros temas: história dos povos árabes (na África), moderna (renascimento e reformas religiosas; e iluminismo), contemporânea com ênfase em geopolítica (Conflito Israelo-Palestino), Brasil Colônia (emboabas), Brasil Império (guerra do Paraguai) e Brasil recente (Diretas Já!).
Ainda assim, me surpreendeu a falta de alguns temas, como África Negra, escravidão no Brasil, América Latina e anos 1940-1950 (Brasil e Mundo). Mas sabemos que não dá pra colocar tudo em cerca de 9 questões.
Gostaria de chamar a atenção para alguns detalhes:
1. A questão sobre a Guerra do Paraguai apresentou exatamente o mesmo texto trabalhado pela 2a. série neste bimestre. Faz parte do nosso livro didático e foi alvo de um trabalhinho.
2. O trecho do Contrato Social de Rousseau serviu a duas questões, uma de cunho mais filosófica e outra de inserção da filosofia em seu contexto histórico, como deve ser.
3. Por fim, comento uma questão em particular.

(Questão 38 da prova Y)

“Ninguém é mais do que eu partidário de uma política exterior baseada na amizade íntima com os Estados Unidos. A Doutrina Monroe impõe aos Estados Unidos uma política externa que se começa a desenhar. (…) Em tais condições a nossa diplomacia deve ser principalmente feita em Washington (...). Para mim a Doutrina Monroe (...) significa que politicamente nós nos desprendemos da Europa tão completamente e definitivamente como a lua da terra.”
(Adaptado de Joaquim Nabuco, citado por José Maria de Oliveira Silva, “Manoel Bonfim e a ideologia do imperialismo na América Latina”, em Revista de História, n. 138. São Paulo, jul. 1988, p.88.)
Sobre o contexto ao qual o político e diplomata brasileiro Joaquim Nabuco se refere, é possível afirmar que:
a) Joaquim Nabuco, em sua atuação como embaixador, antecipou a política imperialista americana de tornar o Brasil o “quintal” dos Estados Unidos.
b) A Doutrina Monroe a que Nabuco se refere, estabelecida em 1823, tinha por base a ideia de “a
América para os americanos”.
c) Ao declarar que a América estava tão distante da Europa “como a lua da terra”, Nabuco reforçava a necessidade imediata de o Brasil romper suas relações diplomáticas com Portugal.
d) O pensamento americano considerava legítimas as intenções norte-americanas na América Central, bem como o apoio às ditaduras na América do Sul, desde o século XIX.

Resolução:
Considero que esta era a questão mais complexa da prova, pois exigia o domínio de ao menos dois momentos históricos distintos: um sobre a Doutrina Monroe e outro sobre Joaquim Nabuco. É claro que se aluno soubesse exatamente a data da Doutrina e seu lema mataria a resposta, mas considerando o contrário, seria preciso localizar de quando é a fala de Nabuco.
A Doutrina Monroe já foi discutida por aqui em outro post e outro contexto, mas vale repetir um trecho definidor da fala do presidente estadunidense James Monroe em 1823:

Julgamos propícia esta ocasião para afirmar, como um princípio que afeta os direitos e interesses dos Estados Unidos, que os continentes americanos, em virtude da condição livre e independente que adquiriram e conservam, não podem mais ser considerados, no futuro, como suscetíveis de colonização por nenhuma potência européia (…)


Formulada no início do século XIX, ou seja, bem antes de os EUA virarem uma potência mundial, a Doutrina tinha como objetivo diminuir, senão impedir, o assédio imperialista europeu no continente Americano após a independência de quase todos os territórios que antes haviam sido colonizados por países do Velho Mundo.
Na imagem, Tio Sam barra a Inglaterra e a Alemanha
Nabuco, por sua vez, fala da virada do século XIX para o XX, momento em que o imperialismo comercial inglês, francês e alemão era extremamente forte na América Latina e especialmente no Brasil. Sua defesa era de se fazer frentes à Europa seguindo o lema "a América para os americanos", de Monroe, ou seja, aumentando independência da diplomacia brasileira em relação à Inglaterra, por exemplo.
Era importante, para esta questão, esquecer os EUA pós-Segunda Guerra Mundial, quando, já uma potência, o lema acaba tendo uma conotação bem negativa: "A América para os americanos do norte", por assim dizer. E aí sim, a fala de Nabuco pareceria entreguista.

Resposta: B

Para quem não viu a prova toda, clique AQUI
O gabarito se encontra AQUI


sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Representações alegóricas

A cada dia somos mais visuais. Nos comunicamos por meio de imagens, estáticas ou em movimento, transmitimos ou lemos mensagens sem qualquer escrito. Cores, formatos, dimensões, expressões corporais ou gestos, tudo pode ter significado. Cabe a cada um saber ler esses códigos dentro do que cada cultura oferece. Esses códigos possuem também uma face temporal, o que nossos avós entendiam como óbvio não necessariamente nos dizem alguma coisa hoje.
Hoje, em aula, um aluno da 2a. série me perguntou o que era uma alegoria. A resposta não é tão complexa, trata-se de uma representação concreta de uma ideia abstrata. Não pareceu tão simples? Qualquer representação de uma ideia, sem corpo ou forma, em uma imagem (visual ou verbal) é considerada uma alegoria.
Como exemplo aproveito a proximidade com o 15 de novembro: a alegoria da República.


Esta aí em cima é a República Brasileira, recém-nascida, na verdade. Inspierada no republicanismo francês, nossa república resgata a personificação tradicional da "Marianne" nome da jovem destemida que venceu o Absolutismo em defesa do povo e da nação. Na prática, Marianne é república e mãe-pátria ao mesmo tempo.
Reparem que todo o parágrafo anterior é alegórico. A "moça" Marianne só existe enquanto imagem, sempre de vestido longo e barrete frígio sobre a cabeça. Ela nunca foi a luta contra um fulano chamado Absolutismo, mas metafóricamente este seria o combate da Revolução Francesa.
No caso brasileiro, a jovem (e armada) República supera a velha Monarquia. Na imagem acima, o último primeiro-ministro de D. Pedro II, o Visconde de Ouro Preto, ajoelha-se e entrega, rendido, a coroa para o novo regime que se inicia. Ao fundo, vê-se a cena da Proclamação da República pelo Marechal Deodoro da Fonseca na Praça da Aclamação (hoje Praça da República) no Rio de Janeiro.
Toda a mensagem apenas com um desenho: isto é alegoria!

quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Sugestão de leitura: o início da República

Dia 15 de novembro, feriado da Proclamação da República, está chegando, assim como a prova bimestral da 2a. série. Unindo o útil ao agradável (!?) escolhi um interessante artigo da Revista de História da Biblioteca Nacional como leitura de aprofundamento.
Para o pessoal da 2a. série a sugestão é ainda mais recomendável, afinal, nossa prova no dia 16 tem como um dos conteúdos obrigatórios justamente o tema do texto abaixo...


O pecado original da RepúblicaComo a exclusão do povo marcou a vida política do país até os dias de hoje
José Murilo de Carvalho (professor titular da Universidade Federal do Rio de Janeiro e autor de "A cidadania no Brasil: o longo caminho").

Ano de 1889: cem anos da Revolução Francesa. A corrente jacobina dos republicanos brasileiros julgava ser essa a ocasião ideal para a proclamação de nossa República, que deveria, segundo ela, ser feita revolucionariamente pelo povo lutando nas ruas e nas barricadas. O principal porta-voz dessa corrente, Silva Jardim, pregava abertamente o fuzilamento do conde d’Eu, o marido da princesa Isabel. Sendo o conde um nobre francês, seu eventual fuzilamento daria à revolução brasileira um sabor especial, pois lembraria a morte na guilhotina do rei Luís XVI.
Um ponto central da propaganda republicana era a idéia de autogoverno, do povo governando a si mesmo, do país se autodirigindo, sem necessidade de uma família real de origem européia e de um imperador hereditário. Das três correntes principais da propaganda, a jacobina era a que atribuía maior protagonismo ao povo.
A corrente mais forte era a liberal-federalista, de derivação anglo-americana. O liberalismo vinha do lado anglo, da Inglaterra; o federalismo, do lado norte-americano. O liberalismo predominou no Manifesto Republicano de 1870, mais bem representado por Saldanha Marinho, e o federalismo, no projeto de constituição dos republicanos paulistas de 1873, cujo representante mais influente era Campos Sales. Por sua ascendência liberal, oriunda dos liberais do Império, ela admitia participação popular, embora sem lhe atribuir o primeiro plano, como faziam os jacobinos. Pelo lado federalista, no entanto, não havia muita simpatia pelo povo. Interessava-lhe, sobretudo, o autogoverno estadual a ser conquistado pelo federalismo.
(CONTINUA)

quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Provas bimestrais

Estamos às vésperas das provas bimestrais e, se tudo correr bem, serão as últimas avaliações do ano. Portanto, nada de relaxar na reta final!
Para que todos possam se organizar melhor, segue a lista dos conteúdos que cairão na prova do dia 16 de novembro.

2a. série

A matéria toda é praticamente História do Brasil Independente no século XIX, ou seja:
  • 1o. Reinado
  • Período Regencial
  • 2o. Reinado
  • Crise da Monarquia e início da República
Tudo isso consta dos capítulos 21 (p. 419-445) e 23 (p. 454-458). Prestem atenção, o capítulo 23 não será exigido em sua totalidade, apenas este intervalo de páginas!!!
Por fim, uma recomendação de todo bimestre: sigam como roteiro de estudo o caderno. Só avaliaremos o que foi discutido em sala de aula!


3a. série

A matéria deste bimestre é bem compacta, mas muito importante. Será alvo de avaliação o Brasil entre 1945 e 1964, a chamada Democracia Populista.
O livro de vocês, infelizmente, é muito superficial neste conteúdo: Capítulo 6, unidade 5 (p. 594-597).
Para complementar este conteúdo disponibilizei no GIC o power-point que trabalhamos em sala com imagens e textos, assim como aquele texto sobre o Governo JK e o Nacional-desenvolvimentismo.
Sugiro ainda a leitura dos textos do livro:
  • "Para saber mais" (p. 608-612)
  • "Estudo do texto: Nacionalismo Econômico" (p. 614) 
A recomendação feita para a 2a. série continua valendo: sigam como roteiro de estudo o caderno. Só avaliaremos o que foi discutido em sala de aula!

terça-feira, 8 de novembro de 2011

Vestibular UNESP 2012

Neste domingo passado, dia 6, tivemos a prova para ingresso na UNESP. Foram 90 questões de múltipla escolha, sendo 30 para cada uma das áreas abaixo:

  • Linguagens e códigos: elementos de língua portuguesa e literatura, língua inglesa, educação física e arte;
  • Ciências Humanas: elementos de história, geografia e filosofia;
  • Ciências da Natureza e Matemática: elementos de biologia, química, física e matemática.
Da parte que me toca, gostei das questões de História. Bem distribuídas quanto aos temas, tivemos quase uma pergunta para cada período histórico (nacional e geral) e a presença da História Afro-Brasileira. A prova também privilegiou o trabalho com textos o que é sempre uma faca de dois gumes: por um lado, exigia do aluno apenas bom domínio da leitura e interpretação, por outro, deixava o exame mais longo.
Não pretendo corrigir cada uma das questões aqui, mas o aluno Felipe Avilez manifestou uma dúvida pelo Twitter, portanto, lá vamos nós. Se entendi corretamente, a dúvida era com relação à questão 37.

Enunciado:
A tabela contém dados extraídos de A formação do capitalismo dependente no Brasil, 1977, de Ladislau Dowbor, que se referem ao preço médio de um escravo (sexo masculino) no Vale do Paraíba.

Ano
Preço (mil réis)
1835
375
1845
384
1855
1.075
1865
972
1875
1.256

Indique a alternativa, que pode ser confirmada pelos dados apresentados na tabela.

(A) A comercialização interna de escravos permitiu que os preços se mantivessem altos na primeira metade do século XIX.
(B) A Lei do Ventre Livre, de 1871, foi a principal responsável pela diminuição no número de escravos e pela redução dos preços.
(C) A grande imigração, a partir de 1870, aumentou o uso de mão de obra escrava e provocou redução nos preços.
(D) A proibição do tráfico de escravos, em 1850, provocou sensível aumento nos preços, pois limitou drasticamente o ingresso de africanos.
(E) A aplicação da tarifa Alves Branco, em 1844, aumentou os impostos de importação, dificultou o tráfico de escravos e provocou elevação nos preços.

Resolução:
Esta questão é relativamente simples, mas exigia ao menos 3 habilidades. Era necessário saber ler a tabela e até mesmo imaginar um gráfico com a oscilação do preço dos escravos. Temos o valor praticamente estável entre 1835 e 1845, com um incrível aumento do preço em 1855. Afora a acomodação ocorrida em 1865, o preço médio do escravo continua subindo em 1875. Em um segundo momento era fundamental saber quais variáveis interferem a fixação de um preço: regrinha básica da oferta e procura. Ou seja, ou muita gente estava procurando por mão de obra cativa ou estava faltando escravos no mercado, ou ambos! No terceiro momento era necessário lembrar que a proibição do tráfico atlântico de escravos ocorreu em 1850, com a Lei Eusébio de Queiróz. Logo, houve uma queda abrupta da oferta de "mercadoria" justificano a escalada dos preços.
Alternativa D



Para quem não fez a prova e quer dar uma olhada,clique AQUI.
Para quem fez e quer conferir o gabarito,clique AQUI.


Se houvermais alguma questão com dúvida é só deixar um comentário logo abaixo.

quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Trabalho escravo hoje

Há uma série de eventos e temas que estão na moda e não digo que isto é bom ou ruim por princípio. Se cuidar da saúde está em voga não podemos considerar o modismo algo ruim. Também é o caso das discussões sobre trabalho escravo e consumo consciente.
Em geral pensamos em consumo consciente quando falamos de reciclagem, produtos orgânicos ou, simplesmente meio ambiente. Mas é claro que a coisa vai mais além. Se vivemos num mundo cujas relações se estabelecem por meio do consumo - ao fim temos "você é aquilo que você compra" - é fundamental que tenhamos consciência do que estamos comendo, vestindo, usando, etc. Não é fácil, afinal o capitalismo tem o "dom" de automatizar as coisas. Do consumo para o consumismo é um passo e logo estamos simplesmente adquirindo mais e mais, sem sequer pensar no porquê preferimos X a Y.
Da parte das empresas, o interesse é maximizar os lucros. Isso se consegue aumentando as vendas OU diminuindo custos que vão desde a matéria-prima até a mão de obra. Aí está o gancho para o trabalho escravo, também chamado de trabalho análogo ao escravo ou trabalho subumano. Não se trata do mesmo tipo de escravidão que vigorou oficialmente no Brasil até 1888, mas também envolve coerção, violência e condições degradantes de trabalho e sobrevivência. Basta lembrarmos do caso da confecção espanhola Zara e suas oficinas ilegais aqui no Brasil ou as denúncias contra o MacDonald's, além dos inúmeros casos envolvendo o agronegócio.
A grande questão é: você concorda com o uso de mão de obra escrava ou o tratamento desumano aos trabalhadores? Se não concorda, ainda assim consome estes produtos?
Pensando nisso e na necessidade de chamar a atenção das pessoas para seu consumo que a ONG Made in a Free World criou um teste on-line chamado de Slavery Footprint, uma alusão às tais pegadas de carbono. Com base em seus hábitos o site calcula quanto do seu dia a dia é fruto do trabalho escravo.



O teste é um pouco mais longo que os da Revista Capricho, mas acho que vale a pena. Eu fiquei um bocado espantando ao saber que cerca de 47 escravos trabalham para mim!


Fiquei sabendo aqui: Quantos escravos trabalham para você?

quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Patrimônio Nacional na internet

Os bens tidos como patrimônio cultural só fazem sentido se as pessoas os conhecem e se apropriam desses locais, ou seja, se entendem o valor e os "utilizam" cotidianamente. Mas na maioria das vezes habitamos na cidade onde se encontram tais patrimônios, o que não significa que não tenham importância para nós.
Mesmo estando longe de Permanbuco a riqueza arquitetônica de Olinda faz parte do universo cultural brasileiro: marco de uma época e da presença portuguesa (assim como holandesa) nesse território que hoje chamamos de Brasil.
Eu, particularmente, preferia conhecer em meio a uma viagem de férias, mas ainda não foi possível. Até lá, preciso me contentar com experiências virtuais como o Hzoom. Este projeto, tocado pelo historiador Rafael Vasconcellos, a fotógrafa Marília Vasconcellos e a produtora Mirza Pellicciotta, conta com apoio do ProAc do Governo do Estado de São Paulo e começou por gerar fotos panorâmicas para navegação em 360o. Ainda em fase inicial, o Hzoom reune alguns dos sítios reconhecidos como Patrimônio Cultural da Humanidade localizados no Brasil: até o momento concentrados no Nordeste (PE, PI e SE) e em São Paulo.
Todos os sítios contam com uma descrição sumária e as razões pelas quais houve o tombamento, além de bons controles: laterais, para cima e para baixo, zoom in e out. Não deve nada aos sites estrangeiros com a mesma proposta.
Vale o click!



Para saber +
Viagem virtual pelo patrimônio brasileiro



P.S. Para quem ficou intrigado com o fato de ter tantas imagens de Campinas, explica-se: os idealizadores do projeto são da cidade no interior de São Paulo e boa parte das imagens foram feitas nas horas livres. Olinda, por exemplo, foi fotografada durante as férias!!!

segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Leitura extra - Mini-curso

O mini-curso sobre História e Futebol está sendo muito proveitoso, ao menos esta é minha avaliação. Um grupo muito interessado e disposto ao debate tem se encontrado às sextas-feiras à tarde no Colégio para discutir o encontro entre o esporte e a história nacional.
Na aula desta última sexta-feira o tema abordado pelo Prof. Renato acabou sendo o racismo no futebol a partir da biografia de alguns atletas dos anos 30 e 40, especialmente Leônidas da Silva. Um dos autores mais citados na aula e pioneiro nos estudos do futebol foi Mario Filho e seu clássico "O negro no futebol brasileiro".
Por coincidência, no mesmo dia saiu este artigo da Revista de História da Biblioteca Nacional:

Cartão vermelho para os esnobes
Mário Filho inventou o país do futebol no clássico 'O negro no futebol brasileiro', ainda uma referência quase 70 anos depois de lançado

Por Marcelino Rodrigues Silva

Pouco mais de meio século depois da chegada do futebol ao Brasil, foi lançado um livro que até hoje é a principal referência sobre a história desse esporte no país. Desde muito jovem, seu autor mostrou a que veio: virar de cabeça para baixo a crônica esportiva carioca, até então dominada pelo esnobismo de jornalistas e escritores como Mário Pollo, Netto Machado e Coelho Neto. Seu texto valorizou a linguagem cotidiana e fez de Mário Filho (1908-1966), autor de O negro no futebol brasileiro, uma espécie de fundador do moderno jornalismo esportivo, como é conhecido hoje. Irmão de Nelson Rodrigues, natural do Recife, ele estreou na imprensa do Rio de Janeiro, aos 17 anos, nos jornais do pai, um trampolim para uma carreira vitoriosa como repórter, editor, diretor de redação e dono de jornais.
Ao inaugurar um novo estilo de jornalismo esportivo, Mário Filho fechou o foco na linguagem cotidiana e no modo como o futebol vinha sendo apropriado por jogadores e torcedores de origem humilde. Além disso, contribuiu significativamente para a história e a preservação da memória do futebol brasileiro por meio de uma produção consistente, na qual se destacam livros como Copa Rio Branco – 32, Histórias do Flamengo e O Romance do Foot-ball, todos da década de 1940. Pesquisador incansável, ele traça nessas obras um amplo painel do processo de assimilação do futebol pela sociedade brasileira.
De toda a obra do autor, O negro no futebol brasileiro é certamente o livro mais importante. Conta a história desse esporte no Brasil, com ênfase na luta dos jogadores negros e mulatos contra as barreiras e preconceitos que impediam seu reconhecimento esportivo, econômico e social. Uma primeira versão foi publicada em 1947, cobrindo o período que vai da chegada do futebol ao país até o início dos anos 1940. Em 1964, foi lançada uma segunda versão, atualizada com dois novos capítulos.
(CONTINUA)


Boa leitura de aprofundamento!

quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Sugestão de leitura: FUVEST 2012

Passado o ENEM todos os olhares se voltam para a prova da FUVEST, cuja prova da 1a. Fase está marcada para o dia 27 de novembro. Serão 90 questões de múltipla escolha! É claro que todo mundo gostaria de saber exatamente o que vai cair, mas isso não é possível. A alternativa é começar a apostar na probabilidade. Seguindo tendências - apesar de a FUVEST não ter muito este hábito - cursinhos e a mídia em geral começam a fornecer materiais focados nas atualidades ou nas efemérides, como já tratei aqui outras vezes.
O jornal O Estado de S. Paulo, por meio de seu caderno voltado para educação, o Estadão.edu, lanção um material beeem interessante:


Trata-se de um especial multimídia com os eventos "mais significativos de 2011" com dicas de professores do Cursinho da Poli e do Objetivo sobre o que torna esses temas importantes (tudo é relativo!) e como eles podem cair na prova.
Obviamente, vale o click!

terça-feira, 25 de outubro de 2011

ENEM 2011: breve análise

Ao que tudo indica o ENEM deste ano não apresentou problemas. Pelo menos nada que comprometesse sua credibilidade ou ameaçasse sua execução, interrompendo uma sequência de "trapalhadas" que vinham dos últimos anos.
Quanto às questões de ciências humanas e mais especificamente as de História, faço uma avaliação positiva. Alguns alunos me disseram que acharam a prova fácil e até que poderia ter sido mais difícil ou complexa. Também achei a prova simples, mas não era simplória. Gostei do tema que norteou a maior parte das questões: cidadania. De uma forma ou de outra, o cidadão enquanto indivíduos participante da sociedade, esteve presente em quase todas as questões, ora discutindo-se a história do voto no Brasil, ora tratando do negro na sociedade Imperial ou atual. Tivemos também questões sobre os cara-pintadas, coronelismo, República Oligárquica, entre outros temas.
Além disso, foi uma prova de Brasil, feita para brasileiro. Os temas internacionais foram tratados também sob uma perspectiva nacional, no que interessava aos jovens daqui (ao contrário da FUVEST do ano passado!): redes sociais, sociedade da informação e relação com o mundo do trabalho, por exemplo.
Poderia ter sido mais difícil? Sempre pode. Mas talvez um maior grau de dificuldade tornaria o ENEM ainda mais cansativo. Considerando que o exame se transformou em um híbrido, entre a avaliação do Ensino Médio e a seleção para vagas nas universidade, seria um bocado incoerente selecionar com base no critério de resitência: "tem vaga assegurada quem sobreviver à prova".
Da minha parte digo sem pudores, História não é para ser difícil, é para ser presente, viva, palpável e parte do cotidiano. Não é necessário que todos os alunos saiam do Ensino Médio jovens especialistas em Roma Antiga ou Baixa Idade Média. Assim como não sei como trabalhar com Matrizes e Determinantes e ainda assim vivo bem, ninguém precisa conhecer em detalhes a França Medieval para ser brasileiro.

terça-feira, 18 de outubro de 2011

Revisão ENEM

Não sou adepto dos estudos de última hora e nunca acreditei naquela lida no material minutos antes da prova, mas tem gente que gosta de estudar até o momento final. Com o ENEM chegando (4 dias, não é?!) a apreensão aumenta, ainda mais para aqueles que querem uma vaga nas universidades federais.
Então segue aqui uma sugestão para revisão: 51 video-aulas organizadas pelo Estadão em parceria com o Positivo.
Pessoalmente, não acho que valha a pena assistir a cada uma das aulas desesperadamente. Escolha os temas nos quais tem dúvida ou alguma insegurança, aproveite o material para relembrar e não para aprender tudo na sua totalidade. A princípio o ENEM não cobra conteúdos verticais, mas sua capacidade de articular conhecimentos variados.
E tente relaxar um pouco antes das provas!

sexta-feira, 7 de outubro de 2011

Um quase-retrato

As aulas hoje foram um pouco "anormais", pois a 3a. série estava fora em uma atividade especial e parte dos alunos da 2a. série foram ao Hopi Hari. Ou seja, quem ficou acabou tendo um pouco mais de tempo que o normal e, como diria minha mãe, "cabeça vazia, oficina do diabo".
Resultado: fui brindado com a obra de arte abaixo em minha lousa.

Obra de Beatriz Ferri, da 2a. série.

P.S. O bilhete único no bolso foi uma "puta falta de sacanagem"!

quinta-feira, 6 de outubro de 2011

Agora com cartaz!

O mini-curso está ficando cada vez mais profissional. Agora temos um cartaz!!
Está ficando cada vez mais elegante...


Obra do Leandro (Comunicação) segundo orientação do Renatão.

Mais do ENEM

Você sabia que o MEC tem um canal no YouTube? Eu não. Aliás, eu nem sabia que o ministério fazia vídeos para explicar o ENEM.


Eu gostei do resultado. Só queria entender essa moda de fazer propaganda com gente andando. Efeito Nextel??

Consulte também os outros vídeos do Canal do Ministério da Educação.

quarta-feira, 5 de outubro de 2011

Atendendo a pedidos

Comentei hoje em aula sobre o recém divulgado ranking das 200 melhores universidades da América Latina segundo a QS. Minha ideia era só informar a respeito da presença maciça de instituições brasileiras, sendo a maioria universidades públicas. Mas como é comum, o rumo da prosa foi bem além do esperado.
Acabei espantado com quase necessidade que boa parte dos alunos têm em consultar ranking para certificarem-se que estão fazendo uma boa escolha.
Retomando o que foi dito em sala, cada organização que desenvolve um ranking cria sua própria metodologia e seus critérios. Por mais que quase todos adotem produção científica e citações como métrica, os resultados podem variar. A lista elaborada pela organização espanhola CSIC, por exemplo, utiliza apenas a produção on-line. Ou seja, quem não está em peso na internet sai perdendo.

Consulte AQUI o ranking das universidades brasileiras segundo o CSIC.

Eu pessoalmente não gosto de ranking deste tipo. Eles costumam acabar com as particularidades, com os detalhes e, via de regra, só "ajudam" quem não precisa de ajuda: os primeiros colocados.
No caso brasileiro temos a avaliação pelo Ministério da Educação. Na verdade, trata-se de uma certificação acompanhada por um verificação de qualidade. Em tese, seria ótimo que todo mundo desse uma olhada se o curso que escolheu está em dia com suas questões legais para evitar ficar sem diploma depois de 4 anos de estudos.
Como não se trata de um ranking a consulta é por curso dentro de cada instituição. Então, gaste alguns minutinhos verificando todas as informações.

Consulta ao e-MEC

Afora todas as polêmicas a respeito dos critérios de avaliação do MEC, ainda acho mais garantido que ficar consultando guias comprados em banca de jornal.

De quem é o petróleo?

Falar de petróleo no Brasil neste momento é muito curioso. Primeiro, porque discute-se no Congresso Nacional o destino dos royalties, ou seja, quem ganha diretamente com a exploração das reservas do Pré-sal. Em segundo lugar, é tempo dos apostadores e videntes começarem a apostar nos temas que surgirão no ENEM e nos vestibulares e o trio Petróleo/Pré-sal/Getúlio Vargas é sempre uma boa pedida. Por fim, coincide com o fato de estarmos tratando em sala dos idos da década de 1950.
A associação que se faz normalmente entre a discussão da divisão dos royalties do Pré-sal e a criação da Petrobrás se deve a uma leitura irônica do lema da Campanha do Petróleo durante o governo (democrático) de Getúlio Vargas. "O petróleo é nosso" guarda sempre a pergunta quanto a verdadeira identidade deste "nós".
Nos anos de 1950 "nós" se opunha ao capital estrangeiro e às empresas petrolíferas multinacionais interessadas em extrair e refinar petróleo no Brasil. Dentro dos embates ideológicos e mesmo de concepções econômicas da época os debates ficaram polarizados entre os "nacionalistas" e os "entreguistas". Em outras palavras, de um lado estavam os que defendiam o uso do capital estatal e, portanto, nacional, e do outro a abertura ao capital privado internacional.
A Capanha do Petróleo acabou levando a discussão para a praça pública e transformou um tema de política econômica em assunto popular. O governo, claro, aproveitou-se da situação e fez valer seu ponto de vista, conseguindo criar a Petrobrás e o monopólio estatal sobre a extração e refino em 1953. Sob esta ótica, estariam protegidos os interesses dos brasileiros. Situação que me parece bem diferente da atual, quando na maioria das vezes vemos governadores discutindo a participação dos ganhos do petróleo quase como hienas famintas.
De qualquer modo, é interessante observar que o tom nacionalista dado à campanha na década de 1950 permanece atrelado à Petrobrás e sobreviveu até mesmo à Ditadura Militar, túmulo do patriotismo.
Veja abaixo alguns vídeos oficiais, dois são Cine-Jornais produzidos pelo governo Vargas e o outro innfelizmente não consegui identificar a origem.
Atenção!! Não deixem de notar o tom ufanista.

Getúlio Vargas: campanha "O petróleo é nosso"



Concluída a instalação da Petrobras - 1954 

Nasce a Petrobras - 1953

terça-feira, 4 de outubro de 2011

ENEM 2011

Pessoal,

Não deixem de verificar o local onde irá fazer a prova do ENEM deste ano. Precisa apenas do número do CPF e da senha.



Faltam 18 dias!!!

Sugestão de Leitura: a Carta-testamento de Vargas

Manuscrito da Carta Testamento
Nesta semana que passou trabalhamos em sala a Carta-testamento de Getúlio Vargas.
Apesar de repetir a seguir o documento, cada um deve ter (eu espero!) sua cópia para futuras consultas. Em todo caso, não faria sentido em postar como sugestão de leitura justamente uma atividade realizada. Na verdade, gostaria de indicar a vocês a página do Centro de Pesquisa e Documentação de História Contemporânea do Brasil, ou apenas CPDOC, da Fundação Getúlio Vargas no Rio.
Afirmo sem medo de errar que este é o melhor Arquivo do Brasil. Seu rico acervo de natureza privada soma-se ao cuidadoso trabalho de pesquisadores e técnicos que não só conservam os originais como oferecem importantes instrumentos de pesquisa aos historidares.
Neste caso, eu sugiro o texto de Luciana Quillet Heymann:



Melhor que a carta em si é a reflexão a respeito do gesto, do significado da morte, da teatralização da política. Mas antes de se aprofundar, releia o documento discutido em aula. O aprofundamento valerá a pena.
“Mais uma vez, as forças e os interesses contra o povo coordenaram-se e novamente se desencadeiam sobre mim. Não me acusam, insultam; não me combatem, caluniam, e não me dão o direito de defesa. Precisam sufocar a minha voz e impedir a minha ação, para que eu não continue a defender, como sempre defendi, o povo e principalmente os humildes.
Sigo o destino que me é imposto. Depois de decênios de domínio e espoliação dos grupos econômicos e financeiros internacionais, fiz-me chefe de uma revolução e venci. Iniciei o trabalho de libertação e instaurei o regime de liberdade social. Tive de renunciar. Voltei ao governo nos braços do povo. A campanha subterrânea dos grupos internacionais aliou-se à dos grupos nacionais revoltados contra o regime de garantia do trabalho. A lei de lucros extraordinários foi detida no Congresso. Contra a justiça da revisão do salário mínimo se desencadearam os ódios. Quis criar liberdade nacional na potencialização das nossas riquezas através da Petrobrás e, mal começa esta a funcionar, a onda de agitação se avoluma. A Eletrobrás foi obstaculada até o desespero. Não querem que o trabalhador seja livre.
Não querem que o povo seja independente. Assumi o Governo dentro da espiral inflacionária que destruía os valores do trabalho. Os lucros das empresas estrangeiras alcançavam até 500% ao ano. Nas declarações de valores do que importávamos existiam fraudes constatadas de mais de 100 milhões de dólares por ano. Veio a crise do café, valorizou-se o nosso principal produto. Tentamos defender seu preço e a resposta foi uma violenta pressão sobre a nossa economia, a ponto de sermos obrigados a ceder.
Tenho lutado mês a mês, dia a dia, hora a hora, resistindo a uma pressão constante, incessante, tudo suportando em silêncio, tudo esquecendo, renunciando a mim mesmo, para defender o povo, que agora se queda desamparado. Nada mais vos posso dar, a não ser meu sangue. Se as aves de rapina querem o sangue de alguém, querem continuar sugando o povo brasileiro, eu ofereço em holocausto a minha vida.
Escolho este meio de estar sempre convosco. Quando vos humilharem, sentireis minha alma sofrendo ao vosso lado. Quando a fome bater à vossa porta, sentireis em vosso peito a energia para a luta por vós e vossos filhos. Quando vos vilipendiarem, sentireis no pensamento a força para a reação. Meu sacrifício vos manterá unidos e meu nome será a vossa bandeira de luta. Cada gota de meu sangue será uma chama imortal na vossa consciência e manterá a vibração sagrada para a resistência. Ao ódio respondo com o perdão.
E aos que pensam que me derrotaram respondo com a minha vitória. Era escravo do povo e hoje me liberto para a vida eterna. Mas esse povo de quem fui escravo não mais será escravo de ninguém. Meu sacrifício ficará para sempre em sua alma e meu sangue será o preço do seu resgate. Lutei contra a espoliação do Brasil. Lutei contra a espoliação do povo. Tenho lutado de peito aberto. O ódio, as infâmias, a calúnia não abateram meu ânimo. Eu vos dei a minha vida. Agora vos ofereço a minha morte. Nada receio. Serenamente dou o primeiro passo no caminho da eternidade e saio da vida para entrar na História.”

Para se ter ideia do efeito imediato da carta vejam algumas cenas do velório público de Vargas:


A narração dramática do trecho final do documento só aumenta a teatralidade do sucicídio.

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Mapas e algumas coincidências

Há quem acredite em destino enquanto outros acham que tudo é coincidência. Confesso que sou mais pela segunda opção e me divirto muito em pensar nos encontros "absurdos" que formam a vida.
Até uns 10 dias atrás estávamos (alunos e eu) atarefadíssimos por conta da 3a. Olimpíada Nacional em História do Brasil (ONHB). A cada fase havia uma tarefa, além das questões de múltipla escolha. Então, na terceira fase lá estava o desafio de "ler" três imagens, mas uma delas em especial me chamou a atenção. Tratava-se de um mapa - Accuratissima Brasilia tabula - realizado em 1635 pelo holandês Henricus Hondius.
Por acaso o mesmo mapa cuja reprodução está afixada na parede de nossa sala de aula. Ok, nada demais. Mas também por acaso, na mesma semana li no boletim on line da Revista Pesquisa Fapesp uma notícia sobre a Biblioteca Digital de Cartografia Histórica montado pela Universidade de São Paulo (USP).
Considerando que eram duas as coincidências resolvi passear pelo acervo disponibilizado pela USP a partir da coleção de mapas confiscada do dono do Banco Santos pela Justiça. O trabalho ficou muito interessante: além de você poder consultar os mapas e baixá-los em 4 formatos diferentes (incluindo .jpg e .pdf), ainda há uma série de informações cruzadas, dados geográficos, informações físícias sobre o original, etc.
E lá está o mesmo mapa que apareceu na ONHB:


Fica aqui uma sugestão de "exercício": navegue pelo mapa, observe cada um de seus elementos, compare-o com os mapas contemporâneos. Veja o que se conhecia e o que se imaginava no século XVII sobre o território que hoje é o Brasil. Procure as capitanias e cidades, como Salvador ou Ilhéus, os monstros marinhos, os índios antropófagos, o litoral recortado, entre outros detalhes.
Para isso, aproveite as ferramentas que a Biblioteca Digital de Cartografia Histórica disponibiliza e clique AQUI.


Para saber +

Artigo sobre cartografia histórica:
A mina dos mapas: material cartográfico revela imaginário colonial português

Mais acervos:
Biblioteca Virtual da Cartografia Histórica
David Rumsey Map Collection

quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Imagens e mensagens

Na prova de recuperação da 3a. série pedi que os alunos comentassem uma imagem. Nada demais, para ser sincero. Mas alguns alunos gostaram tanto do tal cartaz japonês que me pediram uma versão melhor (i.é, algo que não fosse preto e branco e em um prova de REC).
Porém, é lógico que só colocar a imagem aqui não tem graça. Vamos aprofundar um pouquinho.


Durante a II Guerra Mundial os diversos governos - democráticos ou totalitários - tentaram conquistar a opinião pública. O melhor caminho é sempre com imagens e, em tempos pré-televisão e internet, os cartazes são simplesmente certeiros. Como vimos em aula e mesmo aqui no blog, os alemães,  italianos, soviéticos, estadunidenses, ingleses, todos usaram e abusaram dos símbolos, dos clichês, do drama e das palavras de ordem. O jovem nazista ou fascista, o operário soviético e o Tio Sam eram figuras frequentes e formam hoje toda uma iconografia do período.
O cartaz acima, por sua vez, fazia parte das campanhas do Império Japonês. Um gigante samurai, quase um Colosso de Rodes destemido, massacra uma indefesa frota de navios inimigos. Estes pequenos barquinhos de guerra seriam certamente dos EUA, o oponente óbvio na Guerra do Pacífico. Atrás do samurai, as bandeiras dos países do Eixo. Da esquerda para a direita, a Alemanha Nazista, o Império Japonês e a Itália Fascista.
Para se ter um pouco a ideia do nascionalismo japonês nesta época e a dimensão do Colosso nipônico, observem o mapa a seguir. Lembre-se, contudo, que até meados do século XIX o Japão havia se mantido isolado, abrindo-se para a modernização industrial (e ocidental) apenas a partir do final da década de 1860.

Império Japonês em agosto de 1942
A expansão territorial era inevitável diante do desejo de consolidar um império moderno e poderoso. Também parecia inevitável que em algum momento se chocaria com outros impérios. Contra os impérios do Extremo Oriente o Japão saiu vitorioso: Rússia Czarista e China. Durante a II Guerra, o império inimigo era americano.
Guerra de cartazes: a resposta dos EUA a Pearl Harbor
O fim nós sabemos qual foi.

Pense nisso!

A vida virtual é uma loucura! Um mundo novo, sem regras, sem limites, sem conseq... será?


Para quem já nasceu plugado - Orkut, Facebook, Twitter, etc. - o recado é ainda mais sério.

segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Mini-Curso: História e Futebol

Não é muito comum vermos no colégio o formato "mini-curso". Para quem não conhece, é geralmente uma abordagem mais recortada de algum conteúdo e, justamente por isso, mais livre para aprofundamentos.
Renato Brigati, ou apenas Renatão, propôs um belo mini-curso tratando de História e Futebol, mais especificamente nas relações entre a paixão nacional, sociedade e política, abordando com mais vagar dois períodos, a Era Vargas e a Ditadura Militar. Eu, como professor responsável, só posso aplaudir a inciativa e dar meu total apoio. Não por acaso embarquei de cara na ideia do Renato.


Resumo
O Futebol está presente no cotidiano e na alma do brasileiro: jogamos bola nas escolas, nos clubes, nas ruas, nos videogames; vamos aos estádios, assistimos às partidas pela televisão, escutamos as análises do Campeonato Brasileiro pelo rádio... No entanto, viver o futebol dispensa pensá-lo?
Longe de ser apenas um tempo livre, de lazer desprendido do trabalho, o futebol carrega consigo uma série de discursos políticos. A seleção brasileira é motivo de orgulho para os Presidentes da República quando vence um torneio internacional. O brasileiro se une enquanto nação nos períodos de Copa do Mundo, e o nacionalismo chega ao seu nível de exacerbação máximo. Porém, o futebol não é apenas um “ópio para o povo”: grupos marginalizados e oprimidos também encontraram no esporte formas de manifestação contra governos, costumes e instituições ao longo da História do Brasil.
O mini-curso “Futebol, ideologias e resistências no Brasil” é um convite para conhecer o futebol em suas diversas manifestações políticas, já que a bola é mediadora de conflitos e interesses que transcendem o próprio esporte.
E você? Vai fazer parte deste time?


Informações Gerais:
Datas: Dias 21 e 28 de outubro, 4 e 11 de novembro (sempre às sextas-feiras)
Horário: Das 14h às 15h40min
Local: Sala do Prof. Erik (a de sempre!)
Inscrições: Até dia 5 de outubro, pessoalmente com Renato ou Erik

Vagas Limitadas!


Atualização:
Revisão da data - devido a um evento da 3a. série e o fato de este ser o público-alvo do mini-curso, a data de início foi mudada para o dia 21 de outubro, sendo a aula final em 11 de novembro.

terça-feira, 20 de setembro de 2011

3a. Olimpíada de História XII

Finalmente saiu o resultado da semi-final! Depois de um longo período de espera angustiante, a organização do evento conseguiu verificar os casos de plágio e chamar os convocados para a final em Campinas, na Unicamp.
Infelizmente não foi desta vez que emplacamos a final, ao menos não para duas equipes. Os times SafraRocket (Matheus Mans, Ana Striato e Victória Pytel) e Uno (Ana Flávia Bardella, Viviane Fernandes e Maria Lydia Silva) receberam o comunicado abaixo:

Agradecemos o seu empenho e a sua participação. Infelizmente a sua equipe não alcançou pontuação suficiente para estar entre as 300 convocadas para Grande Final Presencial. Contamos com a sua participação na próxima Olimpíada Nacional em História do Brasil. Parabéns pelo trabalho realizado.

Enquanto a equipe Cavaleiros da Independência (Camila Contrucci, Gabriel Bilesky e Nicholas Muraro) ficaram na lista de espera:

Sua equipe teve uma boa pontuação mas não o suficiente para estar entre as 300 equipes convocadas para a Fase Final. Sua equipe está, assim, em “lista de espera” e pode vir a ocupar uma das vagas na Fase Presencial. As equipes convocadas tem até dia 26 de setembro, 12:00 (horário de Brasília) para confirmar a sua participação, providenciando todos os documentos necessários. No caso de não confirmarem, sua equipe pode ser uma das convocadas. Por favor, leia com a máxima atenção o Manual de Instruções Para as Equipes Finalistas da 3ª Olimpíada Nacional em História do Brasil. Os documentos necessários estão fornecidos em modelos em anexo, assim como a leitura de estudo para a Fase Final. Não podemos garantir , infelizmente, que a convocação de sua equipe ocorrerá, mas sugerimos que sua equipe organize-se para tal. Sua posição na lista de espera é 98º lugar.


Sei que não é hábito dos adolescentes se contentarem com menos que a vitória, mas considero o resultado excelente. Foi nossa primeira participação em uma competição totalmente diferente do usual, tivemos que lidar com nosso calendário ultra tumultuado (mais de uma vez aconteceu de termos mais um evento junto com a ONHB) e nunca havíamos feito um "grupo de estudos". Dentro desta perspectiva, não poderia ser melhor. Parabéns!!
Gostaria de agradecer aos 9 bravos olímpicos que aceitaram o desafio de sacrificar algumas horas para estudar história. Foi um prazer e uma honra acompanhá-los. Não sei vocês, mas eu me diverti muito!

segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Uma nota sobre o plágio

Depois de comentário de um aluno no Twitter, resolvi escrever algumas linhas sobre o plágio. Nada além de algumas poucas considerações pessoais.
Segundo o dicionário, plagiar é "apresentar como da própria autoria (obra artística, científica etc. que pertence a outrem)". Ou seja, se fazer passar por autor de uma obra que não é sua. E é claro que espera-se com isso algum benefício ou vantagem. Na escola se espera nota, no trabalho uma promoção, na faculdade um título, e assim por diante. Em outras palavras, é um crime fruto da ma fé e do desejo de enganar outras pessoas para benefício pessoal. Eu, pessoalmente, entendo o plágio como roubo. Rouba-se a autoria e "vende-se" como sendo seu.
No entanto, começo a achar que o ato de plagiar está se tornando uma epidemia, uma doença talvez transmitida pelo mosquito da preguiça, porém causada certamente pelo vírus relaxamento moral. Pode parecer piegas, mas me lembro bem de meus pais dizendo que não deveria pegar o que era dos outros, assim como não devia mentir.
Se não me falha a memória, todas as religiões condenam o roubo e a mentira, pois entendem que ambas as atitudes são desagregadoras sociais: colocam em risco o convívio entre as pessoas de uma determinada comunidade, pois geram desconfiança, insegurança. A mesma regra justifica a presença destas condutas como crimes nos Códigos Penais ao redor do mundo e ao longo da história.
Mas quando leio que em uma competição estudantil, cujo prêmio não é nem dinheiro e nem fama,  mais de 500 provas foram acusadas de plágio, como devemos nos comportar?
O mesmo aluno que motivou essa nota apontou para o fato de toda equipe ser orientada por professores e, logo, eles seriam coniventes com as cópias. Eu não teceria tais acusações, pois sei que não é fácil pegar cópias e que, a princípio, os professores devem confiar em seus alunos. Em todo caso, é necessário que se investigue isso.
Por outro lado, penso que estamos sendo, em geral, muito condescendentes com os plagiadores. Qual seria a punição para eles? Não apenas para os competidores da ONHB, mas também para os que copiam trabalhos na escola, no faculdade, na pós-graduação, etc. Será mais uma vez a impunidade a culpada por essa epidemia?

3a. Olimpíada de História XI

A espera pelo resultado da semi-final da 3a. Olimpíada Nacional em História do Brasil está massacrando os nervos dos competidores Brasil a fora.
Inicialmente todos esperavam pelos resultados às 9h, como ocorreu nas fases anteriores. No entanto, havia um comunicado no site informando que os finalistas seriam anunciados às 14h. A alegria durou pouco, pois por volta deste horário surgiu um novo prazo: 16h. Mas agora já não se sabe quando saberemos quem vai para a última fase em Campinas.
Nas redes sociais e nas respostas automáticas a e-mails circula a seguinte mensagem oficial da Equipe Organizadora da ONHB:
O atraso na divulgação dos resultados se dá em virtude de se fazer justiça a correção das gazetas, já que mais de 500 Gazetas foram acusadas de plágio.
Considerando o fato de que a acusação de plágio pode prejudicar seriamente as equipes envolvidas, cada denúncia está sendo apurada pela Comissão Organizadora da ONHB para que sejam confirmadas (ou não).
A Comissão Organizadora pede desculpas pela ansiedade gerada, mas entende agir em benefício dos participantes e lisura no processo de avaliação.
Assim o Site está "fechado" para acessos até que esse processo termine.
O caso é sério. Mas a Equipe Organizadora também é. Portanto, nos resta esperar!