quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Sugestão de leitura: o início da República

Dia 15 de novembro, feriado da Proclamação da República, está chegando, assim como a prova bimestral da 2a. série. Unindo o útil ao agradável (!?) escolhi um interessante artigo da Revista de História da Biblioteca Nacional como leitura de aprofundamento.
Para o pessoal da 2a. série a sugestão é ainda mais recomendável, afinal, nossa prova no dia 16 tem como um dos conteúdos obrigatórios justamente o tema do texto abaixo...


O pecado original da RepúblicaComo a exclusão do povo marcou a vida política do país até os dias de hoje
José Murilo de Carvalho (professor titular da Universidade Federal do Rio de Janeiro e autor de "A cidadania no Brasil: o longo caminho").

Ano de 1889: cem anos da Revolução Francesa. A corrente jacobina dos republicanos brasileiros julgava ser essa a ocasião ideal para a proclamação de nossa República, que deveria, segundo ela, ser feita revolucionariamente pelo povo lutando nas ruas e nas barricadas. O principal porta-voz dessa corrente, Silva Jardim, pregava abertamente o fuzilamento do conde d’Eu, o marido da princesa Isabel. Sendo o conde um nobre francês, seu eventual fuzilamento daria à revolução brasileira um sabor especial, pois lembraria a morte na guilhotina do rei Luís XVI.
Um ponto central da propaganda republicana era a idéia de autogoverno, do povo governando a si mesmo, do país se autodirigindo, sem necessidade de uma família real de origem européia e de um imperador hereditário. Das três correntes principais da propaganda, a jacobina era a que atribuía maior protagonismo ao povo.
A corrente mais forte era a liberal-federalista, de derivação anglo-americana. O liberalismo vinha do lado anglo, da Inglaterra; o federalismo, do lado norte-americano. O liberalismo predominou no Manifesto Republicano de 1870, mais bem representado por Saldanha Marinho, e o federalismo, no projeto de constituição dos republicanos paulistas de 1873, cujo representante mais influente era Campos Sales. Por sua ascendência liberal, oriunda dos liberais do Império, ela admitia participação popular, embora sem lhe atribuir o primeiro plano, como faziam os jacobinos. Pelo lado federalista, no entanto, não havia muita simpatia pelo povo. Interessava-lhe, sobretudo, o autogoverno estadual a ser conquistado pelo federalismo.
(CONTINUA)

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