terça-feira, 31 de agosto de 2010

Recado

Pessoal,

Gostaria de pedir desculpas pela demora em devolver atividades corrigidas neste bimestre. Acabei me enrolando com o calendário mais curto e parte das atividades das 2a. séries só conseguirei entregar junto com as provas.
Além disso, peço desculpas especificamente à Isadora, do 3A, pela confusão com a atividade. Acabei de encontra-la numa outra pasta.

Abraços,
Erik

Vargas e as leis trabalhistas

Como atividade avaliativa foi trabalhado em sala de aula o discurso de Getulio Vargas abaixo:

Propaganda do governo durante o Estado Novo
“Trabalhadores do Brasil: ouvi com particular agrado a eloqüente e expressiva saudação que o ministro do Trabalho, em vosso nome e a vosso pedido, acaba de me dirigir. Melhor do que em palavras de agradecimento, testemunho-vos o meu apreço, compartilhando das vossas comemorações do ‘Dia do Trabalho’, assim reafirmando o sentimento de cooperação e confiança mútua que temos mantido, inalteravelmente, na solução dos problemas sociais. Desde 1930, conservamos a mesma linha de ação, e, sempre que surgiram obstáculos e dificuldades, os trabalhadores manifestaram ao Governo Nacional, de modo inequívoco, a sua confortadora e espontânea solidariedade, numa eficiente atitude de repulsa aos surtos de anarquia e aos golpes extremistas. (...) Elaboramos e executamos, com a cooperação ativa das classes produtoras, a nossa adiantada legislação social, que, a um tempo, garante os direitos dos trabalhadores e o desenvolvimento econômico do país. (...) Significativamente, reservou-se para o dia de hoje a assinatura das leis criando a Justiça do Trabalho, os refeitórios populares e as escolas de ofícios nos estabelecimentos industriais. (...)”.
Discurso de Getúlio Vargas no Dia do Trabalho, 1º de maio de 1939.

A questão dizia:
Com base no texto e em seus conhecimentos explique as relações existentes entre o Estado Varguista, a política trabalhista e o culto à imagem de Vargas como o pai dos “pobres”.

Não se tratava de uma atividade complexa. O discurso de Vargas é bem claro e o conteúdo mais específico havia sido dado em aula. No entanto, era importante prestar atenção a alguns detalhes.
1. A data do discurso: Dia do Trabalho e 1939. Ou seja, o presidente fazia uso de uma data comemorativa, tradicionalmente de protestos ou, ao menos, para relembrar lutas passadas, para anunciar leis e medidas governamentais favoráveis aos trabalhadores. Ao mesmo tempo, devemos notar que tratava-se de plena ditadura do Estado Novo, cuja política trabalhista possuía inspiração fascista e desejava aproximar os trabalhadores do governo a fim de afasta-los das organizações de esquerda.
2. Vargas elabora seu discurso no sentido de enfatizar que ele, o presidente, acolhe pedidos e oferece leis para o bem da coletividade. Não há luta política e sim o esvaziamento dela.

É isso.

sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Download no site do Colégio

Pessoal da 2a. série,

Espero ter conseguido fazer o upload daqueles slides no site do Colégio. Não me pareceu tão simples como fora prometido, mas... Preciso que vocês verifiquem se o arquivo em .pdf está disponível para o download.
Por favor, assim que possível me dêem uma resposta.

Abraços


Atualização: Agora consegui! Aleluia!!

Atualização 2:
Aleluia! Aleluia! Os slides estão para download no site do colégio

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Atendendo a pedidos

Apesar da demora em postar, não poderia deixar de colocar no blog um lembrete a respeito do vestibular da Unicamp: INSCRIÇÕES ABERTAS!!
De acordo com o site da Comvest
Os candidatos terão até o dia 8 de outubro para se inscrever, utilizando o formulário de inscrição disponível nesta página. A taxa de inscrição é de 120 reais. O Vestibular Unicamp 2011 oferece 3.444 vagas em 66 cursos da Unicamp e dois cursos da Famerp (Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto). O Kit do Vestibulando (Manual do Candidato e Revista do Vestibulando) é gratuito e deve ser consultado. Todos os programas exigidos para a realização das provas estão disponíveis no Manual do Candidato e na Resolução GR37/2010.
Pelo jeito não era só o Krisman que estava ansioso pelas inscrições da Unicamp.  Deu na homepage da universidade hoje: Vestibular 2011 recebe 3 mil inscrições até 16h30. Eu concordo que não se deve deixar para última hora, mas ansiedade é um perigo!


P.S. Quanto ao pedido da Camila, bom, se eu entendesse o novo site do colégio eu até poderia publicar um tutorial. Estou tentando até agora agendar uma sala multimídia, mas quem disse que encontro o caminho no site?!

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Testem e me contem...

Pessoal,

Li uma reportagem no Boletim da Agência FAPESP a respeito de um projeto multidisciplinar desenvolvido por pesquisadores da UNESP, UFSCar, USP e Ipen reunidos no Centro Multidisciplinar para o Desenvolvimento de Materiais Cerâmicos (CMDMC) e no Instituto Nacional de Ciência dos Materiais em Nanotecnologia (INCTMN). Essa turma toda bolou um jogo on-line chamado Ludo Educativo reunindo conteúdos de química, física, matemática e biologia.
Sendo bem sincero, não tive tempo de testar o jogo. Mas ficaria bem contente se alguém aí topasse o desafio para depois me contar o que achou. Eu fiquei especialmente curioso depois de ler entre os comentários disponíveis no site a declaração de um rapaz chamado Roberto de Paula Jr.:
Melhor jogo que já joguei na minha vida!
 Ou o Ludo Educativo é fantástico ou o cara não jogou muita coisa na vida... Prefiro ficar com a opinião de outro usuário, para quem o jogo é uma bom jeito de revisar o conteúdo do Ensino Médio.



P.S. Basta fazer o login com seu e-mail e jogar.

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

História e humor

Há alguns dias estava conversando com a Profa. Sacay a respeito do uso de charges e quadrinhos em atividades escolares. Estávamos comentando que para Biologia a situação era razavelmente confortável, pois são muistos os bons cartunistas que se dedicam a fazer rir a partir das ciências. Fernando Gonsales, autor das tirinhas do Niquel Nausea, é figura conhecida dos vestibulares e exames nacionais. Talvez parte do sucesso do cartunista seja por ser ele próprio ser biólogo.
O mineiro Henfil nasceu em 1944 e morreu em 1988.
É claro que podemos usar as charges políticas e sociais do começo do século XX ou a vasta e genial produção de Henfil, com suas críticas ácidas à sociedade brasileira e à Ditadura Militar, apenas para citar um exemplo. Mas, infelizmente, eu não conheço nenhum cartunista nacional em atividade que se dedique a fazer piada com base em fatos ou personalidades da História. Ou seja, de modo geral os cartuns têm rendido apenas questões de "atualidades".



No entanto, meio que por acaso, vi no Kibe Loko esta charge brincando com o Egito antigo. E nem precisa entender muito de História para entender a piada!

O papel higiênico eterno...

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Quanto vale?

Não sei se vocês estão acompanhando, mas os jornais estão dando uma considerável atenção para o projeto de pagar aos alunos participarem das aulas de reforço. A ideia toda é a seguinte: os melhores alunos do Ensino Médio ganharão uma ajuda de custo de uns 100 reais para ajudar os alunos do Fundamental com dificuldades em matemática. Estes, por sua vez, ganhariam R$ 50,00 para participarem. Simples, não? Não.
Muitos educadores partiram para o ataque acusando o governo do estado de São Paulo de mercantilizar a educação. Ou seja, ao tentar "comprar" o interesse dos alunos faria do ensino um grande comércio. Eu concordo plenamente. Mas e vocês, o que pensam? O compromisso de vocês tem preço? Quanto vale sua vontade de estudar?
A Folha de S. Paulo fez uma enquete e 91% dos participantes é contra a medida. O resultado da polêmica não demorou a surgir:



Mas vejam bem! Estamos em ano eleitoral e polêmicas raramente são bem vindas. Por isso o Governo de São Paulo decidiu ADIAR o projeto, o que é muito diferente de DESISTIR da ideia.

quarta-feira, 11 de agosto de 2010

A década de 1930 sob outro olhar

Em ano de Copa, querendo ou não, o futebol é pauta recorrente. No caso do Brasil, então, até sem campeonato mundial o "esporte bretão" é assunto constante.
Nas aulas deste bimestre começamos a ver com a 3ª série a década de 1930 no Brasil, ou seja, o fim da chamada República Velha e o início da Era Vargas. No entanto, não devemos perder de vista que o cenário internacional não pode ser separado do contexto nacional e, ao mesmo tempo, este panorama envolve várias faces da política e da sociedade. É aí que se encaixa o futebol.
Marco Antonio Villa, historiador e professor da UFSCar, escreveu um interessante artigo para a Folha de S. Paulo em 18 de abril deste ano. A proposta era abordar a primeira Copa do Mundo no contexto mundial da época, ou seja, "um torneio abalado pela Depressão", como o autor chamou seu texto.

A história das Copas começa assombrada por uma grande crise econômica. O crash da Bolsa de Valores de Nova York, em outubro de 1929, avançou rapidamente para além das fronteiras dos EUA e comprometeu o primeiro Mundial de futebol profissional.
Os efeitos da crise dificultaram a participação dos países europeus, insatisfeitos com a escolha de uma sede do outro lado do Atlântico. Bicampeão olímpico, o Uruguai recebeu da Fifa a incumbência de organizar a Copa de 1930. Resultado: um torneio sem eliminatórias, com apenas 13 seleções, das quais só quatro eram europeias (Romênia, França, Iugoslávia e Bélgica).
E decidido por dois sul-americanos, o próprio Uruguai e a Argentina. A primeira final de Copa do Mundo atraiu mais de 90 mil espectadores, o maior público para um jogo de futebol na América do Sul até então.
Seleção Brasileira de 1930
O Brasil não passou da primeira fase. Uma briga entre cariocas e paulistas -rivalidade que marcou a seleção brasileira durante meio século- impediu a convocação de atletas que atuavam em São Paulo, com exceção do atacante Araken. (...)
O impacto da Grande Depressão se estendeu pelos anos 30. Na América Latina, países como Argentina e Brasil vivenciaram profundas mudanças políticas, um reflexo da crise.
A URSS, então único país socialista, foi menos atingida porque tinha pequena participação no comércio internacional.
A África também foi afetada pela crise. A produção de gêneros agrícolas e a exploração de minerais, bases econômicas das colônias, tiveram seus preços sensivelmente rebaixados.
Desde 1919, após o tratado de Versalhes, o continente, excetuando a Libéria, o Egito (independente em 1922) e a Etiópia, era domínio quase exclusivo de Inglaterra e França.
A Alemanha perdeu todos os seus territórios após a derrota na Primeira Guerra Mundial (1914-1918), em uma nova partilha decidida pela então recém-criada Sociedade das Nações, antecessora da ONU (Organização das Nações Unidas).
Para a nova entidade, os povos africanos não eram "capazes de se dirigir por si mesmos nas condições particularmente difíceis do mundo moderno".
Portanto França e Inglaterra tinham recebido a tutela provisória das colônias até que elas pudessem caminhar sozinhas.
Tal decisão da Sociedade das Nações firmou o princípio de que a relação entre colonizador e colonizado não era um fim em si mesmo, mas um caminho que preparava os povos africanos para sua independência.
Reparem que o autor relaciona o início da década de 1930 com os resultados da Primeira Guerra Mundial, a Revolução Russa, o Neo-Colonialismo europeu que continuava forte e atuante na África, e a Crise de 1929. No caso da América Latina, as mudanças políticas ficariam ao cargo de governos autoritários e de contornos mais ou menos fascistas - no caso brasileiro e argentino -, tendência que também é observável na Europa: Alemanha nazista, Itálica fascista, Portugal salazarista, Espanha franquista.
Ao mesmo tempo, Villa tem em mente a Segunda Guerra Mundial e, por isso, enumera os principais países que tomarão parte no conflito. Portanto, temos aí uma trajetória, uma teia complexa ligando elementos que levaram à Primeira Guerra, as consequências políticas, sociais e econômicas deste conflito, e a Segunda Guerra. Não por acaso o historiador Eric Hobsbawm considera que só houve "uma Grande Guerra" entre 1914 e 1945, com um armistício de 1918 a 1939.
 
Não percam de vista o todo, mesmo quando estamos analisando apenas uma parte por vez!

Pai contra mãe

Machadão, para os íntimos
Pessoal do 2º, para quem perdeu a atividade entregue ontem em sala ou quem prefere ler o conto Pai contra mãe, de Machado de Assis, pela internet, aqui segue uma réplica on-line do material.

Conto em formato .pdf: AQUI

Atividade sobre o conto Pai contra mãe, de Machado de Assis, publicado em 1906.

ATENÇÃO: As respostas devem ser entregues digitadas.

Com base no conto e em quaisquer outras fontes à sua disposição, responda as questões abaixo.

1. Resuma (até 15 linhas) o enredo do conto.
2. Elabore um vocabulário de no mínimo 10 palavras. Atente para o significado das palavras no texto.
3. Ao longo do texto há ao menos três diferentes referências sobre a figura do negro na sociedade escravista. Quais são estas referências (funções sociais ou atividades)?
4. O que seria a “Roda dos Enjeitados”? Por que a “Roda” seria uma solução para o caso de Clara e Candinho?
5. Qual o sentido do título do conto?
Como já foi dito em sala, a atividade não é nenhum bicho de sete cabeças. As duas primeiras questões são bem braçais e as outras três exigem um pouco mais de atenção na leitura do texto. Como o conto é curto volto a enfatizar que duas leituras facilitam a compreensão!
Por fim, é sempre bom lembrar a data de entrega, não é?

Entregar em 20 de agosto, sexta-feira.




P.S.: Na aula eu não soube dizer quando Machado de Assis morreu. Aqui fica a minha resposta: dois anos depois deste conto, em 1908, o autor faleceu.

A novela do ENEM

- Será que conseguiremos fazer o ENEM, meu amor?
A repetição cansativa do mesmo som, uma aliteração bem pobre, não é por acaso. A novela tem se mostrado ruim mesmo. Depois dos problemas com a prova do ano passado está todo mundo tenso, desde os autores do folhetim até (e principalmente) os alunos que irão participar do exame.
Só não podemos reclamar do suspense. Este é de primeira!!!

Não percam os próximos capítulos. E assista também Era feliz com a FUVEST e não sabia e UNICAMP, minha paixão. Mas estas novelas a gente sabe como acabam...

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

O infame comércio

Assim foi chamado o tráfico de escravos por seus críticos no século XIX. Mas, ao mesmo tempo, observe que se reconhecia nisso uma forma de comércio, tanto que "tráfico" não possuía em geral o sentido que damos agora à palavra.
Em todo caso, este comércio internacional durou até 1850. O que não quer dizer que a escravidão havia acabado ou que a venda de escravos dentro do Império do Brasil tenha terminado nesta data. Apenas a captura e o transporte de "carne humana" da costa da África para o Brasil havia sido proibido, acabando com os poderosos traficantes e seus navios negreiros.
Estes, aliás, eram embarcações certamente horripilantes. Não faltaram artistas a pintar estes navios, mais conhecidos por "tumbeiros", por serem a tumba de muitos africanos. Maus tratos, má alimentação, doenças... muitos nem chegavam ao Brasil, outros morriam logo após o desembarque. E ainda assim os sobreviventes eram fonte de altos lucros para os traficantes, afinal, a mão de obra escrava era a principal força de trabalho do Brasil.
O poeta Castro Alves escreveu em 1868 um de seus mais famosos poemas. "O navio negreiro" tinha como subtítulo "Tragédia no mar" e buscava chamar a atenção para a violência da escravidão como um todo. Apesar do tráfico já estar proibido na época deste poema, as memórias ainda eram frescas.

(...)
Era um sonho dantesco... o tombadilho

Que das luzernas avermelha o brilho.
Em sangue a se banhar.
Tinir de ferros... estalar de açoite...
Legiões de homens negros como a noite,
Horrendos a dançar...

Negras mulheres, suspendendo às tetas
Magras crianças, cujas bocas pretas
Rega o sangue das mães:
Outras moças, mas nuas e espantadas,
No turbilhão de espectros arrastadas,
Em ânsia e mágoa vãs!

E ri-se a orquestra irônica, estridente...
E da ronda fantástica a serpente
Faz doudas espirais ...
Se o velho arqueja, se no chão resvala,
Ouvem-se gritos... o chicote estala.
(...)

Homens, mulheres, crianças, jovens e velhos, todos amontoados, presos por correntes, arrastados de um continente para outro. A imagem abaixo, extraída de um folheto inglês do início do século XIX, apresenta a distribuição dos escravos no interior de um tumbeiro. De uma forma mais artística, a mesma situação foi mostrada pelo pintor alemão Johann Moritz Rugendas (1802-1858), na imagem acima.

Infame ou não este comércio?


Nota: "O Infame Comércio" também é o título de um ótimo livro de Jaime Rodrigues, professor da Unifesp.

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Tempos de política

Em época de eleições falar de política parece algo quase natural, ou deveria ser. A princípio não temos como fugir da política, ela está em toda parte mediando as relações entre as pessoas, entre os grupos, entre os diversos interesses que compõem a sociedade. Como o consenso e a unânimidade muito raramente são alcançados a alternativa que temos hoje, em tempos democráticos, é a negociação política (leia-se: argumentação + convencimento da maioria) resolvida pela votação. Isto ocorre tanto na escolha dos representantes quanto entre eles depois de escolhidos por nós. Posto deste modo creio que não preciso salientar a importância de se votar com cuidado. Mas não é isso que quero discutir aqui.
Estamos começando a ver o período varguista, ou seja, os anos em que Getúlio Vargas esteve no poder continuamente entre 1930 e 1945. Estes 15 anos não foram homogêneos, pelo contrário, foram quase pendulares. Tivemos, em linhas gerais, um governo provisório resultado da Revolução de 1930 (e pós-crise de 1929) mais autoritário, depois um período constitucional que previa eleições, e, finalmente, um golpe iniciando o chamado Estado Novo e claramente ditatorial.
"Operários", de Tarsila do Amaral, pintado em 1933, é exemplo da crescente preocupação com as causas sociais e as agitações daí decorrentes. A artista foi considerada suspeita e presa posterioremente pelo governo Vargas.

Contudo, esta época desde a década de 1920 apresentava uma grande dose de violência política. A elite mais conservadora tentava barrar qualquer discussão mais socializante que atendesse reivindicações de trabalhadores e camadas mais pobres da sociedade, enquanto os operários buscavam sua força em movimentos de inspiração socialista, comunista ou anarquista. O coronelismo controlava o interior do país e nas cidades maiores a polícia "educava" aqueles mais descontentes. Quando então temos a Revolução de 1930 resultado da Aliança Liberal congregando classes médias urbanas, setores das forças armadas e grupos políticos de estados cansados do predomínio dos republicanos de São Paulo, Getúlio Vargas, enquanto líder do movimento, tinha como desafio torear os tenentes, os políticos regionais, os direitistas de inspiração fascista e os esquerdistas apoiados no proletariado.
Dá para imaginar a confusão que seria atender a todas as reivindicações! Então, como sair dessa? Apesar do "mito" construído em torno de Vargas, uma coisa é real: ele era um político muito habilidoso. Assim, ele optou por jogar os extremos um contra o outro - esquerda contra direita -, oferecer legislação trabalhista esvaziando as reivindicações dos sindicatos, e controlar (ou neutralizar) os grupos mais organizados. Com isso o Estado, e o próprio Vargas, se fortaleciam e permitiam quase qualquer medida autoritária como se tudo isso fosse necessário. Necessário para manter a ordem, necessário para manter os direitos trabalhistas, necessário para manter o país a salvo dos comunistas...
Complexo, não?

O mundo dos espertos

Vejam só esta notícia na Folha de S. Paulo de hoje:

Golpe da venda do diploma faz vítimas na internet

A reportagem (muito bem feita, aliás) comenta, entre outras coisas, o caso da jovem Ludmila que decidiu comprar um diploma de pedagogia. Ela tinha saído de uma pequena cidade para estudar em São Paulo. Como o pai é dono de uma escola ele esperava que ela seguisse com o negócio da família, mas ela queria ser atriz. Em resumo, ela não fez a faculdade que o pai queria e sem coragem de enfrentá-lo pensou em comprar pela internet um diploma.
A primeira pergunta que eu me fiz foi: mas porque raios alguém imagina que isso vai dar certo? Já a segunda pergunta foi um pouco mais séria: será que essas pessoas que tentam (ou conseguem) comprar diploma acham que estão agindo corretamente?
A situação é tão curiosa que a moça entregou dinheiro e documentos para o golpista, não recebeu o diploma, e também não pode ir à polícia, pois ela mesma infringiu a lei. Seria um caso clássico de ladrão que rouba ladrão?
Segundo Ludmila, a esperta,
Eu achei que seria só uma mentirinha boba, porque eu não ia usar o diploma, só mostrar. Nunca imaginei que eu ia me envolver com uma pessoa perigosa. Agora eu tô morrendo de medo do meu pai. Morrendo de medo do que esse cara possa fazer com meus documentos.
O peso na consciência seria o menor de todos os males, porém o que me intriga é chegar a cogitar a possibilidade de "arrumar" a situação por meio de uma atitude sabidamente errada. Aí está, no meio do desespero, a filosofia do malandro, do esperto. Claro que se ela tivesse conseguido ela se veria como a esperta, mas passada para trás ela só consegue se ver como o avesso do malandro: o otário.
Veja, são duas faces da mesma moeda. Esperto é aquele que, a princípio, é sagaz, inteligente, perspicaz. Mas que ao agir à margem da lei, ao se aproveitar das brechas para resolver seus problemas se torna um trapaceiro, um bandido mais ou menos perigoso. O contrário de malandro não é o mané. Malandro e mané estão contidos na mesma pessoa!

Esta figura do malandro surgiu no Brasil e foi imortalizada nos sambas cariocas do início do século XX por ser uma forma de sobrevivência diante de uma sociedade autoritária, com um alto grau de corrupção e de pequena chance de mudança. Uma forma amoral de "dar os seus pulos". Depois de um tempo não se sabe mais se a esperteza é reação ou ação. A única certeza é que um dia o esperto vira otário e que colabora decididamente para a perpetuação da corrupção. Não a "grande corrupção", mas esta modalidade diária que segue o princípio da "vantagem": furar fila, não devolver troco a mais, falsificar o documento para entrar na balada, copiar trabalho da internet, etc.
Este é o mundo dos espertos. Mas o mundo não é dos espertos!

quarta-feira, 4 de agosto de 2010

Um retrato

Reis, nobres, burgueses, políticos, todos foram devidamente retratados por variados artistas, muitas vezes contratados apenas para isso. Mesmo depois da invenção e popularização da fotografia, a pintura e o desenho continuaram a ser sinônimos de prestígio e poder. 
Já os professores nunca contaram com tanto luxo.
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Cada um tem os artistas que merecem.rs Obrigado, Raquel e Heloísa.

Vestibular Unicamp

Está no site da Comvest, a "Fuvest da Unicamp":
As inscrições para o Vestibular Unicamp 2011 serão feitas entre 23 de agosto e 8 de outubro, exclusivamente pela internet, em formulário disponível nesta página. A primeira fase será realizada em 21 de novembro de 2010 e a segunda fase, entre os dias 16 e 18 de janeiro de 2011.
Ou seja, mais um para colar na geladeira:

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terça-feira, 3 de agosto de 2010

Para pensar

Para o pessoal da última série o segundo semestre tem um peso especial. Com ou sem dúvida é chegada a hora de escolher para qual carreira vai prestar vestibular. Sabemos que nada é definitivo. Você pode escolher uma carreira, mudar de ideia depois, fazer novo curso ou mesmo terminar sua primeira opção e descobrir que quer seguir outro rumo. Mas ainda assim a decisão precisa ser tomada de modo consequente, sabendo o que se está fazendo. Do contrário você fará como a Alice que perguntou ao Gato como deveria fazer para sair do País das Maravilhas. O Gato, com seu sorriso enigmático, respondeu que dependeria para onde ela pretendia ir. Como não importava para onde, apenas queria sair de lá, Alice ouviu:

"Para quem não sabe aonde vai, qualquer caminho serve..." (Lewis Carroll)

Fica a dica!

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Manual da FUVEST

E, enfim, chegou o que muitos esperavam: a hora da inscrição da FUVEST.

Bom, sem drama e sem choro vamos ao que interessa.


  • Manual disponível AQUI.

  • As inscrições devem ser feitas a partir do próximo dia 27 e se encerram em 10 de setembro.


  • ATENÇÃO: tudo deverá ser feito pela internet!! O próprio site irá gerar um boleto para o pagamento da módica quantia de R$ 100,00 para que você pague depois como quiser (ou imprime e leve ao banco ou paga direto por algum internet banking).

Para colar na porta da geladeira:


Anotaram?




P.S.: Ah, o pessoal da FUVEST estava pensando em inclusão, por isso disponibilizou o Manual também em Mp3. Mas alguém aí quer apostar que vai ter preguiçoso preferindo escutar todo o material no iPod?!?

De volta à blogosfera

Senhoras e senhores,

Finalmente as férias acabaram. Voltamos às aulas, aos estudos, às dúvidas e às correrias. Em todo caso, sejam bem-vindos de volta!
Da minha parte espero conseguir postar com frequência e orientá-los da melhor forma possível. Continuo com aquele sonho de ver vocês participando com sugestões de leituras e outros conteúdos. No primeiro semestre deu certo algumas vezes, o que me agradou muito.
Mas mudando de assunto, como vocês podem ver resolvi mudar o visual do blog. Algumas pessoas comentaram que o blog era um pouco escuro, com o que fui obrigado a concordar. Então vi este layout disponível e pensei que poderia ter algo a ver. Espero que não tenha ficado brega. Acho que agora tem até mais espaço horizontal o que, em tese, deixa a leitura mais agradável.
Mas a imagem do cabeçalho continua a mesma. Será que não seria o caso de mudarmos? Alguém quer sugerir uma nova imagem? Uma montagem ou um desenho orginal seria bem interessante. Há algum artista desocupado?
Fico no aguardo.

Abraços a todos


P.S. "Finalmente" não significa que algo seja necessariamente bom! A princípio quer dizer apenas que chegou ao fim.