Como sabia que o aluno Matheus Mans Dametto (3a. série) é um apreciador do samba, pedi que ele redigisse um texto para o blog. Segue, então, a segunda contribuição de um aluno.
Uma reunião de músicos e compositores, em 1917, na casa da Tia Ciata, levou à composição do primeiro samba a ser registrado e gravado. O sambista Donga em parceria com Mauro de Almeida foram os sambistas responsáveis pela composição da memorável “Pelo Telefone” e que desencadeou uma série de outras composições deste novo ritmo, resultado de uma mistura de culturas africanas.Esses sambistas começaram a se encontrar nas ‘noites’ cariocas e criar grandes grupos de apoiadores do novo estilo musical. Estavam criadas as escolas de samba. Caracterizadas pelo ambiente simples e pobre das recém formadas favelas do Rio de Janeiro, elas foram o ponto de partida para a disseminação do ritmo pelo resto do território nacional. Porém, os morros cariocas continuavam carregando o estandarte de grandes sambistas do país.
As músicas, não mais apenas sambas-enredos ou apenas canções para se tocar nas rodas de samba, foram aprovadas pelo governo de Getúlio Vargas e retratadas como identidade nacional. Aspirantes à músicos começaram a aparecer de outros estados e se apresentarem em rádios. Jovens cantores como Ataulfo Alves, Ary Barroso e Lamartine Babo se consagravam como sambistas e músicos, e não apenas como os malandros do Rio.Nos “anos de chumbo”, o samba foi um dos responsáveis pela expressão de opinião da população brasileira. Jovens compositores, como Chico Buarque e Caetano Veloso, compunham obras que atentavam contra a repressão dos militares brasileiros. Sambas como “Vai Passar” e “Pra Não Dizer que Não Falei das Flores” são exemplos claros da insatisfação dos músicos.
Os bambas de antigamente ainda faziam relativo sucesso, apesar de a maioria ter sido esmagada pelos novos ritmos brasileiros e internacionais que chegavam ao país. Adoniran Barbosa, Paulo Vanzolini, Cartola, Jamelão, entre outros, mostravam que ainda tinham “lenha para queimar” e o samba era revitalizado com a ajuda dos novos expoentes do samba e da Bossa Nova, como Caetano, Gil e Chico. Sendo que, apesar de modificado, está vivo até hoje como ritmo musical genuinamente brasileiro.
Veja também: 2 sambas e 2 exercícios
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