sexta-feira, 10 de junho de 2011

Geração T?


Medo!
O pessoal de Recursos Humanos, os recrutadores de profissionais e os psicólogos que trabalham com seleção de funcionários adoram definir os perfis das gerações. Tem a geração BB, X, Y, Z, 00, e sei lá mais o que. Para entenderem melhor, um exemplo tirado da Folha de S. Paulo, de 28 de fevereiro de 2010:
Um jovem que estudou nas melhores escolas, aprendeu idiomas, teve experiências no exterior, é inteligente, criativo e conectado e tem disposição para trabalhar duro e inovar ostenta um currículo que parece ser o sonho dos selecionadores das empresas.
Não necessariamente. Esse mesmo perfil pode virar um pesadelo para os gestores que logo identificam a geração Y --leva dos nascidos entre 1980 e 1990, que reúne características como agilidade, autodidatismo tecnológico e criatividade.
Isso porque esses "nativos digitais" demandam muito de seus superiores, não temem atropelar processos e, principalmente, não pensam duas vezes antes de trocar a empresa que investiu em seu treinamento por uma que pague melhor ou outra que ainda não existe: a que vão criar.
Assim, os gestores tendem a ficar alertas para o perfil Y excessivo: aquele que, apesar de reunir o currículo ideal, não tem paciência para os ritos da cultura corporativa, como esperar por uma promoção.
(In: André Lobato. "Jovens imediatistas assustam gestores na hora da contratação". Folha de S. Paulo, 28.02.2010)
Eu já achava este cenário bem preocupante, quando, então, li o artigo/coluna/post de Luciano Pires no Cultura News.
O escritor diz emprestar um novo "rótulo" cunhado por um amigo - a geração T - mas com uma novidade, não depende de uma data de nascimento, pois se trata mais de uma postura que de um reflexo da época. O "T" é de testemunha - “Sou testemunha de tudo, mas não tenho opinião sobre nada.” - e o texto, muito leve e divertido (ainda que sério!), vale uma leitura. Depois, cada um faça sua reflexão e veja se o rótulo lhe serve, ou pior, se lhe fica confortável!

A "geração T" sabe tudo que acontece, mas permanece incapaz de analisar, comparar e julgar
Por Luciano Pires
Meu amigo Patrick é francês e vive no Brasil há anos. Tem uma visão crítica da forma de ser do brasileiro em comparação a outros povos, especialmente os europeus. E eu me divirto com ele. Recentemente, presente a um desses eventos badalados que tratam de redes sociais, ele me ligou para descrever o público. Jovens, muito jovens, com seus iPads e iPhones, tuitando furiosamente enquanto assistiam às palestras de dezenas de especialistas. Ao final da palestra, invariavelmente o apresentador dizia:
- Alguma pergunta?
Silêncio. Ninguém. Nada. E assim foi, de palestra em palestra. Ninguém nunca perguntava nada. O Patrick então disse que aquela era a geração T. Tê de testemunha: “Sou testemunha de tudo, mas não tenho opinião sobre nada.”
(CONTINUA)

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