sexta-feira, 5 de agosto de 2011

Recomendo

O universo das artes plásticas é vastíssimo. Dentro deste há outro enorme conjunto de linguagens artísticas chamadas de artes gráficas que podemos definir de modo bem genérico como aquilo que é passível de impressão ou reprodução. Assim, o artista gráfico talvez represente a face mais moderna, ágil e recente das artes, usando técnicas que podem variar desde a ancestral xilogravura até modernos recursos digitais.

São Sebastião, serigrafia

No meio da costelação de artistas temos o universo de Glauco Rodrigues, pintor, gravador, desenhista, ilustrador e cenógrafo, a quem se homenagea com um exposição composta de cerca de 100 trabalho que vão de serigrafias à capas de revistas e discos. Trabalhos primorosos, cheios de cores e referências tanto acadêmicas quanto pops.
Eu fiquei particularmente impressionado com a obra de Glauco Rodrigues especialmente porque fui à exposição ciente de minha total ignorância. Quando cheguei lá sabia perfeitamente que não sabia nada a respeito do artista e saí um tanto chocado por não saber nada dele até então.
Na exposição e também no catálogo há um texto muito ilustrativo escrito por Luiz Fernando Veríssimo:
Moça, serigrafia
Pedra. Madeira. Linóleo. Metal. Nada disto é tela, mas tudo vira tela nas mãos do artista gráfico.
Se a pintura é um mergulho, a arte gráfica é a arte das superfícies. A arte do que estiver à mão.
A arte gráfica não discrimina o que a contem. Folheto. Poster. Programa. Capa. Ilustração. Seja para o que for que se destina, é arte.
Pampa. Brasil colonial. Brasil um minuto antes da descoberta misturado com o Brasil de agora. Nossas cores e nossas sombras. São Sebastião e a moça de bikini, nosso martírio e nossa redenção embaixo do mesmo sol. Num flagrante ou numa composição, o Brasil de todas as evocações e paradoxos.
E acima de tudo, a técnica do Glauco. O seu admirável saber fazer, em qualquer superfície. Ninguém como ele combinou sensualidade e rigor artesanal e fez um retrato tão preciso deste carnaval.
Na sua obra gráfica como na sua pintura, o Glauco nunca deixou de dizer: que país curioso este nosso, e que país bonito.


O Universo Gráfico de Glauco Rodrigues
Quando? Até 21 de agosto
Horário? De terça a sábado, das 9h às 21h, e domingos e feriados das 10h às 21h
Onde? Caixa Cultural – Conjunto Nacional  (Av. Paulista, 2083)
Quanto? GRÁTIS


O Estado da Guanabara (1960-1975), litografia

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