quarta-feira, 6 de abril de 2011

Um pouco de 2a. Guerra Mundial

Contrariando a inicial e oportuna neutralidade brasileira diante da 2a. Guerra Mundial, o Governo Vargas acabou por aderir à frente Aliada em 1944 enviando para o front italiano 25.334 homens. Este contigente formou a Força Expedicionária Brasileira (FEB), e seus combatente ficaram conhecidos simplesmente como "os pracinhas".
Desfile da FEB, em seu retorno, na Cinelândia (Rio)
Durante um bom tempo e ainda para muita gente, falar da FEB provoca sentimentos patrióticos. Apesar da participação brasileira na 1a. Guerra Mundial, foi na guerra de 1939-1945 que o Brasil efetivamente se engajou participando de 445 missões contra os alemães no norte da Itália sob supervisão dos EUA. Mas deixando de lado o patriotismo ingênuo podemos encontrar aspectos pouco explorados deste envolvimento.
Pesquisas recentes do historiador César Campiani Maximiano, da PUC-SP, revelam o pouco treinamento, desconhecimento do armamento oferecidos pelos norte-americanos, falta de planejamento e de motivação clara dos pracinhas.
Um dos comandantes brasileiros, Gal. Zenóbio da Costa, diante do questionamento a respeito da falta de treinamento teria dito: "Não precisa! Os meus meninos tomam aquela merda no grito!". Contudo, nem sempre dava para resolver "no grito" e erros simplórios foram cometidos, apesar do sucesso alcançado.
Este contexto não significa qualquer demérito ou ofensa à FEB, mas, ao contrário, mostra o grau do sacrifício humano realizado por uma questão de política internacional. Ironicamente, o retorno desses homens acabou por escancarar as incoerências do governo ditatorial e de inspiração fascista de Getúlio Vargas. Tendo lutado ao lado dos Aliados contra o Eixo nazi-fascista, a ação dos pracinhas foi devidamente explorada pela mídia no questionamento do Estado Novo. Não por acaso que alguns consideram que os pracinhas venceram duas vezes, uma na Europa e outra no Brasil.

Sobre o trabalho de Maximiano li AQUI.
Barbudos, Sujos e Fatigados: soldados brasileiros na Segunda Guerra Mundial
Autor: Cesar Campiani Maximiano
Editora: Grua Livros

2 comentários:

  1. É curioso (hehe, desculpe, Erik, não resisti) como a FEB é muitas vezes esquecida. Lembro de algumas historias realmente heroicas que li sobre soldados da FEB, que realmente dão uma ponta orgulho de ser brasileiro.
    Vou procurar essas historias, uma em especial que me recordo, não sei quanto a veracidade dela mas, mesmo se for falsa, a mensagem de persistencia que ela passa já justifica sua existencia.
    Enquanto procuro, deixo uma dica: a canção do expedicionario

    http://www.youtube.com/watch?v=ialoA9_YhhQ&feature=related

    e
    http://www.anvfeb.com.br/cancao_do_expedicionario.htm

    Krisman.

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  2. Tenho mais uma sugestão: A quem interessar e ainda não conhecer, vale apena procurar no youtube os hinos das forças armadas. São muito bonitos e trazem ainda belas mensagens. Em especial, o hino da marinha, do Cisne Branco, e o refrão do hino do exercito.

    Krisman

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