Vejam o caso que seria cômico se não fosse trágico, ridículo, constrangedor e/ou ofensivo.
Na segunda-feira, dia 25 de abril, o senador pelo Paraná (ex-governador e famoso por sua truculência) Roberto Requião, arrancou o gravador das mãos de um repórter, irritado com a pergunta que lhe fora feita. O Sindicato dos Jornalistas imediatamente se manifestou, afinal o "nobre" parlamentar havia impedido o trabalho de um profissional e de forma agressiva.
Requião foi à tribuna do Senado no dia 26 para se justificar:
Segundo o senador, o repórter da Rádio Bandeirantes tentou lhe aplicar uma "armadilha" com "perguntas encomendadas", numa atitude de "bullying" que marca parte da imprensa brasileira.Só para que não fique dúvidas, cito trecho de uma matéria da Revista Nova Escola definindo o que NÃO é bullying
"Temos que acabar com o abuso, o bullying que sofremos nas mãos de uma imprensa às vezes provocadora e muitas vezes irresponsável", disse.
Requião afirmou, sem citar nominalmente veículos de comunicação, que a imprensa se acostumou a "plantar ruídos que se afastam completamente da verdadeira natureza dos fatos". Sobre a retirada do gravador, disse que "há momentos em que a indignação é uma virtude".
Discussões ou brigas pontuais não são bullying. Conflitos entre professor e aluno ou aluno e gestor também não são considerados bullying. Para que seja bullying, é necessário que a agressão ocorra entre pares (colegas de classe ou de trabalho, por exemplo). Todo bullying é uma agressão, mas nem toda a agressão é classificada como bullying.O virtuoso Senador, em resumo, exagerou. Ou ele quis dizer que, mesmo tendo imunidade parlamentar, sendo julgado por foro privilegiado, recebendo um sem-número de regalias, ele é igual ao jornalista?!?! Não, acho que não...
E fica o aviso: a liberdade de expressão corre risco tanto à direita quanto à esquerda!
A matéria na íntegra sobre a desculpa esfarrapada de Requião AQUI.
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