quarta-feira, 20 de abril de 2011

Trabalho Bimestral - 3a. série EM

Para o pessoal da 3a. série o trabalho envolve um filme e alguns textos. O importante neste caso, como consta no roteiro que todos receberam, é estabelecer o diálogo entre o filme e a história do nazi-fascismo.
Como não quero que ninguém veja o filme errado, seguem os dados da produção alemã.

A Onda (Die Welle)
Diretor: Dennis Gansel
País de Origem: Alemanha
Gênero: Drama
Tempo de Duração: 107 minutos
Ano de Lançamento: 2008
Sinopse:
Professor propõe um experimento que explique na prática os mecanismos do fascismo. Em pouco tempo, seus alunos começam a propagar o poder da unidade e ameaçar os outros. Quando o jogo fica sério o professor decide interrompê-lo, mas aí já é tarde demais.
Trailer AQUI
 
 
Texto 1

Erich Fromm. O medo à liberdade. 14ª Ed. Rio de Janeiro: Zahar, 1983. P. 167-8

Em nosso modo de ver, nenhuma dessas explicações que sublinham fatores políticos e econômicos excluindo os psicológicos – ou vice-versa – está certa. O nazismo é um problema psicológico, mas os próprios fatores psicológicos têm de ser interpretados como sendo moldados por fatores sócio-econômicos; o nazismo é um problema econômico e político, porém o fascínio por ele exercido sobre um povo inteiro tem de ser interpretado em bases psicológicas. O que nos interessa neste capítulo é este aspecto psicológico do nazismo, sua base humana. Isso insinua dois problemas: a estrutura do caráter das pessoas a quem ele atraiu e as características psicológicas da ideologia que o transformou em instrumento tão eficaz com relação àquelas mesmas pessoas.
Ao considerar a base psicológica para o sucesso do nazismo esta diferenciação tem de ser feita desde logo: uma parte da população curvou-se ao regime nazista sem qualquer resistência vigorosa, mas também sem se converter em admiradora da ideologia nazista e de suas práticas políticas. Outra parte foi profundamente atraída pela nova ideologia e fanaticamente apegada aos que a proclamaram. O primeiro grupo consistia sobretudo da classe operária e da burguesia liberal e católica. A despeito de uma excelente organização, especialmente entre a classe operária, estes grupos, embora continuamente hostis ao nazismo desde seu início até 1933, não revelaram a resistência interior que seria de esperar como resultante de suas convicções políticas. Sua vontade para resistir fraquejou rapidamente e desde então causaram escassa dificuldade ao regime (exceto, está clara, a pequena minoria que lutou heroicamente contra o nazismo durante todos estes anos). Psicologicamente, esta presteza em submeter-se ao regime nazista parece dever-se, principalmente, a um estado de fadiga e resignação interior, que (...) é característico do indivíduo da era atual, mesmo em países democráticos. Na Alemanha, uma outra condição estava presente, no que toca à classe operária: a derrota sofrida por ela após as primeiras vitórias na Revolução de 1918 [o autor faz referência ao início da República de Weimar]. A classe operária entrara no período de pós-guerra com vivas esperanças de concretização do socialismo ou, no mínimo, de uma elevação acentuada de sua posição política, econômica e social; porém, sejam quais forem as razões, testemunhara uma série ininterrupta de insucessos, que acarretou seu desapontamento completo. No começo de 1930, os frutos de suas vitórias iniciais estavam quase completamente dissipados e o resultado foi um sentimento vívido de resignação, de descrença em seus chefes, de dúvida sobre o valor de qualquer espécie de organização e atividade política. Ainda continuavam membros dos respectivos partidos e, conscientemente, continuavam acreditando em suas doutrinas políticas; porém, bem no íntimo, muitos haviam desistido de qualquer esperança na eficácia da ação política.
Um incentivo adicional para a lealdade da maioria da população ao Governo nazista entrou em ação após a subida de Hitler ao poder. Para milhões de pessoas, o governo de Hitler passou a ser idêntico a "Alemanha". Uma vez de posse do poder, combatê-lo implicava desligar-se da comunidade dos alemães; quando os outros partidos políticos foram abolidos e o Partido Nazista tornou-se a Alemanha, a oposição a ele significava oposição à Alemanha. Parece que nada é mais difícil para o homem comum do que suportar o sentimento de não identificar-se com nenhum grupo maior. Por mais que um cidadão alemão possa opor-se aos princípios do nazismo, se tiver de optar entre ficar sozinho e sentir que pertence à Alemanha, como regra optará pela última solução. Pode ser observado, em muitos casos, que os alemães que não são nazistas mesmo assim defendem o nazismo contra críticas de parte de estrangeiros, porquanto acham que um ataque ao nazismo é um ataque à Alemanha. O medo ao isolamento e a relativa debilidade dos princípios morais auxiliam qualquer partido a conquistar a lealdade de grande setor da população, uma vez que este haja capturado o poder do Estado.
 
 
 
 
 
 
Prazo de entrega: 11 de maio
Será feita uma exibição para quem quiser (voluntariamente) assistir o filme na escola. Divulgarei o dia e o horário certinhos em sala de aula.

Um comentário:

  1. hehe
    Voces já assistiram aquele filme... chamado... A ONDA??

    Classical
    Love old times!

    Abraço Erik!
    Krisman

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