Joaquim José da Silva Xavier, ou simplesmente Tiradentes, acabou se tornando conhecido pelo envolvimento em um movimento de emancipação do qual não chegava nem próximo de ser o líder. Sinceramente engajado e um dos mais "pobres" da Inconfidência foi o único condenado à morte em 1792: forca e esquartejamento como forma de punição exemplar.
100 anos depois, já na República, Tiradentes foi resgatado e elevado à categoria de herói nacional. Nada mais adequado que pintar um símbolo da luta republicana contra a tirânica monarquia usando da imagem de outro ícone de resistência (e que também foi "vítima" de traição) bem conhecido dos brasileiros: Jesus Cristo.
Barba e cabelos longos, ar de sofrimento, crucifixo ao lado: o quadro de Pedro Américo, pintado em 1793, é emblemático nesta construção de um mártir, símbolo nacional capaz de “soterrar” a memória da monarquia.
Você consegue ver o mapa do Brasil formado pelo corpo de Tiradentes?
Deixando de lado o fato de um condenado ir à forca de rosto liso, o artista pintou não uma realidade, mas uma ideia. Tiradentes transformou-se, assim, em um conceito a serviço da República do Brasil.
Em uma representação mais realista, o alferes (oficial de baixa patente) Tiradentes, sem barba e com feições diferentes da de Cristo, não seria tão impactante.
Nota: A imagem do quadro de Pedro Américo com o contorno do mapa do Brasil em destaque foi retirado do caprichado Blog Sétima Aula, do professor Carlos Assis.
Mais uma vez, "Fomos surpreendidos novamente"...
ResponderExcluirPS: já estou elaborando a paródia
Santucci,
ResponderExcluirEstou curioso para ver do que vocês são capazes com um desafio tão "estranho"!!!
Tiradentes era um árcade? Eu estou confusa. ç.ç
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