quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

Ironias da história

Cinebiografias sempre agradam o público. Músicos, pintores e políticos, com suas vidas cheias de altos e baixos sempre dão bons filmes.
A última biografia vertida para as telas foi a da Primeira Ministra inglesa, Margaret Tatcher, a Dama de Ferro. Primeira mulher a ocupar esse cargo no país, Tatcher perpetuou-se no poder por mais de uma década - de 1979 a 1990. Além disso, marcou uma virada conservadora na política inglesa. Chocando-se com as demandas dos trabalhadores, a Dama de Ferro tomou decisões polêmicas para reduzir gastos do governo e aplicou uma política liberal. Logo, não lhe faltaram inimigos nos sindicatos e no Partido Trabalhista. 
O filme aborda outro evento marcante do governo dela: a guerra contra a Argentina pela disputa territorial das ilhas Malvinas (ou Falklands, para os ingleses), em 1982. Este conjunto de ilhotas na costa da América do Sul era de interesse discutível para ambos os países, mas a Argentina reclamava como parte de seu território usurpado no século XIX. 
Aos olhos da maior parte das pessoas, a declaração de guerra da Argentina era um gesto desesperado da Ditadura Militar visando mostrar poder. Não por acaso, a derrota ajudou desestabilizar o regime autoritário. Enquanto que a vitória inglesa colaborou para a reeleição de Tatcher.
A ironia reside no fato de o filme ser lançado coincidentemente no momento em que o Governo de Cristina Kirchner volta a falar dos direitos argentinos sobre as Malvinas, quase no mesmo tom que o usado na década de 1980. Da minha parte, me pergunto no que isso vai dar. Até lá, aproveitem o filme com a excelente atuação de Meryl Streep.

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