terça-feira, 10 de maio de 2011

Política: teoria e prática

É recorrente discutirmos em sala os significados da ação política e a compreensão dessa prática. Fazemos política diariamente: desde as discussões do Grêmio até as eleições nacionais, passando pelas reuniões de condomínio. Porém, não são poucas as pessoas que dizem odiar política e tentam a todo custo evitá-la, como se isso fosse possível. O triste é que não poucas vezes aqueles que fogem da política (debate ou ação) acabam por entregar seu poder como cidadão a outras pessoas que se beneficiam de sua omissão. Ao mesmo tempo, passa-se a reclamar que "o brasileiro não sabe votar" ou que "este país não tem jeito". Sim, é mais cômodo. Não, não resolve nada.
Por outro lado, quando se evita a política evita-se também refletir sobre os desdobramentos de certas práticas. Algumas pessoas vão se tornando até mesmo incapazes de entender o significado de "populismo".
Populismo (ou demagogia, para alguns) é, em poucas palavras, oferecer o que o povo quer de imediato a fim de tê-lo como apoio fácil. Aparentemente é democracia, mas na prática é pura manipulação, uma política "pelo povo, mas sem o povo". Aditivado pelo paternalismo - traduzível por "não se preocupe, sei do que você precisa" - o populismo beneficia quem está no poder sem estimular o debate democrático e a participação ampla de cidadãos plenos.
Quem sabe fique mais claro com o discurso abaixo. No dia 3 de maio, as Deputadas Estaduais Clarissa Garotinho, do PR, filha dos ex-governadores Anthony Garotinho e Rosinha Garotinho, e Cidinha Campos, do PDT, discutiram de forma agressiva na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro. Estava em pauta, pelo que pude entender, aumentos salariais para os bombeiros. O clima esquentou depois que Clarissa declarou que o governo atual, de Sérgio Cabral, era “constituído por ladrões”.

Vídeo AQUI.

Veja, não estou defendendo o governo de Sérgio Cabral. Do qual, como paulista, tenho poucas opiniões. Mas me chamou a atenção o discurso de Cidinha Campos não pelos ataques aos Garotinhos, e sim pelas críticas ao "falar o que se quer ouvir". Se eu ouvi bem, o discurso condena a política do espetáculo tão comum ultimamente...
Ah, impressionante como é difícil encontrar mais informações sobre este bate-boca!


P.S. Não faço ideia porque, mas não tenho conseguido incorporar os vídeos do Youtube ao blog.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Segundo o dicionário, liberdade de pensamento é o "direito que cada um tem de expor suas opiniões, crenças e doutrinas", e este direito é garantido aqui. No entanto, qualquer comentário sexista, racista ou de algum modo ofensivo será apagado.