Tem pesquisa que é feita para se descobrir algo realmente novo. O pesquisador tem uma hipótese e precisa verificar se ela faz sentido ou não. E não é raro o pesquisador chegar à conclusão que a hipótese não se sustenta. Porém, há casos em que é necessário apenas comprovar com dados aquilo que todo mundo já tem como óbvio. Por que? Porque tem gente que só acredita em números e dados estatísticos, ou porque é necessário calar a boca de grupos de interesses.
Este é, provavelmente um desses casos.
Cursos ruins atraem vestibulandos pelo preço baixo, conclui estudo
Alguém tinha dúvida a respeito disso? Não. Mas a UNIP não vai gostar de saber que "o estudante Leandro Gomes da Silva, 23, escolheu cursar direito na Unip pelo valor da mensalidade - R$ 600 - e a proximidade do campus com seu trabalho, na zona sul de São Paulo." E "ele não sabia que o curso tinha nota baixa no exame federal de qualidade". Triste é pensar que este rapaz provavelmente está fazendo o seu melhor e vai acabar, a despeito de seu esforço, penando no mercado de trabalho.
Mas não acaba por aí. Interessante mesmo é que o estudo identificou ainda um suposto paradoxo: "os cursos particulares de administração e direito reprovados no exame federal (notas 1 ou 2 no Enade) tiveram aumento de candidatos no vestibular". Ou seja, o raciocínio do Ministério da Educação segundo o qual a divulgação das notas baixas iria servir de contra-propaganda não está dando certo.
Apesar por coerência, ofereço um palpite também óbvio: as notas baixas não superam fatores como falta de grana e necessidade de continuar os estudos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Segundo o dicionário, liberdade de pensamento é o "direito que cada um tem de expor suas opiniões, crenças e doutrinas", e este direito é garantido aqui. No entanto, qualquer comentário sexista, racista ou de algum modo ofensivo será apagado.