terça-feira, 14 de agosto de 2012

Voto de cabresto e curral eleitoral

As duas expressões acima são velhas conhecidas da história política. Durante a chamada República Velha ou Oligárquica, tempo do voto aberto, a liberdade do eleitor era quase um luxo em algumas regiões do Brasil. Poderosos locais faziam uso de sua influência e/ou poder econômico para "sugerir" (leia-se obrigar) seus funcionários e agregados a votarem no candidato que lhes interessava.


Este fenômeno, chamado de clientelismo, há muito deixou de ter o mesmo peso na política brasileira, mas em certos lugares ou em certas circunstâncias ela ainda mostra sua cara. Exemplo disso é a discussão surgida por conta das eleições municipais em São Paulo deste ano. Quase todos os candidatos estão correndo atrás de apoio político de lideranças religiosas, principalmente evangélicas. E, rapidamente, o debate sobre o voto de cabresto (com esses termos mesmo) veio à tona.
O candidato do PMDB a prefeito de São Paulo, Gabriel Chalita, minimizou neste domingo, 12, a conversão em votos da corrida dos candidatos em busca de apoio de líderes religiosos na eleição municipal. Para o peemedebista, é legítimo que seus adversários procurem o apoio de padres e pastores e a adesão desses líderes a uma candidatura deve se dar por afinidade política e religiosa, mas isso não se traduzirá necessariamente em voto. "(Essa busca por apoio de religiosos) ajuda porque a igreja tem líderes. Quando os líderes se convencem do melhor candidato, eles podem influenciar, podem orientar, mas não acredito mais em voto de cabresto. Acho que, se o líder vai para um lado e as pessoas percebem que este lado não é o melhor para a cidade, elas escolhem o que acham que há de melhor", disse o candidato.
Para quem acha que o fantasma do clientelismo é exclusividade de áreas interioranas e longe dos grandes centros a fala, quase "ingênua", do candidato serve de lembrança.
Como lidar?


Para quem quiser ler a matéria inteira, clique AQUI.

4 comentários:

  1. Horner, desculpe usar esse espaço, mas o senhor poderia me ajudar?
    Assim que bati o olho nessa figura e li o texto lembrei de um livro que li recentemente- não que tenha muito haver, mas se liga- chamado A revolução dos bichos do Orwell, assim gostaria muito de saber se o senhor teria alguma indicação de leitura sobre a revolução Russa focada na " Internacional Socialista" com a visão de Marx.
    Aproveitando gostaria de dizer que eu leio todas as postagens do blog :)
    Beijos, saudades, Jéssica Funck.

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    1. Oi, Jéssica! Que bom receber sua visita aqui!
      Ainda não sei se posso te ajudar, pois tenho algumas dúvidas. Quando você fala da Internacional Comunista você se refere à chamada Terceira Internacional, ou Komintern, aquela que defendia a internacionalização da Revolução Russa, não é?
      Pergunto porque Marx foi o criador da Primeira Internacional Comunista (1864-76), ainda no século XIX. Ele não chegou a ver a reunião da Segunda Internacional e muito menos da Terceira. Portanto, uma visão do Marx sobre a Revolução Russa não é possível.
      Qual o grau de profundidade que você deseja? Eu não sou um especialista em Revolução Russa, mas posso te indicar algumas leituras básicas. Caso queira algo mais específico posso procurar saber com alguns amigos.
      Para uma leitura inicial, mas bem completa, eu recomendo um livrinho (180 páginas) fácil de encontrar: "As Revoluções Russas e o Socialismo Soviético", de Daniel Aarão Reis Filho (Ed. Unesp).
      Em caso de algo mais específico sobre o marxismo e as Internacionais, recomendo uma consulta (procure em alguma biblioteca, se precisar de sugestão é só pedir) de "História do Marxismo", organizada por Eric Hobsbwam em vários volumes.
      Só me diz uma coisa, de onde vem esse interesse tão particular?

      Espero ter ajudado de alguma forma.

      Beijo.

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    2. Então... Há um tempo atrás (antes das férias) uma professora da faculdade pediu para que lêssemos com olhos antropológicos. Eu li e me apaixonei pela sagacidade do autor. Não consegui vê-lo com olhos antropológicos e sim político. Eu na hora lembrei do básico da Revolução Russa mas percebi que se realmente fosse uma metáfora o Orwell teria esquecido o Lenin, que deveria ser o bambambam do livro. Ai eu resolvi ver o prefácio(que não estava incluso no livro) e vi que eu tinha razão no meu pensamento. Me senti muito nerd e me interessei ainda mais. Isso me deu um gás. Ai fui ler um pouco sobre Marx, e descobri o que eu já sábia, positivismo, proletariado, comunismo... E li sobre a Revolução Russa, guerra fria... Lembrei de um documentário que o senhor juntamente com o Paulo Mendes passaram ano passado (não lembro nome) e tentei juntas as ideias. Não consegui (Minha inteligência assombrosa foi de momento). Resolvi então procurar o que significava a Internacional Comunista que foi substituída no livro como " Bichos da Inglaterra ". Nos textos que li tudo me pareceu contraditório. Ai o tempo que corre fez eu me esquecer do tema. Mas quando abri o blog do meu professor Doutor, lembrei que ele poderia me ajudar. Pois bem, me ajudou. Irei ler os textos pois estou curiosa para conhecer a história melhor.

      Obrigada por sempre estar disposto a ajudar. *-*
      Assim que eu ler te conto minha conclusão.
      Desculpa se não deu para entender o que eu escrevi. Ainda me confundo nas palavras.

      Beijoos, Jéssica :)

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    3. Nossa, Jéssica, que belo itinerário! Fico muito contente em saber que um livro te motivou a buscar todo este universo de conhecimento, parabéns! É este tipo de postura que faz a diferença entre os que estudam apenas o necessário e aqueles que buscam o crescimento intelectual sólido.
      Só refresque minha memória, por favor. O que você está cursando mesmo?
      E me mantenha informado sobre seus avanços. Fiquei muito interessado!

      Beijo

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