segunda-feira, 23 de abril de 2012

O que é hiperinflação?


Quando falamos em período entre-guerras, ou melhor, a década de 1920 na Europa, é obrigatório lembrar da precária situação econômica: desemprego, baixa produtividade do campo e da indústria e hiperinflação. Quando a conjuntura parecia um pouco melhor, veio a catastrófica crise de 1929 para fechar a década. Um cenário que, não por acaso, colaborou decisivamente para ascensão dos regimes autoritários nazi-fascistas.
Mas o que quer dizer hiperinflação exatamente? Não é difícil de imaginar uma inflação altíssima e descontrolada, com diários aumentos de preço. Um dos casos mais famosos é a hiperinflação da Alemanha (República de Weimar) em 1923. Para se ter uma ideia, entre janeiro de 1922 e dezembro de 1923 a inflação chegou a um patamar de 1 bilhão por cento. Difícil de visualizar? Então leia o texto abaixo retirado do livro Os Três Camaradas, do alemão Erich Maria Remarque:
1921...Fico pensando. Já não me lembro de nada. Aquele ano falhara, simplesmente. No ano de 1922, trabalhei como ferroviário na Turíngia e, em 1923, como chefe do departamento de propaganda de uma indústria de borracha. Isto aconteceu no período de inflação. Meu salário mensal ascendera às vertiginosas alturas dos duzentos bilhões de marcos. Havia pagamento duas vezes por dia, e logo após o recebimento, uma licença de uma hora para que se pudesse sair correndo pelas lojas, a fim de comprar ainda alguma coisa útil, antes de ser anunciado o novo câmbio do dólar; pois então o dólar só valeria a metade. 
(Erich Maria Remarque. Os Três Camaradas. Rio de Janeiro: Record, [s.d.]. P. 8)

Para enfatizar: as crianças estão brincando com maços de dinheiro desvalorizado
durante a crise de 1923 na Alemanha.

500 postagens!

Acabamos de passar as 500 postagens em 3 anos de blog!
Ou seja, agora são outros 500Ok, o trocadinho é bem sem graça... mas é o que tem para o hoje.


Rumo ao 1000o.!!
Só não vou fazer como jogador de futebol que conta qualquer gol em pelada. 

sexta-feira, 20 de abril de 2012

Tema quente da geopolítica

De tempos em tempos os olhos dos mais diversos analistas se voltam para alguns temas, digamos, quentes. Se estivéssemos falando de moda, diríamos se tratar de uma tendência para a estação. Mas neste caso seria pouco. Se o assunto fosse futurologia barata, talvez tratássemos como aposta para o futuro. Porém, o ponto central é a compreensão de um cenário internacional que envolve aspectos históricos, políticos, sociais e econômicos dos mais complexos. É verdade que se trata de um futuro e que há, sim, uma tendência em se analisar de uma forma específica, só não podemos perder o foco na complexidade. Para isso precisamos aprofundar a leitura.

Você sabe o que são os BRICs?

http://www.univesp.ensinosuperior.sp.gov.br/preunivesp/Se a resposta é "não" então está na hora de correr atrás e se informar.
Aproveite a edição de abril da Revista Pré-Univesp. Dentre os diversos textos, destaco estes três abaixo. Ou seja, ao menos leia estes.

O mundo multipolarizado a partir dos Brics
‘Profetizado’ no início da década de 2000, conjunto de superpotências emergentes quer encabeçar uma nova ordem de organização mundial

Tão perto, tão longe
Desigualdades significativas marcam países dos Brics e desafiam politicamente o futuro do grupo

Brics: democracia e perspectivas de integração
O conceito de Brics traduz relação complexa entre unidades nacionais que não possuem uma política comum e cuja integração precisa ser equacionada


Para ajudar na leitura, consulte este INFOGRÁFRICO. Informações básicas com acesso rápido e simples.

quinta-feira, 19 de abril de 2012

Os horrores da guerra, de qualquer guerra

"Stormtroops advancing under a gas attack", de Otto Dix
Quando preparo uma avaliação vou juntando todo tipo de material que tenho para depois selecionar o que julgo mais apropriado. E com frequência sobram coisas bem interessantes.
Desta vez, ao formular a prova de recuperação da 3a. série restou em minhas mãos um trecho do livro Os três camaradas, de Erich Maria Remarque (o mesmo autor de Nada de novo no front). A passagem descreve uma lembrança do personagem a respeito da Primeira Guerra Mundial, fazendo referência às trincheiras e à guerra química.
“1917. Flandres. Middendorf e eu tínhamos comprado uma garrafa de vinho tinto. Com ele pretendíamos fazer uma pequena comemoração. Isso, entretanto, não nos foi possível. De madrugada os ingleses desencadearam um pesado fogo sobre nós. Ao meio dia, Köster foi ferido. De tarde caíram Meyer e Deters. E ao anoitecer, quando pensávamos poder ter um pouco de sossego e abrir a garrafa, veio uma onda de gás e se infiltrou pelos abrigos subterrâneos.
É verdade que nos tínhamos munido de máscaras no devido tempo, mas a de Middendorf estava estragada. Quando ele notou o defeito, já era tarde. Até que a arrancasse do rosto e achasse outra perfeita para substituí-la, já havia inalado excessiva quantidade de gás, e vomitava sangue. Na manhã seguinte, ele estava morto, com o rosto manchado de verde e negro. O pescoço estava todo arranhado pelas unhas na desesperada ânsia de abri-lo para conseguir um pouco de ar para respirar.”

(Erich Maria Remarque. Os três camaradas. Rio de Janeiro: Record, [s.d.]. P. 8)
Este excerto é bem impactante como um todo, mas a última frase eleva a tragédia humana a outro patamar. Não por acaso Remarque é reconhecido como um autor pacifista e crítico da visão de que a guerra faz heróis. Por sua vez, fica fácil imaginar porque Hitler e sua turminha mandaram queimar os livros do escritor e ex-soldado.


A propósito, sobre a guerra química e o uso de gases tóxicos, postei anteriormente uma sugestão de leitura AQUI.

Se você gostou da imagem que ilustra o post, veja outros trabalhos de Otto Dix, também um artista engajado em denunciar os horrores da guerra e considerado um expoente da "arte degenerada", na opinião dos nazistas.
Clique AQUI.

quarta-feira, 18 de abril de 2012

De olho no calendário

Todo começo de ano é a mesma história: os vestibulares informam seus calendários. Portanto, para nós só sobra planejar bem o resto do ano.
Veja se algum destes vestibulares lhe interessa e trate de fixar na porta da geladeira.

Fuvest
1/8 – Divulgação do Manual do Candidato
24/8 – Início do período de inscrições

10/9 – Último dia para inscrições

14 a 19/10 – Provas de habilidades específicas antecipadas das carreiras de Música (em São Paulo) e Artes Visuais

5/11 – Divulgação das listas de aprovados nas provas de habilidades específicas antecipadas de Música (em São Paulo) e Artes Visuais
19/11 – Divulgação dos locais de exame da 1.ª fase
25/11 – Exame da 1.ª fase

17/12 – Divulgação da lista de convocados e dos locais de exames da 2.ª fase

6 a 8/1/2013 – Provas da 2.ª fase
9 a 11/1/2013 – Provas de habilidades específicas

2/2/2013 – Divulgação da 1.ª chamada de convocados


Unicamp
20/8 a 14/9 - Período de inscrições

11/11 - Prova da 1.ª fase

13 a 15/1/2013 - Provas da 2.ª fase
21 a 24/1/2013 - Provas de habilidades específicas

4/2/2013 - Divulgação da lista de aprovados em 1.ª chamada


Unesp
17/9 - Início do período de inscrições

11/10 - Fim do período de inscrições

18/11 - Prova da 1.ª fase

4/12 - Divulgação dos aprovados para a 2.ª etapa

9 a 15/12 - Provas de habilidades específicas para cursos da capital e de Bauru
16 e 17/12 - Provas da 2.ª fase

28/1/2013 - Divulgação da lista de aprovados em 1.ª chamada

5 e 6/2/2013 - Matrícula dos aprovados na 1.ª lista


Unifesp
1.ª prova - Enem (data a ser divulgada pelo Inep/MEC)

13 e 14/12 - Provas de conhecimentos específicos

30/1/2013 - Divulgação dos resultados

7/2/2013 - Matrícula dos aprovados em 1.ª chamada


PUC-SP
28/10 - Início do período de inscrições

22/11 - Fim do período de inscrições

2/12 - Prova
18/12 - Divulgação do resultado


PUC-Campinas
30/11 e 1/12 - Provas
12/12 - Divulgação do resultado



Agora só falta ter certeza de qual curso você quer...

segunda-feira, 16 de abril de 2012

Novidades na Biblioteca

Os professores de História propuseram à Biblioteca do Colégio a compra de oito novos títulos e "para a noooosa alegria" todos os oito foram comprados e já estão disponíveis para empréstimo.

As obras sugeridas compõem a Coleção “Revoluções do Século 20” coordenada pela historiadora Emília Viotti da Costa e editada pela Editora UNESP. A proposta desta coleção consiste em reunir historiadores e cientistas sociais de posições políticas diferentes para tratar dos mais diversos movimentos revolucionários do século XX, desde a Revolução Russa de 1917, considerada a mãe de todas as revoluções sociais desse século.
Basta um rápido olhar para notar que a Revolução Argelina dialoga com a atual “Primavera Árabe”, ou que a Revolução Iraniana permanece atual e atuante frente às pretensões nucleares do Irã, ou ainda que compreender a Revolução Chinesa é de suma importância para analisarmos com segurança a nova “potência” mundial. A coleção ainda dedicou especial atenção aos movimentos Latino-Americanos, lembrando-nos, brasileiros, que pertencemos a este universo político-cultural e carecemos de maiores conhecimentos a este respeito.
A coleção conta com 17 volumes, mas por ora foram adquiridos oito títulos considerados básicos. Aliás, básico também é o formato da coleção: pocket books (10x19cm) com algo entre 100 e 180 páginas.

Os livros estão esperando por vocês!


1. As Revoluções Russas e o Socialismo Soviético
Reis Filho, Daniel Aarão

"O movimento em favor de uma mudança radical ganhava um número cada vez maior de participantes, em várias partes do mundo, culminando na Revolução Russa de 1917, que deu início a uma nova era. O processo revolucionário no início do século XX, sob inspiração de socialistas e comunistas, transcendia as fronteiras da Europa e da América e o caminho seguido pela União Soviética alarmou alguns e serviu de inspiração a outros, provocando debates e confrontos internos e externos que marcaram a história do século XX. Com o fim de guerra fria e o desaparecimento da União Soviética é possível reavaliar os acontecimentos."


2. A Revolução Chinesa 
Pomar, Wladimir

"A Revolução Chinesa, em 1949, ampliou o bloco socialista e forneceu novos modelos para revolucionários em várias partes do mundo. Com a participação da China em instituições até recentemente controladas pelos países capitalistas, talvez seja possível dar início a uma reavaliação mais serena dos acontecimentos. Essa Revolução que intriga o Ocidente e as reformas promovidas pelo regime a partir de fins do século XX impõem a tarefa sempre renovada de esclarecer o perfil e os rumos dessa epopéia ainda não terminada."


3. A Revolução Cubana 
Ayerbe, Luis Fernando

"Nesta obra, a abordagem do processo histórico cubano toma como referência o contexto vivenciado pelos atores da revolução, considerando suas opções e decisões à luz dos dilemas apresentados pela realidade de uma época marcada por fortes constrangimentos externos originários da guerra fria entre os Estados Unidos e a União Soviética. Será essa a base da reflexão sobre os desafios atualmente colocados para a continuidade do processo iniciado nos anos 50. Na ocasião, uma profunda reestruturação interna da economia e sociedade cubanas e o desafio à hegemonia dos EUA sobre a América Latina, cujos países haviam iniciado um processo de industrialização voltado para o mercado interno, visando ao atendimento de prioridades nacionais, passa a receber pressões externas em favor da abertura das economias à penetração do capital estrangeiro e à instalação de filiais de empresas multinacionais."

4. A Revolução Mexicana 
Barbosa, Carlos Alberto Sampaio

"O século XX no México começa efetivamente com a Revolução Mexicana. Foi a primeira revolução com claro cunho social a acontecer na América Latina nesse século. Existem muitas razões para se refletir sobre esse singular acontecimento na história mexicana e latino-americana. Em primeiro lugar, por que deu origem a um regime estável e duradouro. Tal situação fica mais evidente se compararmos o México a outros países do sul do continente que, ao longo do século XX, passaram por golpes militares e regimes de exceção."



5. A Revolução Portuguesa 
Augusto, Claudio de Farias

"O mais recente título da coleção Revoluções do Século XX apresenta ao leitor o movimento de maior importância da história recente de Portugal. Mais conhecida como a Revolução dos Cravos, o levante iniciado em 25 de abril de 1974 pôs um fim ao regime de António Salazar, responsável por uma das mais duradouras ditaduras que se tem notícia no mundo ocidental.
Nesta sucinta e didática obra, Claudio de Farias Augusto narra todo o processo revolucionário, apontando para as alianças construídas para enfraquecer o salazarismo e remontando, inclusive, a própria origem do governo do ditador. Deste modo, o autor deixa evidente como a Revolução dos Cravos foi capaz de estabelecer um ambiente efetivamente democrático, delineando um novo futuro para o povo português."


6. A Revolução Venezuelana 
Maringoni, Gilberto

"Em A Revolução Venezuelana, da coleção Revoluções no século 20, dirigida pela profa. Emília Viotti da Costa, o autor esclarece que os eventos tratados integram um processo político ainda em curso, o que torna a maioria das conclusões alinhavadas imersas no movediçio terreno do tempo imediato, e se pergunta: houve de fato uma revolução na Venezeula no fim do século XX ou há nesse país um processo desse tipo no início do século XXI? Responder a essa questão é a proposta de Maringoni, repassando os principais momentos e atores do cenário venezeulano e as alterações na correlação de forças interna, com suas conseqüências no plano internacional, em particular no latino- americano."


7. A Revolução Iraniana 
Coggiola, Osvaldo

"No fim de 1978, as ruas de várias cidades do Irã enchiam-se de manifestantes que reclamavam o fim do governo, uma monarquia encabeçada pelo xá Mohammed Reza Pahlevi. A ação repressiva do Exército e da polícia, fiéis ao regime, não conseguia deter a determinação dos manifestantes, massacrados às centenas, na evolução de um processo revolucionário que se baseava nos ensinamentos de um personagem religioso do século VII, o profeta Maomé. Ao qualificarmos de "iraniana" uma revolução que o mundo se acostumou, ideologicamente, a chamar de "islâmica", sublinhamos suas múltiplas raízes históricas e políticas, que o obscurantismo "racionalista" pretende ocultar mediante uma simplificação absoluta, posta, atualmente, a serviço de uma cruzada mundial contra o "terrorismo islâmico, último álibi político-ideológico do velho imperialismo capitalista."

8. A Revolução Argelina 
Yazbek, Mustafa

"A Argélia representava para o Estado francês, até meados do século XX, uma enorme extensão de terra ocupada por algumas tribos primitivas de árabes e berberes, a maioria deles muçulmanos. Um território onde todas as melhorias existentes deviam ser tributadas ao poder da França. Movidos pela forte onda nacionalista que percorreria o mundo árabe e culminou com a ascensão do pan-arabismo nasserista ao poder no Egito, os argelinos lutaram quase dez anos pela independência, conquistando com ela sua dignidade nacional e uma maior autonomia no controle do destino de seu próprio país."'





Importante: todas as sinopses foram citadas entre aspas, pois constam do site da Editora UNESP.

Literatura e Vestibular

Literatura no vestibular sempre dá um frio na barriga, especialmente para aquelas pessoas que não são muito chegadas na leitura. Em todo caso, não basta só ler, é necessário também aprofundar a compressão sobre as obras e os autores. É aí que entram as aulas de literatura. Ou seja, não tenho nada a ver com isso!


MAS... fica uma sugestão para aprofundamento: um projeto bem interessante da Secretaria Municipal de Cultura de São Paulo chamado A Hora e a Vez do Vestibular que todo ano oferece aulas específicas sobre cada livro da FUVEST e Unicamp nas Bibliotecas Públicas.
Na do Ipiranga, a Biblioteca Roberto Santos, temos neste semestre as seguintes aulas ministradas pelo professor Cláudio Rosa:


Horário: 14h

Abril
    Dia 18 - Viagens na Minha Terra (Almeida Garrett)
    Dia 25 - Memórias de um Sargento de Milícias (Manuel Antônio de Almeida)

Maio
    Dia 2 - Memórias Póstumas de Brás Cubas (Machado de Assis)
    Dia 9 - O Cortiço (Aluísio Azevedo)
    Dia 16 - A Cidade e as Serras (Eça de Queirós)
    Dia 23 - Vidas Secas (Graciliano Ramos)
    Dia 30 - Capitães da Areia (Jorge Amado)

Junho
    Dia 6 - Sentimento do Mundo (Carlos Drummond de Andrade)




Programe-se!