quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Recadinho

Pessoal da 3a. série,

Acabei de colocar no GIC aquele Power Point animado sobre a II Guerra Mundial.
Espero que funcione, pois nunca fiz up load de arquivos .pps. Sei que funciona com .pdf...

Bons estudos!

segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Provas Bimestrais

Estamos chegando ao fim de mais um bimestre e no dia 2 de setembro, sexta-feira, teremos as provas bimestrais. Para evitar dúvidas ou esquecimentos reforço aqui a matéria das avaliações como já foi dito em sala de aula.

2a. série:
Como dito em aula, guiem-se pelas anotações de aula no caderno. No livro didático o conteúdo corresponde aos capítulos:

Cap. 18: Cultura burguesa e Europa do século XIX
Atenção: não cairá Unificações Italiana e Alemã. Privilegiem os textos do final do capítulo e lembrem-se da discussão no início do mês de agosto sobre mentalidade burguesa.

Cap. 20: Processo de Independência do Brasil
Atenção: Este capítulo aborda também as independência do restante da América, porém será objeto de avaliação apenas o caso brasileiro. É fundamental considerar nossa aula no Museu do Ipiranga!


3a. série:
Também é importante guiar-se pelo caderno e discussões em aula.

Unidade 5, Cap. 5: II Guerra Mundial
Atenção: É recomendável uma revisão do capítulo anterior (Fascismos)

Unidade 5, Cap. 7: O Brasil até 1945
Atenção: Neste caso, enfatizar o período varguista, incluindo os textos extra ao final do capítulo.

Unidade 6, Cap. 1: A Guerra Fria
Atenção: Privilegiem o estudo das linhas gerais e do imediato pós-Guerra.

História + Literatura

Senhores e senhoras da 3a. série,

Terça-feira, dia 30, também conhecido por "amanhã", teremos uma aula especial. Proposta pelo Prof. Paulo Bacelar, uniremos Literatura e História numa mesma aula para discutirmos a Geração de 1930. Ou seja, a meta é aprofundar a temática literária dos autores da segunda geração modernista e seus romances críticos.
No que diz respeito à História, em parte será uma revisão do que acabamos de ver, mas também poderemos aprofundar questões relativas às diferenças regionais, à modernização conservadora da época e à cultura brasileira.
Portanto, preparem-se para as 6a. e 7a. aulas. Vai ser tudo junto e misturado!

3a. Olimpíada de História VIII

Parabéns, moçada! Nossas 3 equipes passaram para a 3a. Fase da ONHB. As questões já estão disponíveis no site da competição e o encerramento desta etapa é às 23:59 do dia 03 de setembro.
ATENÇÃO: Nesta fase são 14 questões de múltipla escolha e 1 tarefa!!
Mais uma vez: ao trabalho, senhores!



E esperamos que desta vez não haja tensões de última hora devido a problemas técnicos do site da ONHB.

sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Para anotar na agenda!

Início das inscrições para o vestibular da FUVEST, hoje, dia 26 de agosto, pela internet
As inscrições vão até o dia 9 de setembro. Não deixe para o último minuto!!

Cole na geladeira!!!

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Sanfra na SINU

Como comentado em posto anterior (AQUI) os estudantes da 3a. série do Ensino Médio do Colégio São Luis organizam desde 2007 a Simulação Interna da ONU (SINU): um jogo que simula os debates e resoluções diplomáticas dentro das Nações Unidas enfrentando desafios contemporâneos e buscando, ao menos no âmbito do evento, soluções para os problemas globais.
No ano passado o Sanfra participou com 5 alunos: poucos, mas combativos! Desta vez foram muitos os inscritos e nossa "delegação" contará com 19 membros, entre representantes nos comitê e jornalistas.
Confira os nomes dos participantes e "papel" que irá assumir na SINU.


COMITÊ
NOME
SÉRIE
PAÍS/COBERTURA
ACNUR
Ana Bardella
Espanha
ACNUR
Beatriz Peron Pinto Velicu
Tunísia
ACNUR
Carolina Cervera Faria
Itália
ACNUR
Daniele Rodrigues da Costa
África do Sul
OMC
Dênis de Almeida Caparroz
África do Sul
CS
Felipe Gonzalez Fernandez
África do Sul
ACNUR
Felipe Grimaldi Avileis
Estados Unidos
ACNUR
Fernanda Pinheiro Alface
Países Baixos
CS
Gabriel Ferrara Bilesky
China
CDS
Jean Rosado da Fontoura
Finlândia
CS
Karina Ferrara Barros
Imprensa
ACNUR
Mariana Bisconti
Colômbia
OMC
Marília Dias Pereira
China
CDS
Marilise Silva
Paraguai
ACNUR
Mateus Mans Dametto
Imprensa
OMC
Nathália Condé Napolitano
Canadá
OMC
Paula Gracio Kilzer Gomes
Japão
CS
Sérgio Gorni de Almeida
Imprensa
OMC
Victor Rodriguez Gonçales
Coréia do Sul


Senhores diplomatas,
Amanhã distribuirei as autorizações para devolução até segunda-feira.
Não se esqueçam de estudar as regras e as guias de estudo que constam do site do evento (AQUI).
E, por fim, anotem na agenda a programação oficial:

SEXTA-FEIRA - 09/09
16h00-17h00 – Credenciamento
17h00-18h30 – Revisão de Regras
18h30-20h00 – Cerimônia de Abertura
20h00-21h30 – 1.ª Sessão
21h30- 22h00 – Confraternização

SÁBADO - 10/09
8h00- 12h00 – 2.ª Sessão
12h00-13h30 – Almoço
13h30- 17h00 – 3.ª Sessão
17h00- 17h30 – Coffee Break
17h30- 21h00 – 4.ª Sessão

DOMINGO – 11/09
8h00-12h00 – 5.ª Sessão
12h00-13h30 – Almoço
13h30 – 16h30 – 6.ª sessão
17h00 – 18h30 – Cerimônia de Encerramento

Lembrete: O evento é interno, logo, não está aberto ao público.

terça-feira, 23 de agosto de 2011

Forças Armadas, maus tratos e a sociedade brasileira

Imagino que não fui o único a ficar impressionado com a notícia de que mais de 50 recrutas da Marinha foram internados no Rio neste dia 20 de agosto último. Meu incômodo maior foi por ter ficado impressionado não com o fato em si, mas com o número de aspirantes a fusileiros navais internados provavelmente por "treinamento excessivo", um eufemismo para maus tratos. Digo que fiquei incomodado porque é já tão comum os maus tratos vez ou outra não me chamam mais a atenção: foram necessários 57 homens internados, alguns na UTI, para que eu voltasse a pensar no absurdo desse tratamento dado aos praças.
Há um certo mito de que o rigor destes treinamentos fortalece o soldado e o prepara melhor para o combate, razão de ser das Forças Armadas. É verdade que o militar não está ali para fazer exercícios como na aula de Educação Física do colégio, mas tenho minhas dúvidas de como humilhações, falta de água ou, muitas vezes, práticas idênticas à tortura, fazem de um jovem aspirante um soldado superior.
Além disso, há ainda a crença de que se trata de um ritual de passagem, algo como um batismo. Depois de superar esta fase o indivíduo será finalmente aceito em sua nova vida. É a mesma lógica do trote universitário e, justamente por ser entendido como um rito obrigatório, acaba se perpetuando. "Neste ano fui humilhado para ser aceito, no próximo humilharei o calouro". Esta batismo violento me assusta particularmente nos caso de profissões que lidam com gente em seu cotidiano. Qual a tolerância à violência ou o descaso com a vida humana que terá um jovem médico ou policial?
Em todo caso, o episódio recente da Marinha me fez lembrar outro acontecimento da mesma corporação, mas há 100 anos.
Em 22 de novembro de 1910 cerca de 2.300 marinheiros se rebelaram (ou amotinaram, na linguagem militar) no Rio de Janeiro matando oficiais e tomando navios. As reivindicações não era política, não se pretendia derrubar o governo ou instituir um novo regime, apenas queria o fim dos maus tratos, dos castigos físicos com chibata - daí seu nome -, melhores soldos e melhor alimentação.
A Revolta da Chibata ocorreu no interior da única das Armas Militares que ainda usava o castigo físico como norma e a mais aferrada ao passado. Pouco moderna, ainda era grande, por exemplo, o número de oficiais monarquistas. No entanto, o que ficou mais explícito foi o componente etnico-social. A esmagadora maioria dos marinheirros era composta de negros e mulados advindos das mais baixas camadas sociais, enquanto o oficialato era branco e de melhores posses. Se não bastassem os maus tratos em si, esta estrutura relembrava os tempos da escravidão abolida havia 22 anos.
As reivindicações acabaram atendidas e os marinheiros anistiados pelo Congresso Nacional, porém uma revolta de fusileiros logo tempo depois "permitiu" que a Marinha fizesse o que antes não tinha sido possível. Reprimiu violentamente os fusileiros da vez e os marinhos da revolta passada.
Da Revolta da Chibata sobraram a memória de seu principal líder João Cândido, o "almirante negro", e a sensação de que depois de 100 anos a Marinha ainda acredita que disciplina se consegue com violência.


Para ler +
Revolta da Chibata: 100 anos
Relembramos um personagem pouco conhecido
Por Ronaldo Pelli

O marinheiro bordador
Duas toalhas de rosto bordadas pelo líder da Revolta da Chibata mostram os valores que defendia e revelam um pouco de seus afetos, sua dor e sofrimento
Por José Murilo de Carvalho

Revolta da Chibata
Post antigo sobre a exposição virtual organizada pelo Arquivo Público do Estado de São Paulo.

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Orientações

Nos últimos dias e conforme a entrega do trabalho se aproxima, alunos da 2a. série têm manifestado cada vez mais preocupação. É verdade que a proposta não é simples, no entanto vocês têm plenas condições de executá-la. Só é preciso entender de uma forma mais ampla o que se pede.
A ideia central do trabalho é elaborar uma análise comparativa entre a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, assinada na Revolução Francesa (1789), com a Declaração Universal dos Direitos Humanos, assinada pela Conferência da ONU em 1948.
Esqueçam uma comparação parágrafo a parágrafo. É claro que demonstrar a compreensão de cada um dos documentos é importante, mas trata-se muito mais de entender contextos e objetivos, e, por isso, é tão importante dominar os contextos que geraram cada uma das declarações. Quando foram assinadas? Por quem? O que se esperava com isso? O que há de novidade em cada uma das declarações?
Lembre-se também que uma análise comparativa não significa encontrar apenas diferenças, mas semelhanças. Neste caso pergunte-se a respeito dos possíveis motivos dessas semilaridades. Estes 159 anos que separam os dois documentos significam uma distância radical? Os objetivos da primeira declaração haviam sido cumpridos? O documento da ONU é mera repetição ou um desejo de reforçar desafios que ainda não havia sido realizados?

Será que fui mais claro que em sala de aula? Qualquer coisa perguntem, o espaço para comentários está aí para isso!! Não se acanhem.

Simulados, testes e estudos em geral

Não sou de ficar fazendo propaganda por aí, mas também não vou deixar de passar boas informações para frente.
Vi e gostei do trabalho do IgEduca, o portal de educação do IG. Para quem se propôs a ralar em casa e a estudar diariamente, pode ser uma ótima ajuda. Tem de roteiros de estudo a questões de vestibulares passados, todas corrigidas e comentadas.
Dá uma conferida, não custa nada mesmo. Mais material para estudar nunca é ruim!

Vestibular Unicamp 2012

Começaram hoje as inscrições para o Vestibular Unicamp 2012.
As inscrições poderão ser feitas até o dia 23 de setembro, exclusivamente pela internet!



Organize-se:
1a. Fase: 13 de novembro de 2011
2a. Fase: 15, 16 e 17 de janeiro de 2012.

3a. Olimpíada Nacional em História do Brasil VII

Parabéns, rapaziada! Nossas 3 equipes passaram para a 2a. Fase da ONHB.
As questões já estão disponíveis no site da competição e a data de encerramento desta etapa é dia 27/08, às 23:59.
Ao trabalho, senhores!

sexta-feira, 19 de agosto de 2011

Revista Pré-Univesp

Como faço quase todo mês, chegou o momento de divulgar a edição da Revista Pré-Univesp (ou Revista de apoio ao estudante pré-vestibular).
Nesta edição o tema é MEMÓRIA, com reportagens e textos que vão desde a memória humana à dos computadores, abordando tanto a função social quanto o funcionamento da memória do ponto de vista da neurociência.
Não deixe de conferir também os infográficos, vídeos, e textos literários especialmente selecionados para esta edição.
Aqui eu resolvi destacar dois artigos que chamaram minha atenção. Então, fica como sugestão de leitura para o final de semana.

O tempo e a memória
Por Lia R. M. Bevilaqua, Cristiano A. Köhler, Janine I. Rossato e Martín Cammarota
Tempo e memória são dois conceitos que invadem diariamente nossas vidas, mesmo que não nos demos conta disto nem do quão intrinsecamente interligados estejam. Este artigo busca estabelecer uma relação entre tempo e memória a partir da definição destes dois termos e da apresentação de algumas situações onde a conexão entre eles é praticamente indissociável.
(CONTINUA)


A literatura como dispositivo de memória
Por Márcio Seligmann-Silva
As artes funcionam desde sempre como um meio de elaboração – normalmente lutuosa – de fatos e feitos históricos
(CONTINUA)

Definição não definitiva

Deve ser possível montar uma biblioteca apenas com as discussões e definições sobre a história, seus objetos e objetivos, métodos, etc. E eu, definitivamente, não pretendo entrar nestes debates aqui. Mas gostei da não-definição abaixo:
"A história não é como um trem que segue seu percurso dentro dos trilhos de nossas intenções e nem obedece as horas marcadas de nossas esperanças."
(Frei Betto, Batismo de Sangue.)

Se não é precisa ao menos é poética e nos põe a pensar...

quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Novas perspectivas?

A educação, em seu sentido amplo, é um bem entendido como universal pela sociedade contemporânea de modo que, numa sociedade democrática, todos se sintam no direito de opinar sobre o que deve ou deveria ser feito. E assim é de fato. Todos podem e devem opinar, pois defender e investir em educação trará sempre benefícios enormes para todos.
No entanto, este direito de falar não é garantia de qualidade. Digamos que este é mais um efeito colateral da democracia, temos que conviver não só com as opiniões contrárias às nossas, como também precisamos superar algumas surpresas.
Por exemplo, li a notícia abaixo:

Ensino médio não prepara aluno para o mercado, diz empresário

Minha leitura por palavra-chave identificou na mesma frase "Ensino Médio", "mercado" e "empresário". Na hora achei que deveria ler, afinal uma combinação dessas promete muitas emoções.
A declaração foi dada por ocasião da Sala Mundo Curitiba 2011, envento que reúne educadores de vários países. O empresário em questão é Marcos Magalhães, ex-presidente da Philips para o Brasil e a América Latina e atual presidente do Instituto de Co-responsabilidade pela Educação (ICE) que além do comentário da manchete afirmou que:
"Temos de repensar a grade", disse. Para ele, só deveriam ser obrigatórias as disciplinas de língua portuguesa, idiomas, matemática, física, química e biologia. História e geografia, por outro lado, deveriam ser eletivas. "Hoje o aluno que vai prestar vestibular para Engenharia perde tempo estudando filosofia. Se ele achar essa matéria importante, deveria ter a opção de cursá-la, não a obrigação."
Não nego que repensar o currículo é uma necessidade constante. O mundo muda e a escola não pode se manter com a mesma grade de 50 anos atrás. No entanto, a impressão que tenho é que o empresário espera transferir para as escolas um caráter formativo que não cabe a elas. É objetivo do Ensino Médio formar para o mercado? Alguém sai do EM profissionalizado? Este não é o papel dos cursos superiores ou técnicos?
Eu gostei particularmente da parte em que ele diz que um aluno que presta engenharia perde tempo estudando filosofia. Imagino também que alguém que vá prestar jornalismo estaria perdendo tempo estudando biologia. Estamos voltando a defender formações parciais? A quem cabe estudar o que, com quantos anos o aluno deve decidir o que estudar, que tipo de aluno vai estudar cada matéria...
Sou plenamente favorável a disciplinas eletivas ou optativas na escola, mas sem que isso implique em diminuir o básico. O ensino integral é uma necessidade cada vez mais urgente, mas penso que o ideal seria preencher o restante do dia com aprofundamentos, aí sim, optativos dentre um leque de alternativas.
Para encerrar, um último comentário. Engenheiro que estudou filosofia, história, geografia não perdeu tempo. Afinal, antes de ser engenheiro espera-se que o sujeito seja cidadão e consciente do mundo no qual vive. Do contrário, a escola deste empresário formará indivíduos semi-alienados, seres parciais treinados apenas para um tipo de compreensão da sociedade em que vivemos.

Para pensar

O Krisman, ex-aluno que vez ou outra aparece por aqui (e é muito bem vindo, como todos!), me recomendou um artista dizendo que achou algumas críticas interessantes. Como ele sabia que eu iria postar aqui o e-mail veio com um link.
O artista em questão é o ilustrador e artista gráfico polonês Paul Kuczynski nascido em 1976. Seus desenhos possuem um quê de humor, mas puxam para a sátira da sociedade, política, cultura. Não espere gargalhadas, mas um riso amarelo e incômodo de quem acabou de ser supreendido por alguma obviedade que você nunca quis ver. Ou seja, é um murro no estômago atrás do outro.
Eu resolvi fazer uma seleção bem pessoal e acrescentar legendas. Sim, eu sei que isso não é nada demais.

Uma parceria antiga e talvez eterna.

"Nós matamos o tempo. E o tempo nos enterra" (Machado de Assis)

Recentemente a FAO publicou um estudo onde revela que cerca de um terço de todos os alimentos produzidos por ano no mundo são desperdiçados. O estudo foi elaborado entre agosto de 2010 e janeiro de 2011 e aponta que estão sendo desperdiçados 1,3 bilhões de toneladas de alimentos por ano. De acordo com o relatório tanto em países industrializados como os emergentes desperdiçam 670 e 630 milhões de toneladas por ano, respectivamente.

Ter ou não ter, um dilema contemporâneo

Independente da real gravidade da situação, a maquiagem é a alternativa.

"Certas coisas vêm de berço" (a frase é sem autor, mas há inúmeros repetidores)


Fica a sugestão:
Tem muito mais AQUI e AQUI.

quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Pintura Histórica

Como veremos no Museu Paulista, a pintura histórica possue linguagem e preocupações específicas dos demais "estilos". Com pretenções realistas e típica do século XIX, esta forma de pintar não é histórica apenas na escolha dos temas, mas também na proposta narrativa: como narrar um feito, o que iluminar, quais as fontes escolhidas, o que o artista pretende imortalizar. No fundo as perguntas que fazemos a um autor de um livro de história podem variar muito pouco em relação a um quadro desta escola de pintura.
O grande "problema" ou dificuldade em lidar com a pintura histórica reside no fato das imagens serem muito poderosas, e quando menos esperamos nos encontramos reféns delas. Acostumados que estamos com as fotografias esquecemos que os quadros resultam de escolhas pessoais do artista ou do ambiente social no qual vivia. Acabamos aceitando como fato as batalhas, coroações, proclamações e outros eventos tais quais foram pintados.

Coroação de D. Pedro II, de Manuel de Araújo Porto Alegre. Óleo sobre tela, 80 x 110 cm
 

Para quem quiser se aprofundar, sugiro:

terça-feira, 16 de agosto de 2011

3a. Olimpíada Nacional em História do Brasil VI

Participantes e grupo de apoio,

Temos reunião para orientação da ONHB no intervalo de amanhã, quarta-feira, na minha sala.
Até lá!

Saída Pedagógica - Museu do Ipiranga

As turmas da 2a. série realizarão uma saída pedagógica. Nesta quinta-feira (dia 18), na terça-feira (dia 23) e na próxima quinta-feira (dia 25), cada sala irá ao Museu Paulista da USP, mais conhecido como Museu do Ipiranga.
Por ser também o "museu do bairro" muitos de vocês já o devem ter visitado ao menos uma vez. No entanto, é bom que algumas questões fiquem bem explicadas, pois a proposta é um pouco mais fechada que uma tradicional "visita".
Em primeiro lugar, a ida ao Museu possui um propósito ligado ao tema das aulas.
O Processo de Independência do Brasil é um dos conteúdos abordados neste bimestre conforme o programa anual. Sua relevância bem como sua complexidade exige uma abordagem diferenciada e, neste sentido, poucos lugares oferecem tantas possibilidades pedagógicas quanto o Museu Paulista.
Não é nosso objetivo visitar a totalidade das coleções expostas no Museu (seu acervo reúne objetos também voltados para a história do cotidiano e formação urbana da cidade de São Paulo). No entanto, pretendemos abordar especificamente a construção da história e da memória a cerca da Independência, contextualizando e problematizando a forma como os eventos históricos são sucessivamente apropriados por diferentes grupos sociais.
Nosso roteiro terá início, então, com a saída do Colégio logo após o intervalo, por volta das 10h. Teremos pela frente uma longa (!!!) caminhada de 600m até o Museu.
A aula-visita (vamos chamar assim) começará no parque com uma discussão sobre o espaço e a urbanização do Ipiranga em torno do Monumento à Independência. Depois analisaremos os jardins e o edifício do Museu construídos de modo a sugerirem uma monumentalização do espaço e a contemplação da história.
No interior do Museu, nosso itinerário estará concentrado no hall principal, escadaria central e o Salão Nobre (local onde se encontra o quadro Independência ou Morte!, de Pedro Américo). Esta área do Museu especificamente foi profundamente alterada para a comemoração da Independência em 1922. Toda a decoração com estátuas, retratos, ânforas e cenas históricas compõe uma narrativa muito particular de uma época, mas que se mantém inalterada.
Como um dos pontos importantes da visita é a tela de Pedro Américo, fica aqui a sugestão de análise prévia. Olhe com atenção, note os detalhes e esqueça aquela mania das revistas em procurar "erros". Faremos o mesmo coletivamente no dia da visita.

Independência ou Morte! Óleo sobre tela, 7,60 x 4,15 m

Feito este roteiro, voltaremos para o Colégio de onde os alunos poderão retornar para suas casas.

IMPORTANTE: Se ainda não ficou claro, vou dizer mais uma vez. Trata-se de aula, portanto, não deixe de levar material para fazer anotações!!!

segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Arte de rua

Nesta semana que passou rolou um comentário bem despretencioso a respeito de grafite (ou grafitti, como preferirem) com uma sala da 2a. série. O que mais me chamou a atenção foi com que velocidade as opiniões se polarizaram entre "adoro" e "odeio", sendo que os críticos caracterizaram o grafite como "coisa de maloqueiro".
Eu, particularmente, adoro arte de rua e já tratei desse tema há alguns meses AQUI.
Desta vez vou apenas fornecer um link para uma "galeria de arte" muito interessante:


A ideia é relativamente simples. Os organizadores basicamente pegaram as imagens do Google Street View e reuniram tematicamente. Só para o Brasil (São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte) são 1.189 registros!
No meu caso o perigo de uma ferramenta dessas é perder a hora navegando por cada cidade e seus grafites...

Abaixo segue minha contribuição. São grafites de Berlim (Alemanha).

Sim, é um drible da seleção com "Joga Bonito" escrito embaixo.

Um pedaço do Muro de Berlim. Há vários trechos de pé que sobraram como monumento. Neste está escrito: "Vale demolir vários muros"

sábado, 13 de agosto de 2011

O sertão e seus personagens

Hoje tivemos uma reunião com as equipes (e demais interessados) que irão participar da 3a. Olimpíada Nacional em História do Brasil. Como a ONHB começa na segunda-feira optamos por algo mais prático e urgente: rever mais uma vez o estilo da prova. Para isso pegamos algumas questões das edições anteriores para "estudar" o formato.
Entre as questões, uma tratava do conceito de Banditismo Social, sob a ótica dos trabalhos de Eric Hobsbawm. Para o historiador as condições nascidas dos conflitos agrários decorrentes do avanço do capitalismo sobre o campo e relações familiares tradicionais levam ao "banditismo social". O exemplo brasileiro é o cangaço no Sertão Nordestino, cujo maior nome é Lampião.
Como complemento ao texto, a questão oferecia a foto abaixo, tirada em 1938 após a o ataque da Volante (força policial móvel) ao bando de Lampião depois de anos de perseguição. A degola e a exibição das cabeças - por meio das fotos ou levando-se as cabeças para excursionar pelas cidades da região - evidenciava tanto o ódio nutrido ao longo dos anos pelas forças policiais, quanto a necessidade de se afirmar um poder sobre os desafiadores recém executados.


Por coincidência, nesta mesma semana li no site da Revista Cult (via Twitter) uma entrevista com a historiadora Isabel Lustosa a respeito das origens do cangaço. O interessante é que ela começa justamente discordando de Hobsbwm e criticando a memória "positiva" que muitos tem de Lampião como um Robin Hood brasileiro.
Fica aqui a sugestão de leitura.


O gângster do sertão
Historiadora explica como o descaso e a conivência permitiram o surgimento do cangaço

Mito que inspirou a música, a literatura e o cinema nacionais, o rei do cangaço é tema da biografia Lampião – Violência e Esperteza, escrita pela socióloga Isabel Lustosa.
De caráter marcadamente didático, a obra, prevista para chegar às livrarias em 12 de agosto, enfatiza a narrativa da história por meio do resgate das imagens de época, que vão desde a convivência em meio ao bando a detalhes das indumentárias usadas e fotos e reportagens em jornais.
Doutora em ciência política pelo Iuperj e pesquisadora da Casa de Rui Barbosa, no Rio, a autora explica, na entrevista a seguir, como o cangaço se apoiou na conivência das elites locais e no descaso do Estado.

CULT – Como Lampião se insere na tradição dos foras da lei a que se refere Eric Hobsbawm? Há algum aspecto em sua trajetória que o aproxime do resgate “social” promovido por Robin Hood ou do “político” de um subcomandante Marcos?
Isabel Lustosa – Não me identifico muito com a tese de Hobsbawm. Aliás, ela é muito bem analisada e criticada pelo principal autor com que trabalhei para escrever este livrinho: Billy Jaynes Chandler.
Lampião não era de maneira nenhuma um Robin Hood, pois jamais roubou dos ricos para dar aos pobres, a muitos dos quais roubou, torturou e matou com requintes de crueldade.
Sua motivação sempre foi pessoal e, desde a juventude, com os irmãos, se metera em várias brigas na vizinhança, fazendo seus primeiros inimigos entre essas pessoas às quais continuaria a perseguir pela vida afora.
(CONTINUA)